Prevenindo (6 de abril de 1957)

“Onaur”

O excelente cronista José Arnaldo, vem, desde algum tempo, abordando um assunto que de modo algum deve ser desperezado.

Trata-se das futuras eleições para deputado que deverão ocorrer, daquí a uns 18 mêses, mais ou menos.

Alguém poderá dizer que ainda é muito cêdo para tratar do assunto, mas nós achamos que não. Precisamos deste já ir alertando o eleitorado de Marília, para que não se repita outra vez, o erro cometido em eleições passadas, quando, em vez de votarem em gente nossa, gente que sente conosco as necessidades do municipio, votaram em forasteiros que aquí vieram com bonitas palavras, mas que depois de eleitos, esqueceram-se completamente de Marília.

Uma das tarefas mais árduas será a de convencer o eleitorado de que ele deve sacrificar o seu partido, em beneficio da cidade. Dizemos isto porque há inúmeros eleitores que não se preocupam com as qualidades pessoais de um candidato. Para êles, basta que o fulano seja indicado pela sua legenda e pronto: terá seu voto. Êsse é um dos pontos fracos do eleitor que o político habilmente explora e que causa a dispersão de votos.

Busquemos no passado exemplos para orientar o futuro.

Convém lembrar a magnífica votação que teve um certo candidato, aqui em Marília, em eleições passadas, sòmente porque seu nome fôra indicado como candidato oficial de um partido. Pois bem, depois de eleito, êsse digníssimo senhor, fez tudo que esteve ao seu alcance para o progresso e prosperidade de... Garça.

Um outro candidato, que aliás era uma candidata, fez um boa safra de votos por aqui só por influência do sobrenome, enquanto isso os votos endereçados aos candidatos da terra ficaram perdidos, por culpa única e exclusiva dos que votaram na deputada que nada fez.

Crêmos que já é tempo de pôrmos um paradeiro nessa insensatez.

Vamos votar certo, escolhendo um mariliense que conheça nossos problemas para envia-lo a defender nossos interesses.

Não importa que ele venha do P.T.B., da U.D.N., do P.S.P. ou de que partido vier, o que importa é que ele seja daqui mesmo.

Nós eleitores marilienses, já temos número suficiente para mandarmos um representante ao Palacio 9 de Julho e o faremos, não por interêsses políticos mas por amor à Marília.

Se nos permitirem voltaremos ao assunto.

Extraído do Correio de Marília de 6 de abril de 1957

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