II Festa dos Jornaleiros (15 de janeiro de 1958)

À exemplo do ano passado, promoverão êste ano, a Rádio Dirceu e o “Correio”, em colaboração, a II Festa do Jornaleiro mariliense.

O acontecimento está marcado para o próximo dia 26 e deverá revestir-se, com toda a certeza, do mesmo sucesso anterior. Para isso, já vem contando a Comissão competente, com uma série de adesões, das mais significativas, por parte de grandes personalidades e autoridades de nossa “urbe”.

Não ha negar de que o sentido de tal homenagem, encerra, antes e acima de tudo, uma deferência toda humana e especial, com a qual se procura render um pequeno tributo de reconhecimento, à uma classe humilde por excelência, prestativa, simpática e sempre benvida.

Os garotos que entregam os jornais à domicilio, são sem dúvida os mensagem da simpatia, cuja visita é ansiosamente aguardada em todos os lares – ricos ou póbres –, cuja recompensa, regra geral, quasi nunca passa de um simples “muito obrigado”. Faça chuva ou sól, frio ou calor, o jornaleiro tem u’a missão a cumprir e sabe desempenha-la com galhardia, desenvolvendo uma atividade de aparência pequena, porém de grande elevação significativa. A prova disso, são as queixas e as “broncas” exteriorizadas pela parte interessada, todas as vezes que o menino jornaleiro comete u’a “mancada” ou atrazo.

Por excelência – excelência que póde ser desdita mas nunca desdouro –, o jornaleiro é humilde e póbre, oriundo de família também humilde e póbre. Justo a que se recompense, pelo menos uma vez por ano, seu trabalho do ano todo. Merecido é que se lhe renda um preito de gratidão, convivendo com ele algumas horas, proporcionando-lhe alguns momentos de alegria, alguma certeza de que nós, os que não somos jornaleiros – muitos dos quais fomos, no pretérito –, proporcionaremos aos mesmos, um motivo de estímulo, fazendo nascer em seus coraçõeszinhos, u’a mais acentuada chama de confiança e de fé nas futuras lutas, dentro do mistér de levar diariamente aos lares marilienses, as notícias e as informações traduzidas em letras de fôrma.

Igualmente, aos adultos jornaleiros, quer sejam aqueles que permanecem nas bancas especializadas, quer os outros, que nas esquinas e nos passeios, vendem jornais e revistas para substituir honradamente.

O vereador Nasib Cury e o vice-prefeito Otávio Barreto Prado, foram algumas das primeiras pessoas que acorreram prontamente, no sentido de prestigiar e colaborar com a II Festa do Jornaleiro, como tinham feito por ocasião da primeira. Outras pessoas e autoridades, estão tambem emprestando seu apôio. O comércio e a indústria, por certo, como no ano passado, far-se-ão presentes, colaborando com éssa solenidade, pequena para os que a tributam, porém grandiosa e significativa para os que a recebem.

Até S. Excia. Revdma., D. Hugo Bressane de Araujo, prestigiou e abençoou, no ano passado, a classe dos jornaleiros de Marília. Novamente, com aquela tradicional e costumeira boa vontade, terão os jornaleiros marilienses, no próximo dia 26, por ocasião de sua festa, a presença agradável e confiante de nosso Bispo Diocesano.

Aquí lançamos, portanto, nosso apêlo aos bons marilienses, indistintamente: colaborem com o “Correio” e Rádio Dirceu, auxiliando-nos na obtenção do êxito total nesta II Festa do Jornaleiro.

Eles a merecem.

Extraído do Correio de Marília de 15 de janeiro de 1958

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