Ainda a COMAP local (18 de maio de 1957)

Por intermédio de algumas dezenas de jornais de diversos pontos do Estado, ficamos inteirados de que não são poucas as cidades que estão em franca luta pela reorganização das respectivas COMAPS. Se tal está acontecendo, sinal é que a maioria do povo interiorano, saturado com o angustiante desnível de custo de vida, alimenta ainda uma quase ilimitada confiança e mesmo esperança, num controle perfeito e numa fiscalização bem orientada, dos preços das utilidades e gêneros de consumo.

Efetivamente, pensamos que uma COMAP bem orientada e dedicada, só poderá trazer benefícios, porque, embora contendo entre nós um grande número de comerciantes sensatos, não há (como) negar que existem outros, indiscutivelmente, algo mais gana(n)ciosos e desmedidos.

Por outro lado, os trabalhos de tal organismo não irão prender-se unicamente ao serviço de fiscalizar os preços de venda, mas também de compra, ou os “bicos” de certos intermediários, alem de servir de legitima advogada dos interêsses gerais, frente aos órgãos de instância superior, inclusive a Prefeitura e mesmo outras esferas mais elevadas nas Capitais.

Algumas vezes, anteriormente, temos nos ocupado do assunto. A COMAP, em Marília, positivamente, jamais conseguiu plenar tudo aquilo que da mesma se esperava. Não sabemos os motivos exatos, mas continuamos com o nosso ponto de vista de que a citada Comissão, se integrada pelos nomes indicados pelo sr. Prefeito e já divulgados por nós, querendo, poderá muito fazer em beneficio de todos os marilienses.

Acontece, que mesmo tendo os nomes sido submetidos a aprovação devida, a situação entre nós está ainda no marco zero. É de lamentar-se e até certo ponto de estranhar-se a morosidade da ultimamente do fato, que, sem dúvida alguma, significa interêsse geral.

Procuramos ouvir pessoa cujo nome foi indicado para membro da COMAP e fomos informados que a situação está “na mesma”, isto é, o organismo não foi oficialmente organizado e nem seus membros empossados.

O sr. Prefeito Municipal, por certo, apesar das múltiplas ocupações e preocupações decorrentes de seu alto cargo, irá novamente interessar-se pela questão, apressando a satisfação da medida. Pelo menos, isto esperamos.

Extraído do Correio de Marília de 18 de maio de 1957

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