Já temos quatro candidatos (24 de abril de 1958)

Sabem os leitores que de há muito vimos nos batendo, para que Marília não apresente mais do que dois candidatos a cada posto eleitoral, para o próximo pleito de outubro.

Não porque não tenhamos gente capaz de bem representar nossa cidade, mas porque, simplesmente, vemos num número elástico de candidatos, as possibilidades menores de Marília via a alcançar os seus objetivos, de eleger um representante legitimo.

Temos já quatro candidatos oficiais – dois ao Palácio 9 de Julho e igual número ao Palácio Tiradentes.

Fernando Mauro e Guimarães Toni, concorrerão à Assembléia Legislativa e Aniz Badra e Hélio Scarabótolo à Câmara Federal. É bom que os demais partidos, especialmente os que ainda não definiram e nem tomaram posição real frente à situação em apreço, se compenetrem de que poderão prestar inequívocos e valiosos préstimos a causa em tela, se cerrarem fileiras em torno dos nomes já existentes, evitando-se, assim, a apresentação de novos nomes. Se isto acontecer, diminuirão as possibilidades daqueles já conhecidos, que, por sinal apresentam carater e condições dignas de bem representar nossa cidade, já tendo dado no passado (e continuando a fazê-lo no presente) provas sobejas de amor por Marília.

Mesmo assim, mesmo não surgindo nenhum outro candidato da terra, bom é que os próprios partidos políticos iniciem uma campanha de esclarecimento eleitoral, fazendo ver ao público da necessidade de evitar-se a dispersão de sufrágios, para centralizar os votos em torno dos nomes locais. Só assim teremos alguma possibilidade de alcançarmos um objetivo que representa uma aspiração antiga e que não foi atingida, por incúria de todos nós.

Afirmamos, não há muito, que duvidávamos pudesse existir, um diretório político estadual, que não acatasse razões apresentadas por D. M. local, onde se delineassem os propósitos de renúncia política, em pról dos interêsses de Marília – que devem, sempre, permanecer acima do interêsse partidários. Confirmou-se nossa assertiva, com a decisão do P. S. P., renunciando apetites de ordem política, para colocar em plana de relevo as exigências da cidade. E não venha ninguém dizer-nos, que o P. S. P. –, principalmente seu chefe Adhemar de Barros – não teria interêsse em carrear para sua legenda, algumas centenas de votos, mesmo não concorrendo (com) candidato próprio. Sucede que o diretório local de tal partido, foi capaz de compreender o sentido nobre da campanha pela qual de há muito nos batemos e igualmente foi capaz de bem interpretá-la aos ouvidos do lider pessepista.

Se outras facções políticas fizerem o mesmo, se procederem da mesma maneira e se o povo também, em sua maioria compreender o fundo verdadeiramente mariliense dessa finalidade, podem todos estar certos de que estaremos bem perto de atingirmos os objetivos de um antigo sonho – contar com representantes legitimamente nossos nas Casas Legislativas.

À êsse respeito, necessário se torno o povo “abrir os olhos”, compenetrando-se da importância da questão, votando unicamente em gente mariliense. É certo que o voto é secreto e livre, podendo cada eleitor utilizá-lo de conformidade com o que lhe aprouver, depositando-no em pról de nomes de fóra inclusive. Mas é também certo de que aquêles que são bons marilienses, por naturalidade, ou adoção, bem racionando, convirão conosco de que temos agora uma grande chance para a efetivação dêsse anseio.

Igualmente os partidos políticos, conforme dissemos, devem se ater a compreensão de que um número maior do que o já exi(s)tente de candidatos inscritos, só poderá acarretar dúvidas quanto ao sucesso de vitória de nossa gente.

Já temos quatro candidatos. Bom número, boa gente, homens que estão à altura de bem representar Marília. Convém a não inscrição de outros. O número é suficiente e apresenta probabilidades de sucesso, desde que se encontrem as idéias de há muito divulgadas, batidas e rebatidas.

Extraído do Correio de Marília de 24 de abril de 1958

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