O novo Colégio Estadual (31 de julho de 1958)

Embarcou ontem (30 de julho de 1958) para São Paulo o prefeito Argollo Ferrão, conforme fôra noticiado. Na Capital, dentre outros assuntos a serem tratados pela Chefe do Executivo mariliense, que dizem respeito direto aos interêsses de Marília, figurará a lavratura do contrato de empréstimo entre a municipalidade e o Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, no montante total de 10 milhões de cruzeiros, para a construção do novo prédio destinado ao funcionamento do Colégio Estadual e Escola Normal de nossa cidade.

O novo edifício escolar ficará situado no Jardim Maria Isabel, em terreno próprio já doado ao Estado, através de lei votada pela edilidade local. Sua obra está orçada em Cr$ 10.600.000,00 e caberá à Prefeitura a execução da mesma, pelo sistema de sub-empreitada, de conformidade com concorrência pública já encerrada oficialmente. O início da construção dar-se-á dentro de 30 dias a contar da data da lavratura do contrato respectivo.

Sempre gostamos de destacar, desta despretensiosa coluna, tudo o que se relacione com o setor de instrução em nossa cidade. Efetivamente, tal fato significa mais um motivo de conquista grande e real para nossa mocidade estudantil, cujos benefícios se espalharão até cidades adjacentes, sem qualquer sobra da dúvida.

Um centro interiorano, traduz-se no conceito geral de um Estado, principalmente, pelo grau de sua cultura, pelos meios de educação que apresenta, pois que, uma cidade adiantada no setor cultural, atesta, antes de mais nada, que em outros diversos prismas se não está completa, pelo menos traduz apreciável grandeza geral e econômica.

Marília, por circunstâncias várias, vinha de há muito reclamando a cobertura desta lacuna. O atual edifício onde funcionam os cursos referidos, está sendo insuficiente para agasalhar o número dos jovens que necessitam haurir as luzes da ciência, no preparo para enfrentar de modo intelectual o porvir.

Com a construção do novo prédio, ao par de sanar-se a deficiência apontada, disporemos de acomodações condignas para funcionamento de outras escolas, eis que o atual prédio da Praça das Bandeirantes poderá servir para utilíssimos e futuros empreendimentos marilienses.

Caminha nossa cidade para a meta da redenção no setor educacional. Se olharmos o passado, veremos que não há muito, Marília era aquilo que dissemos em 1945, por ocasião de nosso primeiro artiguete quando da preliminar da luta pela conquista da nossa Faculdade: “Uma cidade pobre de escolas”.

Hoje não mais podemos fazer referências de igual jaez, porque o terreno palmilhado pelos bons marilienses, autoridades, estudantes e entidades de classe de nossa “urbe” representa uma caminhada bastante longa e uma progressão indiscutível.

Certo é que ninguém costuma dormir sôbre louros de vitórias e certa é também que o que já possuímos nesse sentido mais nos credenciará para prosseguimento dessa luta tão grandiosa e tão nobre.

Mais essa conquista a juntar-se às outras do pretérito, como resultado inequívoco da consequência de uma contenda bem intencionada, bastante justa e inquestionável, nos dará ainda mais, a certeza e a convicção de que continuaremos a lutar na mesma trincheira, especialmente quando contamos, como até aqui tem acontecido com o beneplácito e as boas intenções do atual Governador do Estado.

Nos congratulamos, portanto, com as autoridades de Marília, com seu povo e especialmente com nosso mundo estudantil.

Extraído do Correio de Marília de 31 de julho de 1958

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