Marília precisa de um ambulatório do IAPC (17 de janeiro de 1958)

Falando em tese, supomos, que não existam razões plausíveis, que justifiquem certos descasos, praticados por diversos institutos de previdência, aposentadoria e pensões ou caixas beneficentes, para com seus contribuintes, especialmente os interioranos.

Os que militam na imprensa, chegam a aborrecer-se, tantas são as queixas à respeito conhecidas. A maioria ostenta procedências irretorquíveis.

No entanto, para aqueles que conhecem as leis originárias que criaram a série dêsses IAPS, o assunto causa espécie. Isto, porque, em sua essência, a lei é completa, bem intencionada, esplêndida. Na sua aplicação é que costuma aparecer o “nó górdio” da questão.

Os institutos, em geral, amealham arrecadações fabulosas anualmente. Dispõem, sem sombra de dúvida (embora algumas direções tenham asseverado o contrário), de meios (e obrigações) para melhor e mais efetivamente prestar auxílios concretos aos seus contribuintes obrigatórios. E não se completam, desgraçadamente.

Citemos, por exemplo, o caso do IAPC em Marília (deixando de lado outros órgãos nas mesmas condições): Até novembro último, a estimativa de arrecadação das contribuições devidas ao aludido Instituto, foi calculada em 8 milhões de cruzeiros, em números redondos. Ultrapassou muito essa apreciação prévia, atingindo 12 milhões, em números também redondos. Portanto, verificou-se um acréscimo de arrecadação de 25%.

Agora, perguntamos: Seria um favor ou uma obrigação, o mencionado organismo “premiar” nossa cidade, com um moderno e eficiente Ambulatório Médico, à exemplo dos existentes nos grandes centros interioranos? Seria pedir muito ao Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários, nêsse sentido? Não terá o IAPC obrigações legais à respeito? Ou será que existe alguma “peninha” de carater político, para atrapalhar a concretização dessa necessidade?

O fato é que o IAPC tem essa dívida para com a classe comerciaria mariliense e ninguém poderá negá-la.

Gostaríamos que a alta direção do mencionado instituto viesse à público esclarecer as razões do “por que” ainda Marília não foi beneficiada com êsse melhoramento tão imprescindível e de carater inexplicavelmente inadiável.

Uma classe que contribui com mais de 12 milhões de cruzeiros anualmente, deve, sem dúvida, merecer do IAPC, não gentileza, mas sim apenas, a execução de direitos. Isto, pensamos, não está acontecendo.

Ao ensejo dêste comentário, que é antes de tudo rotineiro trabalho jornalístico, desejamos fazer um apêlo veemente, em nome dos comerciários marilienses, à alta direção do IAPC, para que volte suas vistas para nossa cidade, determinado estudos (quase desnecessários) e providências (indiscutivelmente necessárias), no sentido de ser a cidade dotada com um Ambulatório Médico, moderno e capaz, eficiente sobretudo.

Ao que nos consta, até um terreno destinado ao fim em tela, já existe em nossa cidade. Para não fugir à regra de quase tudo o que tem cunho “oficial”, deverá estar “mofando”, ou criando “cobras e lagartos”.

Voltaremos ao assunto em época oportuna.

Extraído do Correio de Marília de 17 de janeiro de 1958

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