Caixa Econômica Estadual (29 de março de 1958)

Temos abordado nésta coluna, em simples e despretenciosos trabalhos jornalísticos, fatos relacionados à atual administração estadual.

E não temos poupado encômios ao Govêrno do Sr. Jânio Quadros, por reconhecer no atual Chefe do Executivo bandeirante, uma visão administrativa sem precedentes na história de São Paulo.

Sentimo-nos perfeitamente “à cavaleiro” para comentar o assunto, por não pertencer a nenhuma facção partidária e por não possuirmos aquilo que poderia ser chamado de “vêia política”. Sempre que nos ocupamos dêsse pormenor, focalizamos o homem do govêrno em sí e jamais a pessoa.

Um dos fatos que mais nos impressionaram na atual administração do sr. Jânio Quadros, foi o espírito perfeitamente lúcido no setor econômico do Estado. Os reflexos principais déssa linha de conduta administrativa, surgiram à tona nos últimos anos, através do comando firme e da orientação segura imprimida à Caixa Econômica Estadual.

A referida autarquia, apresentou em pouco tempo, u’a metamorfose sem precedentes em toda a sua existência. De um órgão que significava alguma coisa como um “pêso morto” dentro da máquina burocrática e econômica do Estado líder da Federação, avolumando, ano após ano, gigantescos “deficits”, a CEESP principiou a oferecer resultados satisfatoriamente concretos, ultrapassando mesmo as perspectivas mais otimistas possiveis.

Verdade é que a autarquia está sendo dirigida hoje por uma equipe de verdadeiros técnicos nêsse sentido, contando ainda com um grande exército de colaboradores. Ruy de Mello Junqueira, Oswaldo Martins Caldas, Joaquim Alvarez Leite (êste um verdadeiro cérebro da autarquia), e, muitos outros, realizaram um verdadeiro milagre: colocar a CEESP em seu devido lugar, impondo ainda mais a confiança que sempre mereceu do grande público e removendo totalmente o obsoletismo “tradicional” que vinha identificando no passado, a própria vida dessa notável autarquia.

A aplicação consciente e precisa de quantias disponíveis, dentro dos mais variados setôres, ao lado da simplificação de uma série de serviços de atendimento público, inverteram por completo a própria estrutura básica da autarquia. Hoje, a Caixa Econômica do Estado de São Paulo, cujos depósitos são garantidos pelo próprio govêrno estadual, impôs-se no conceito e crédito populares de maneira assombrosa.

A CEESP, por outro lado, está desenvolvendo u’a missão verdadeiramente patriótica traduzindo ações de cunho eminentemente municipalista, vindo ao encontro das comunas interioranas e colaborando diretamente para o progresso dos centros da “hinterlândia”. Centenas de cidades paulistas devem motivos de seu dinamismo, no que tange aos serviços de luz, água, esgôto e mesmo óbras públicas, a empréstimos a longo prazo, obtidos junto à Caixa Econômica Estadual.

No Brasil, desde seu descobrimento, um dos problemas crusciantes tem sido representado pela precariedade e deficiência de nossas estradas de rodagem. A CEESP, nêsse setôr, está prestando uma contribuição inestimável ao progresso interiorano, concedendo verbas fabulosas para a abertura de estradas e pavimentação de rodovias.

“Dinheiro do povo, em beneficio do povo”, o “slogan” corretissimo da mencionada autarquia.

A CEESP financia compras ou construções de casa própria, empresta dinheiro para aquisições de pequenas propriedades agrícolas e faz empréstimos sob consignações em folha, “desafogando” assim orçamentos de milhares de funcionários públicos estaduais, autárquicos, ferroviários e servidores municipais.

Nos govêrnos Adhemar de Barros e Lucas Nogueira Garcez e mesmo nos períodos interventoriais, a CEESP só apresentou “deficits”, mercê de falta de uma orientação segura e um plano condigno de aplicação de fundos. Na atual administração Jânio Quadros, a autarquia referida conseguiu encontrar seu verdadeiro caminho, dentro do setor econômico e verdadeiramente patriótico de suas reais e expressas finalidades.

Gerência e tino administrativo, além de uma colaboração sincera de seus funcionários, desde o mais humilde até o mais categorizado, são os fatores responsáveis déssa agradável transformação, operada ultimamente pela Caixa Econômica Estadual.

Hoje, a CESSP é um exemplo dignificante e uma certeza de garantias públicas do Estado de São Paulo.

Extraído do Correio de Marília de 29 de março de 1958

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