Dia das Mães (12 de maio de 1957)

Hoje, segundo domingo do mês de maio, comemoramos condignamente o transcurso do Dia das Mães.

Das incontáveis e justas homenagens, que habitualmente procuramos tributar a alguma pessoa, é, sem dúvida, o preito de gratidão que rendemos à Rainha do Lar, o de maior expressão, o de maior sentimento de ternura, amor e reconhecimento.

Render uma homenagem sincera e merecida àquelas que tiveram a ventura de legar-nos a própria existência, é o mínimo que poderíamos fazer, para provar o nosso real amor e a nossa imorredoura gratidão.

Curvamo-nos, neste momento, ante a realidade dos fatos: sentimos dificuldades imensas para delinear sentimentos tão excelsos e tão sublimes. Achamos difícil traduzir em letras de fôrma, tudo aquilo que domina nossos corações, fazendo transbordar a ternura que nos cobre a alma, para exteriorizar alguma coisa que sabemos sentir e não podemos explicar claramente. Não sabemos explicar nitidamente, porque não existem meios possíveis para que consigamos externar, em verdade, quão grande é o nosso carinho, o nosso amor, o nosso tributo de estima e ternura, por aquelas que, dentro da simplicidade de sua alta missão na terra, continuam sendo pequenas a despeito de sua grandeza espiritual.

Zaratustra, o grande Zaratustra, conseguiu expressar-se de maneira mais ou menos aproximada da grandeza daquelas que são mães, dizendo: “Um pai vale mil filhos e u’a mãe vale mil pais”.

É imensurável a grandeza e a majestade do coração de u’a mãe. Não pode ser medido e nem pesado, o amor daquelas que acalentaram-nos em seus ventres, amamentaram-nos em seus seios, trataram-nos com desvelo, carinho, amor, dedicação e despreendimento ímpares, para as quais, nossas idades ou nossas condições de vida, não influem nem arrefecem um átomo sequer do verdadeiro amor sentido desde a hora em que viemos ao mundo.

Sacrifícios sem conta, noite de vigília, esforços até sobre-humanos, desfazem-se das mentes das mães, com um simples sorriso de um filho. Ela não sente canseiras e nem desfalecimentos, quando o filho está doente. Ela não sente sono e são capazes de permanecer indefinidamente à cabeceira do filho enfermo. Suas vidas estão sempre voltadas para aquêles que foram oriundos de suas próprias entranhas.

A sociedade pode relegar o filho, a justiça pode puni-lo, a guerra pode tragá-lo em sua fome voraz de homens loucos. Todos podem vilipendiá-lo, espezinhá-lo, difamá-lo, combatê-lo. Todos podem renegá-lo, incompreendê-lo. Todos, menos a mãe. O amor de mãe não tem fronteiras, não tem limites. É alguma coisa de sagrado.

Nunca aquêles que têm a ventura de possuir a mãe viva, estarão sozinhos. Sempre haverá algum a seus lados, sejam quais forem as situações, sejam quais forem as dificuldades ou os perigos. Só os corações das mães possuem essa grandeza indestrutível da solidariedade.

Só as mães sabem compreender a sensibilidade humana, porque só elas foram predestinadas por Deus a dar vida ao homem.

É por isso, repetimos, que nos curvamos ante a realidade, confessando nossa insignificância para relatar com minúcias e pormenores, a grandeza de alma daquelas sublimes criaturas, cujo desvelo e amor são ilimitados. É por isso que nos curvamos diante da majestosidade verdadeiramente celestial daquelas que são mães.

Ao comemorar-se hoje o Dia das Mães, desejamos associar-nos com tôdas as manifestações de carinho e apreço que serão tributadas à Rainha do Lar, rendendo também o nosso preito de admiração e amor sacrossanto às mães de todo o mundo, nas pessoas das mães marilienses.

Extraído do Correio de Marília de 12 de maio de 1957

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