Juventude Católica de Marília (28 de fevereiro de 1958)

Estivemos ontem visitando diversas obras e empreendimento da Juventude Católica de Marília, organismo de benemérita assistência social e espiritual, dirigido pelos congregados marianos da Paróquia de São Bento.

Percorremos rapidamente a séde da entidade, à Rua Paraiba, 280 e pudemos constatar uma verdadeira revolução de idéias e ações naquêle local. Diversos reparos e ampliações do patrimônio imobiliário estão sendo executados, já quase no período final.

O “Ginásio São Bento”, integrante da Juventude Católica de Marília, passou por radical reforma. Está agora o aludido estabelecimento de ensino médio, com sete amplas, magníficas e bem arejadas classes, com a capacidade média de 40 alunos por unidade de sala de aula. No ano passado, frequentaram o citado estabelecimento educacional, 125 alunos e até ontem, quando ali estivemos, verificamos que o número dos interessados matriculados atingia 306, número êsse possivelmente acrescido durante o dia de ontem e que deverá ser aumentado hoje, último dia para o processamento das inscrições respectivas.

Anexo ao “Ginásio São Bento” funciona também o Jardim da Infância, com duas classes, onde 96 criancinhas estavam matriculadas até o dia de ontem. Tal curso de iniciação ao ensino primário é inteiramente gratuito, inclusive o fornecimento da indispensável sopa escolar.

O “Ginásio São Bento”, agora sob a direção de frades franciscanos, é supervisionado pelo frei Xisto, religioso que em apenas 15 dias de permanência entre nós, foi capaz de demonstrar um tirocínio e ações de trabalho elogiáveis. A primeira preocupação dêsse ilustre sacerdote, foi a ampliação das classes de aula, o arejamento total das mesmas, a reforma da iluminação, construção de uma secretaria e de amplas e modernas instalações sanitárias, distintas, para alunos e alunas.

Além disso, procedeu a reforma do refeitório, à titulo precário, enquanto não se processa a construção de um outro, mais amplo e moderno. O pátio será todo ladrilhado, para manter-se melhor as condições higiênicas do estabelecimento que está agora repintado.

Até nos quadros negros do estabelecimento foram introduzidos melhoramentos modernos. As lousas são tôdas côncavas, semelhantes às chamadas télas “panorâmicas”, de modos a propiciar facilidade e perfeita visão aos alunos, em quaisquer ângulos ou localização das classes.

Os cursos ginasiais do aludido estabelecimento funcionarão nos períodos diurno e noturno, facilitando assim, de tôdas as maneiras as mais diversas classes estudantis, e, propiciando meios de haurir as luzes da ciência, também pela mocidade que é obrigada a trabalhar durante o dia.

Um completo curso de datilografia funcionará anexo, à preços módicos. Além disso, um Curso de Admissão ao Ginásio, funcionará durante todo o ano letivo, cobrando-se por isso, a módica mensalidade de 50 cruzeiros.

Todo o corpo docente já está contratado para o período escolar óra se iniciando. Nossa reportagem conseguiu anotar, dentre outros, os seguintes nomes dos mestres que emprestarão seus concursos às diversas matérias do “Ginásio São Bento”: Cônego Francisco Rodrigues Barbosa (português e latim), Luiz Barreto de Carvalho e Ângelo Baldi (francês e inglês), Dirceo Benedito Bertolotti (matemática), Armando A. Melo (geografia), Amaury Pacheco (história), Nelson Rino (desenho e trabalhos manuais), Manuel Antônio Sernache (português) e Augusto Lopes Romeiro (educação física).

Ao percorrermos as instalações referidas e ao ensejo do ligeiro “bate papo” que travamos com o frei Xisto, padre Manoel e vice-presidente da Juventude Católica de Marília, sr. José Lozano, ficamos convencidos de que um grupo de bons marilienses está realizando muito entre nós, em pról do ensino cientifico, técnico e espiritual.

Nossos parabéns, portanto, à essa plêiade de entusiastas espiritualistas e idealistas, batalhadores incansáveis e intransigentes das causas do ensino e assistência social e espiritual de nossa cidade. A Juventude Católica de Marília é um exemplo vivo de um trabalho digno e magnífico.

Extraído do Correio de Marília de 28 de fevereiro de 1958

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