Verba para o Aeroporto (14 de fevereiro de 1958)

Acaba o Governador do Estado, de consignar a verba própria para o asfaltamento da pista do aeroporto municipal de Marília.

Até aí, nada de mais, poderá parecer. Sucede que existe um pormenor digno de atenções nessa providência. É que, no ano passado, quando o “Diário Oficial” publicou as importâncias que seriam endereçadas à diversos municípios interioranos, para o fim em téla, ficou devidamente expresso que a consignação do “quantum” especificado, para nossa cidade, seria liberado em fevereiro corrente. Tal, de fato, vem acontecer.

Em última análise, representa que o sr. Jânio Quadros está cumprindo à risca o que promete, o que não deixa de ser um motivo de agradável certeza nos destinos da atual administração estadual. Principalmente tendo Marília – igualmente como outros centros –, sido vítima, no passado, de uma série interminável de promessas governamentais não cumpridas.

Marília reclamava mesmo, há tempo, êsse melhoramento. Sua flotilha de aviões particulares e emprêsas de táxi-aéreos, por si só, impunham tal necessidade. Ao par disso, nossa cidade é servida pela VASP, importante companhia de transporte aéreo, cujos aviões, conforme é sabido, exigem mais alargamento e conforto (além de segurança) para suas pistas. Sabido é que hoje em dia, os homens de negócios, as pessoas do govêrno, os políticos e todos aquêles que estão integrados ao trepidante modernismo de nossos dias, utilizam-se com frequência do transporte aéreo. Um aeroporto, sem dúvida, passa a ser o cartão de visitas de uma cidade. Demonstra, à primeira vista e ao primeiro contacto com a gente de uma “urbe”, sua grandeza, suas possibilidades, suas realizações – sua grandeza, enfim.

Até aqui, o aeroporto propriamente dito, não tem passado de um “campo de aviação”. E não dos melhores. Casos existiram, em que não se verificaram desastres de grande monta e funestas consequências, mercê da perícia demonstrada por determinados pilotos de nossa cidade. Até gado vacum e cavalar, vez por outra, tiveram o ensejo de “dar uma voltinha” pelas pistas do atual aeroporto, cujo assunto foi, inclusive, focalizado no plenário da Câmara Municipal.

Significa tal acontecimento, uma vitória de lutas de nossos poderes constituidos e de um ról de outras pessoas, que muito batalharam para a concretização dessa medida.

Agora que já foi consignada a respectiva verba para o fim em apreço, mistér é que o prefeito Argollo Ferrão, que jamais tem descuidado dos assuntos de importância de vulto para os interêsses da cidade, exerça sua influência no caso, tomando as ações necessárias, para o abreviamento do inicio dos trabalhos à respeito.

Não resta dúvida, que o caso teve um desfecho satisfatório, atendido – pelo âmbito governamental – dentro do prazo pré-fixado. Justo é que nos congratulemos, ao ensejo, com essa satisfação ao povo mariliense, por parte do Governador Jânio Quadros, como necessário é também, que felicitemos o público local e em especial àquêles que lutaram pela consecução dessa medida, imprescindível, de modo inquestionável, ao próprio progresso e exigências do desenvolvimento e dinamismo de Marília.

Extraído do Correio de Marília de 14 de fevereiro de 1958

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O jogo do bicho (26 de outubro de 1974)

O Climático Hotel (18 de janeiro de 1957)

“Sete Dedos”, o Evangelizador (8 de agosto de 1958)