O caldeirão vai principiar a ferver (6 de maio de 1958)
Não será “sopa” mesmo, embora nessa fervura entrem diversos “ingredientes”.
Refiro-me ao caldeirão da política nacional, especialmente nesta época de pré-eleições. Varias alterações sofreu nos últimos dias a política do país com vistas ao próximo pleito eleitoral. Está se verificando aquilo que há pouco tempo atrás poderia ser considerado impossível: harmonia de forças políticas das mais antagônicas possíveis e imagináveis. Objetivando, como é lógico, mais positivos resultantes, valendo-se, por outro lado, de exemplos do passado, com fundamento em derrotas, de modo especial. Uma espécie de “cooperativismo político”.
De tudo isso que estamos vendo (amplamente divulgado e comentado), uma coisa é certa: os dirigentes políticos do país estão se convencendo de que o eleitorado brasileiro, regra geral (em que pese a sua condição de maioria semi-analfabeta), está conquistando a “maioria política”. O eleitor de hoje, em sua maioria e com exceção de certo número intransigente e algo obsecado, está abandonando a condição do cabresto que o retinha, erradamente, preso à determinadas correntes partidárias. Hoje o voto é mais consciente do que se propalou sempre. A maioria abandona legendas para confiar em homens e ações, certa de que acertará no futuro. E faz muito bem.
E deve prosseguir assim mesmo. Para tirar melhor proveito futuro em pról das defezas do próprio povo, prestigiando homens de ação e bem intencionados, ao envés de servir de instrumento inocente de carreamento de votos e fortalecimento de legendas, em torno de homens que já deram exuberantes provas de inépcia, incapacidade legislativa ou administrativa e amor pelo povo que se elegeram.
Todas as conquistas são frutos de lutas, como todas as vitórias completas são consequência do aperfeiçoamento de erros passados. É porisso que sempre nos batemos para que os marilienses sejam convinientemente esclarecidos e possam compenetrarem-se de que só a situação da condução de gente às Casas Legislativas, poderá modificar o crônico estado de orfandade parlamentar de Marília.
A União Eleitoral Mariliense, movimento apartidário, no qual se notam marilienses insuspeitamente apolíticos e irretorquivelmente bem intencionados, luta no presente, pela consecução dêsse ideal, cujo fundo é, indiscutivelmente, de grande envergadura patriótica. Prova disso está nas adesões espontâneas com que a U. E. M. vêm sendo cercada e prestigiada.
Movimento de idêntico jaez estão surgindo por diversos outros rincões de nosso Estado, traduzindo, sem sobra de dúvidas, uma contenda política das mais sadias e democráticas, cujo fundo é diretamente municipalista.
Está principiando a ferver o caldeirão da política nacional. Acertos, conchavos, entendimentos, acôrdos e estudos políticos, travam-se à miude.
Nêsse setor, repetimos, Marília deu um apreciável exemplo, com a união PSP-UDN. Exemplo que poderia ser seguido por outras correntes e que deve contar com a colaboração e compreensão do próprio eleitorado local.
Já é tempo de Marília eleger os seus próprios deputados.
Extraído do Correio de Marília de 6 de maio de 1958
Refiro-me ao caldeirão da política nacional, especialmente nesta época de pré-eleições. Varias alterações sofreu nos últimos dias a política do país com vistas ao próximo pleito eleitoral. Está se verificando aquilo que há pouco tempo atrás poderia ser considerado impossível: harmonia de forças políticas das mais antagônicas possíveis e imagináveis. Objetivando, como é lógico, mais positivos resultantes, valendo-se, por outro lado, de exemplos do passado, com fundamento em derrotas, de modo especial. Uma espécie de “cooperativismo político”.
De tudo isso que estamos vendo (amplamente divulgado e comentado), uma coisa é certa: os dirigentes políticos do país estão se convencendo de que o eleitorado brasileiro, regra geral (em que pese a sua condição de maioria semi-analfabeta), está conquistando a “maioria política”. O eleitor de hoje, em sua maioria e com exceção de certo número intransigente e algo obsecado, está abandonando a condição do cabresto que o retinha, erradamente, preso à determinadas correntes partidárias. Hoje o voto é mais consciente do que se propalou sempre. A maioria abandona legendas para confiar em homens e ações, certa de que acertará no futuro. E faz muito bem.
E deve prosseguir assim mesmo. Para tirar melhor proveito futuro em pról das defezas do próprio povo, prestigiando homens de ação e bem intencionados, ao envés de servir de instrumento inocente de carreamento de votos e fortalecimento de legendas, em torno de homens que já deram exuberantes provas de inépcia, incapacidade legislativa ou administrativa e amor pelo povo que se elegeram.
Todas as conquistas são frutos de lutas, como todas as vitórias completas são consequência do aperfeiçoamento de erros passados. É porisso que sempre nos batemos para que os marilienses sejam convinientemente esclarecidos e possam compenetrarem-se de que só a situação da condução de gente às Casas Legislativas, poderá modificar o crônico estado de orfandade parlamentar de Marília.
A União Eleitoral Mariliense, movimento apartidário, no qual se notam marilienses insuspeitamente apolíticos e irretorquivelmente bem intencionados, luta no presente, pela consecução dêsse ideal, cujo fundo é, indiscutivelmente, de grande envergadura patriótica. Prova disso está nas adesões espontâneas com que a U. E. M. vêm sendo cercada e prestigiada.
Movimento de idêntico jaez estão surgindo por diversos outros rincões de nosso Estado, traduzindo, sem sobra de dúvidas, uma contenda política das mais sadias e democráticas, cujo fundo é diretamente municipalista.
Está principiando a ferver o caldeirão da política nacional. Acertos, conchavos, entendimentos, acôrdos e estudos políticos, travam-se à miude.
Nêsse setor, repetimos, Marília deu um apreciável exemplo, com a união PSP-UDN. Exemplo que poderia ser seguido por outras correntes e que deve contar com a colaboração e compreensão do próprio eleitorado local.
Já é tempo de Marília eleger os seus próprios deputados.
Extraído do Correio de Marília de 6 de maio de 1958
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