Educação e Civismo (4 de maio de 1957)

Não somos e nem pretendemos tornar-nos reformadores ou conselheiros, especialmente para aqueles que não tomaram em criança, o chá da educação. Acontece que certas ocasiões, temos urgência em registrar fatos verdadeiramente degradantes, como alguns que presenciamos na última terça-feira, quando da ocasião do desfile varzeano pela principal artéria da cidade.

Algumas pessoas, numa demonstração inconteste de falta de educação e de civismo, tiveram procedimentos censuráveis, quando vaiaram, riram e assobiaram para algumas das respresentações esportivas que pela Av. Sampaio Vidal estavam desfilando.

Não deveriam, jamais, ter assim procedido. Aqueles que não gostaram do desfile, deveriam, honestamente, abandonar o local, ao invés de agir dessa maneira. Afinal, os rapazes e as mocas e mesmo as crianças que estavam colaborando com a Liga Municipal de Futebol e desfilando na véspera da realização do torneio início varzeano, são verdadeiros desportistas, amantes das causas do desporto da cidade, e, não, em nenhuma hipótese, artistas de circo (para não dizermos palhaços, conforme alguns malcriados chegaram a confundir tais pessoas.

Foi um espetáculo chocante, que talvez tenha passado despercebido pela maioria da multidão que se postou ao longo da Av. Sampaio Vidal. Foi u’a minoria, graças a Deus. Alguns molecótes mal educados – alguns cafajestes, seria o melhor têrmo.

Riram de muitos que estavam desfilando, confundindo, como seria de esperar-se, os participantes déssa parada. Arrancaram protestos muito naturais, daqueles que têm em realidade educação e civismo.

Foi uma pena, tal acontecimento. Foi uma pena, porque devem ter ficado muitíssimo mal impressionadas, algumas pessoas de fora que porventura se encontravam na principal artéria, presenciando o desfile.

Afinal, os trabalhos dos desportistas que dirigem a Liga Municipal de Futeból, são de maior monta e de maior responsabilidade do que póssam pensar aqueles que são menos avisados. Tambem os que desfilaram, temos a certeza, o fizeram obedecendo os princípios de esportes e de colaboração ao acontecimento de todos os anos.

Criancinhas que se prestaram como “balizas”, serviram de mófa para um pequeno número de maus marilienses, numa demonstração desagradável, por parte de determinados grupinhos de gente malcriada.

Tudo isso é natural, poderão dizer os leitores. Concordamos, que seja natural, para os que não têm educação esportiva e nem educação cívica.

Não iríamos protestar desta maneira, se não tivessemos ficado revoltados com um fato ocorrido a respeito: Algumas bandeiras de clubes foram vaiadas; e ao lado déssas bandeiras, figurava, altaneiramente, o Pavilhão Verde e Amarelo!

Extraído do Correio de Marília de 4 de maio de 1957

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