Cavalos e cabritos (7 de dezembro de 1957)

A propósito de uma reclamação que nos foi dirigida por um leitor dêste jornal, lembramo-nos do susto que passamos u’a noite destas, quando quasi “atropelamos” um cavalo que se encontrava sobre um passeio, numa esquina escura da Rua Cel. Galdino.

Caminhavamos distraidamente, e, ao cruzar a esquina, por pouco não “colidimos” com o pacato animal. Confessamos, que, nas circunstâncias como se verificaram os fatos, levamos um susto regular.

Recordamo-nos ainda do “cavalo vira lata” citado por nós, ha muito. Hoje parece que desapareceu.

Mas, como iamos dizendo, um leitor nos procurou. Para formular uma queixa contra o serviço competente da municipalidade. Móra o aludido cidadão, no populoso bairro de Vila Palmital. Lá, conforme asseverações de nosso informante, cavalos, cabritos e outros animais, sem contar com as manilhas de cães sem dono, estão ponto em polvorosa e desassossego os moradores de Palmital.

Além do descaso na detenção desses animais, existem outros fatos que estão a reclamar as providências da Prefeitura e que dizem respeito a estagnação de águas fétidas em diversas ruas do mencionado bairro.

O informante nos confessava, com visível revolta, que se não residisse em casa própria, de ha muito teria se transferido de moradia. Não fomos verificar a veracidade das informações, porque acreditamos na pessoa que nos procurou. Álias, não é segredo para ninguém, as anomalias referidas, em diversos pontos da cidade. Apesar de que a autoridade municipal está atacando, dentro de suas intenções e das possibilidades de suas forças, o terreno da instalação de guias e sargetas e da extencao da rêde de água e esgoto, muitos pontos da “urbe” apresentam tais exigências.

Enquanto as providências a respeito não encontram solução final, bom seria que se tomassem medidas capazes de evitar-se a paralisação de águas servidas e empossadas nas ruas sem calçamento, acarretando uma fedentina incrivel e colocando em perigo a saúde da população.

Por outro lado, providencias acerca de cavalos e cabritos nas ruas dos bairros, devem tambem fazer-se concrétas, inclusive com punições aos desrespeitadores dos preceitos legais. Afinal, Marília é uma cidade moderna, civilizada, dinâmica. O forasteiro que perceorrer os bairros da periferia, por certo ha de pensar alguma coisa errada acerca das providenciais municipais, vendo o abandono de certas ruas e o “dolce far niente” de vários tipos de animais soltos.

Não ignoramos que o Sr. Prefeito Municipal tem inúmeros problemas de maior monta a resolver. No entanto, sabemos, por outro lado, que existem na municipalidade determinados órgãos auxiliares, que tem a responsabilidade de cuidar desses assuntos. À eles é que endereçamos a reclamação que nos foi dirigida.

Extraído do Correio de Marília de 7 de dezembro de 1957

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