A instalação da Faculdade (28 de maio de 1957)

O diploma legal criando a Faculdade de Filosofia Ciencias e Letras em nossa cidade, já é uma realidade, como todos sabem. Os primeiros passos foram dados, premiando dois lustros de luta dos marilienses, que, por todos os meios e com todas as suas forças vinham defendendo tal reivindicação justa e necessária ao próprio povo, não só de Marilia, como tambem da própria região.

A lei condicionou a instalação, no edifício em construção do Educandário “Dr. Bezerra de Menezes” de nossa cidade. Posteriormente, segundo sabemos, existiu um manifesto interesse para que tal curso oficial superior fosse instalado no prédio da Av. Vicente Ferreira, onde ha tempos funcionou a Fiação de Seda do Comendador Cristiano Altenfelder Silva.

Quer nos parecer que a situação ainda está no mesmo pé, apesar de que já estamos no meio do ano e a Faculdade deverá funcionar em 1958.

Tivemos a oportunidade de manifestar, a respeito, o nosso ponto de vista: Não somos contra a instalação da Faculdade no “Bezerra de Menezes”. Somos contra o processo pelo qual será efetivada a medida, uma vez que o problema será contornado e não solucionado, já que decorrido um certo período de tempo, terão as autoridades responsáveis que ver-se à braços com um problema mais sério: a compra do prédio ou a compra de outro local. Ora, se temos que fazer a despesa obrigatória, por que não faze-la de uma só vez agora? Por que atenuar o assunto, para deparar-se com o mesmo problema no futuro? Mais claramente: Se a Faculdade foi instalada no Educandário, mediante cesão das salas por determinado número de anos, expirado o compromisso, terá a municipalidade que entregar os cômodos (reformados, é lógico) e iniciar novamente (a) luta de agora – a localização de outro ponto.

Assim, em nosso entender, ou o prédio deverá ser adquirido em definitivo, ou deverão consumar-se os entendimentos já existentes de ha muito com o Comendador Cristiano, tendo, nesse caso, que ser procedida emenda à lei que criou a referida escola e que estabeleceu condição precípua de sua instalação.

No entanto, o principal motivo dessa crônica não é bem a questão do local da instalação da Faculdade de Filosofia e sim o de saber em que pé estão as providencias a respeito. Quer nos parecer que a questão, apesar de toda a sua importância, continua meio “crúa”. O tempo para a realização déssa monta, é relativamente curto e se deixarmos “ficar como está”, teremos que clamar mais tarde.

Gostaríamos que a Comissão incumbida desse empreendimento esclarecess(e) ao público, principalmente aos estudantes e aqueles que sempre se interessaram pela consumação da medida, os pormenores das providências que a respeito foram tomadas.

Extraído do Correio de Marília de 28 de maio de 1957

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