Um Deputado Mariliense (12 de setembro de 1957)

Não poucas pessoas nos têm instado a prosseguir com a campanha que vimos desenvolvendo, no sentido de esclarecer devidamente o eleitorado mariliense, para que este tenha bem viva na consciência, a lembrança da necessidade que temos, em eleger, no mínimo, no próximo pleito eleitoral um cidadão de nossa terra.

Em verdade, jamais desistiremos da idéia. Queimaremos o último cartucho a respeito. Sabemos que poderemos perder desta vez, como já perdemos no passado. Sabemos, por outro lado, que muita gente pouco se importa com os destinos e as urgências futuras de Marília, muito embora por aí ande a ufanar o peito e clamar que é mariliense. Não importa. O caso e de consciência, de reconhecimento.

Os partidos políticos podem não estar de acôrdo com o nosso ponto de vista, porque ou pretendam ter eles seus candidatos próprios, ou porque tenham necessidade de seguir determinações partidárias elaboradas “de cima”. Os partidos podem assim agir mas o povo nem sempre é obrigado a segui-los. Quem faz os partidos é o eleitorado e este sabendo o que deseja e tendo seu ponto afirmado e o propósito firme de mandar ao Palácio 9 de Julho um mariliense, de nada valerão os acertos e os entendimentos políticos. Urge, portanto, que o povo se precavenha e atente para necessidade de ter seu lidimo advogado no Parlamento, uma vez que até aquí, Marília têm sido órfã nas assembléias.

Continuaremos repetindo aquilo que sempre afirmamos neste canto de página, para que não pairem dúvidas acerca de nossa caminhada, de nosso ponto de vista: nestas colunas, não daremos guarida a nenhum candidato de fóra e combateremos os locais, se o número de candidatos ultrapassar a dois. Isto, porque iremos perder tempo, iremos incorrer nos erros anteriores.

O eleitorado mariliense está suficientemente esclarecido e tem exemplos marcantes do passado, para saber reparar em tempo hábil, os enganos cometidos. A dispersão de votos, em pról de candidatos alienígenas deverá registrar esta vez índices relativamente menor. Os próprios “cabos eleitorais” improvisados, esses que mais aparentam alimentar interesses pessoais, estejam “com as orelhas em pé”, porque os próprios marilienses bem intencionados e verdadeiramente amantes desta terra, estão “de olho” naquelas pessoas, já conhecidíssimas.

Pensamos ser injusto, o mariliense – autêntico ou genuino –, que aquí vive e aquí reside, sair a rua, para apregoar nomes alienígenas de “doutores promessas” e “caçadores de votos”. Não que pretendamos impedir tais acontecimentos, mas apenas alertas o dever de consciência do fato. Tambem não temos a pretensão de coagir o eleitorado ou obstar direitos de qualquer cidadão. Estamos apenas fazendo a lembrança. Os que a aceitarem, terão prestado um favor e um reconhecimento, não à nós, mas sim à Marília e seu próprio povo.

Extraído do Correio de Marília de 12 de setembro de 1957

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