Tipos curiosos (11 de maio de 1957)

Focalizou nosso colaborador Lauro Vargas, num de seus artigos, a variedade de tipo de leitores que ocorrem ao jornalista, buscando informações diversas, às vezes até estapafúrdias.

Realmente, isso sucede à miude. Ou por cartas, ou por telefone, ou pessoalmente, somos procurados pelos nossos poucos leitores, para dar solução a problemas que escapam por completo a nossa alçada e tambem às nossas modestas pretensões.

Ainda ontem, um cidadão que por sinal pertence a um Diretório político local, fazia tremenda pressão para que dessemos nosso ponto de vista pessoal, acerca da pessoa (ou personalidade) do Deputado Carlos Lacerda, que amanhã estará em Marília.

Um outro convidou-nos para uma festa de aniversario tentand “jogar-nos na fogueira”, num discurso proferido perante eminente político local.

Há tambem os que gostariam que dissessemos algumas “verdades” ao Sr. Prefeito Municipal ou ao Presidente do MAC.

Muita gente desse tipo deixa-nos “matutando” se realmente seria essa a nossa missão, ou se estamos errados em nossa trajetória. É mais provável que estejamos certos, pois se fossemos aquiescer a pedidos extravagantes como esses, indiscutivelmente de interesses pessoais, por certo estaríamos fazendo papel de “táboas de bater roupa”.

A verdade é que nos apraz ouvir lamúrias e “sugestões” dessa natureza, porque, de um ou outro modo, se não significar chacótas sobre nós, representam que desfrutamos de um “poder” por nós desconhecido.

É claro, que ao par dessas passagens, muita gente tróca idéias sólidas conosco, discutindo democraticamente e com bases muitas questões de interesse geral. Gostamos que isso continue a acontecer, pois às vezes, muitas de nossas crônicas inspiram-se na tróca de idéias com nossos amigos e leitores.

Existem, realmente, os tipos curiosos citados na crônica do Lauro Vargas. Isso sem contar com alguns que jamais foram nossos verdadeiros e comprovados amigos, mas que são capazes de cercar-nos na rua, para solicitar “endosso” em algum “papagaio”. E quando nos falam em “papagaio” não esperamos mais nada: tratamos imediatamente de “voar” (para longe, é lógico!).

Extraído do Correio de Marília de 11 de maio de 1957

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