Questão de ponto de vista... (14 de agosto de 1957)

Muita gente está conosco, na luta que empreendemos, em pról da eleição de, no mínimo, um candidato mariliense, à deputação estadual nas próximas eleições. Algumas pessoas, teimam ainda em manter pontos de vista divergentes. Respeitamos o modo de pensar de qualquer um, mas defendemos o nosso ponto de vista, dentro dos mesmos princípios democráticos avocados por aquêles que nos contrariam.

Estamos em condições de assim proceder. Não temos preferências por nomes locais e sim apenas interêsses por gente de nossa cidade, ao invés de candidatos alienígenas. Não pretendemos favores, agora ou mais tarde, dos futuros candidatos, sejam da terra, sejam de fora. Nossos desejos, são aquêles multi-repetidos: os de levarmos ao Palácio 9 de Julho e se possível ao Palácio Tiradentes, marilienses que tenham amor à sua cidade e ao seu povo. Que tenham a obrigação irretorquível e indiscutível de defender nossos legítimos interêsses, para que possamos, no futuro, pleitear nossos direitos, sem mendigar favores. Apenas isso. Desejar servir Marília, prestando essa colaboração de esclarecimento, lembrando e aconselhando o eleitorado mariliense a sufragar nomes de legítimos marilienses não é nenhum ato de forçar ou envergar o direito ou a consciência do voto. Pelo contrário, é um ato que reputamos obrigatório de nossa parte, como elementos de imprensa.

Pensamos que muita gente que nos combate, alimenta interêsses próprios, sob qualquer forma. Não estamos forçando ninguém a votar em marilienses e sim aconselhamos e estranhamos a atitude daquêles que nos combatem, defendendo, indiretamente, gente de fora, fazendo-nos acreditar em calcantes interesses secundários. Existe muita diferença entre “lembrar” e “forçar”.

Mesmo que não tivéssemos recebido as manifestações de apreço e aplausos pela caminhada encetada, mesmo que ninguém tivesse pensado de modo contrário, mesmo que tivéssemos um irmão que fosse candidato a posto eletivo e residisse fora, manteríamos nosso atual ponto de vista.

Poderemos perder a questão, porque já perdemos no passado. Continuaremos lutando, porque entendemos digna e nobre a luta. As manifestações de apreço que têm chegado ao nosso poder e mesmo ao conhecimento da direção do jornal, não se parelham ao pequeno número dos que pensam de modo divergente.

Continuamos ainda na expectativa de pronunciamento dos diretórios políticos locais, não para nosso bem pessoal, mas para o próprio bem da cidade e do povo marilense.

Só uma coisa, embora muito nos esforcemos, não conseguimos compreender: que exista entre nós, autênticos marilienses, que nos combatam nessa idéia, defendendo, indiretamente, “ipso facto”, gente de outras plagas!

Nossa “novela”, como já afirmaram, em pról do candidato de Marília, prosseguirá ainda. Questão de ponto de vista...

Extraído do Correio de Marília de 14 de agosto de 1957

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