Parques Infantis (12 de novembro de 1957)

Na votação da proposta orçamentária municipal para 1958, aprovou a edilidade mariliense uma oportuníssima emenda de autoria do reverendo Álvaro Simões. A reconsignação de uma verba de um milhão de cruzeiros, destinada a construção de Parques Infantís em nossa cidade.

Como sabem todos, Marília possui um único Parque Infantil – diga-se de passagem, moderno e bem aparelhado. No entanto, insuficiente para atender as necessidades locais e difícil para muita gente interessada, uma vez que a densidade demográfica da “urbe” está de há muito a exigir novas localizações dêsse melhoramento imprescindível, em outros pontos da cidade.

Os parques infantis, hoje em dia, não são privilégios de filhos de ricos, como possa alguém assim pensar. Nesses recantos, tantos filhos de ricos como de pobres, pretos ou brancos, encontram um ambiente sadio e alegre, uma vida ao ar livre, a prática de esportes e a leitura de bons livros, ao lado de brinquedos adequados e uma alimentação suplementar sadia e bem dosada em calorias e vitaminas. As crianças aprendem a camaradagem entre sí, a respeitar as professôras e o contacto com gente estranha, o que não acontece com aqueles criados dentro de casa. Arejam as mentes e distraem o corpo, através de uma série de brinquedos próprios e seguros, sempre supervisionados pelas mestras atenciosas e orientadoras.

Aquêle que se der ao trabalho de passar algumas horas no atual Parque Infantil, poderá constatar o que estamos afirmando e sentirá, logicamente, uma satisfação agradecida o ter Marília um recanto dêsse porte, para folguedos necessários da petizada mariliense.

Nossas congratulações com o autor da mencionada emenda e com a edilidade em geral, pela compreensão demonstrada na votação da mesma. Isso prova que os legisladores marilienses compreendem perfeitamente a situação das crianças de hoje – os homens de amanhã –, voltando para o mundo infantil, tambem suas carinhosas providências.

Da formação e educação das mentes infantis dependem o brilho das ações dos homens do futuro.

Marília, como já dissemos, precisa de mais parques infantis. Em diversos pontos da cidade, para favorecer as crianças de variadas zonas residenciais.

A verba de um milhão de cruzeiros, no entanto, poderá ser insatisfatória, se tiver a municipalidade que adquirir terrenos para a construção de novos empreendimentos como o referido. Bom seria que alguns marilienses proprietários de grandes áreas da cidade, doassem ao município, para êsses fins, glebas próprias. Aliás, já temos um exemplo dêsse porte, executado pelo Comendador Dr. Cristiano Altenfelder Silva, o “Cidadão Mariliense de 1956”, uma vez que S. S. já doou um quarteirão de sua propriedade, na Vila Palmital.

Bauru, ao que nos consta, possui nada mais nada menos do que meia dúzia dêsses recantos, a maioria construida sob a atual administração da “cidade sem limites”. É um exemplo elogiável, sem dúvida.

O primeiro passo foi dado, graças a iniciativa do reverendo Álvaro Simões, com o apoio integral da totalidade da Câmara Municipal. Esperemos a possibilidade de uma colaboração particular tambem. As crianças marilienses merecem essa deferência.

Extraído do Correio de Marília de 12 de novembro de 1957

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