Uma conquista gloriosa (2 de julho de 1958)

Já para ninguém é ignorada a repercussão tão agradável que domina os marilienses e que diz respeito a éssa conquista gloriosa para nossa cidade, que é a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.

Aí está o resultado de uma luta insana, com os esforços dos seus batalhadores premiados. Aí temos também, a garantia futura da formação de novos e categorizados mestres, de Marília e região, para o preparo do mundo estudantil do futuro, com maior facilidade do que até aqui vinha acontecendo.

Prefeitura, Câmara Municipal, entidades de classe, associações de estabelecimentos educacionais e respectivas diretorias, desfraldaram, ao lado de uma plêiade de estudantes marilienses, éssa bandeira da criação e instalação da Faculdade de Filosofia. Ao lado dêsse exército, formou desde 1945, o “Correio de Marília”, sempre procurando colaborar com a contenda, divulgando os clamores dessa justa reivindicação, fazendo-se representar pessoalmente junto aos Campos Elíseos e divulgando ao público as ocorrências da aludida e nobre batalha.

Prometeram governos do passado, mas não foram capazes de cumprir. Um rosário imenso de dificuldades se antepôs aos desejos dos marilienses, tornando-se barreiras gigantescas, que só tiveram o início de sua transposição, por ocasião de uma visita do Vice-Governador (em exercício) Porfírio da Paz, à cidade de Baurú. Regressando de sua viagem a Europa, o Sr. Jânio Quadros, que, igualmente empenhara-nos idêntica promessa, continuou os passos iniciais do Sr. Porfírio, até a consumação final do acontecimento, com a sanção do respectivo diploma legal que criou o aludido curso oficial de ensino superior.

A esse respeito, ressalte-se que governos passados ensaiaram também as providências preliminares do acontecimento, mas este jamais passou de simples promessas, que, com o passar do tempo, vieram desmoronar as verdes esperanças dos marilienses e decepcionar os batalhadores dêsse grande ideal.

Hoje, já podemos nos congratular com os poderes constituidos locais, com as entidades de classe, com o mundo estudantil e com o Governo do Estado. A criação é um fato. O prédio foi adquirido e está em fase final de sua remodelação (e) adaptação específica. O diretor, nomeado; por sinal, um grande mestre, cujos interesses em pról do estabelecimento, são os mais distinguidos imagináveis. Três marilienses foram já nomeados para colaborarem na referida Escola: prof. Jô Chaia, Técnico de Administração; vereador Edmundo Lopes, Tesoureiro do estabelecimento e Sr. Antonio Pierucci, contador da Faculdade.

As competentes inscrições para a frequência dos candidatos interessados aos cursos preparatórios, já estão sendo aceitas desde ontem (1º de julho de 1958), por intermédio do prof. Jô Chaia. O início desses chamados “cursinhos” dar-se-á no próximo dia 1º de agosto (de 1958) e o funcionamento normal das secções iniciais da Faculdade, para 1959, conforme fôra anteriormente prometido.

Estão de parabens portanto, de modo geral, todos os marilienses e igualmente todos os interessados desta vasta e exuberante região da Alta Paulista.

Que os marilienses e a mocidade de Marília e de cidades adjascentes, saibam interpretar éssa gratidão, comparecendo em número maior possível à abertura das inscrições e ao funcionamento dos “cursinhos”, prestigiando o resultado déssa grande luta e consequente vitória, traduzindo nisso o agradecimento aos que labutaram néssa caminhada já vitoriosa e ao Governo do Estado que soube vir de encontro aos anseios da classe estudantil de Marília e região.

Extraído do Correio de Marília de 2 de julho de 1958

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O jogo do bicho (26 de outubro de 1974)

O Climático Hotel (18 de janeiro de 1957)

“Sete Dedos”, o Evangelizador (8 de agosto de 1958)