Marília e a COMAP (12 de março de 1957)

Segundo informações que dispomos e conforme já divulgamos através dêste jornal, o sr. Prefeito Municipal irá submeter à aprovação da COAP, para a lavratura do respectivo nomeativo, a lista dos nomes que irão integrar a COMAP local.

Assim, pois, dentro em breve, teremos revivida a COMAP local, cujas finalidades, se bem cumpridas, só poderão trazer benefícios à economia do povo. Não significa isto, que a COMAP venha a constituir-se num órgão contrário aos interêsses dos comerciantes e industriais; pelo contrário, num organismo controlador e fiscalizador da dança dos preços, tão banal nos dias de hoje, que serve de motivos escusos para algumas pessoas.

Quando nos batemos pela reorganização da COMAP, tivemos em mente unicamente cooperar com todos – Comissão e comerciantes – porque a experiência nos autoriza a dizer, que da mesma maneira que existem comerciantes sensatos, existem outros cujo espírito de ganância é mais solto e ainda, pelo que sabemos, através das COMAPS existentes por todo o interior, estamos também inteirados de que dentro das mesmas militam pessoas que procuram desincumbir-se bem trilhando as finalidades do organismo, enquanto outras servem de trampolim para os interessados continuarem os movimentos altistas.

Aí, então, poderemos fazer uma comparação um tanto grosseira, no que diz respeito à interpretação do espírito da lei, com a própria lei que criou no Brasil inúmeros institutos de aposentadorias. Êstes, dentro do aspecto claríssimo do diploma legal, são completos e perfeitos; no entanto, na vida prática, todos sabem o verdadeiro oceano de êrros e imperfeições que apresentam para o público interessado.

O mesmo, pensamos da COMAP. Poderá ser uma útil e imprescindível organização de benefícios do público consumidor. Se mal manejada ou mal orientada, terá efeitos contrários. Dêsse nosso modo de pensar, tivemos também duas correntes distintas. Algumas pessoas entenderam que nossa luta tinha razoes de ser e estava sendo justa; outras pensaram que estávamos patrocinando uma causa inútil.

A verdade é que se a COMAP souber desempenhar sua missão, o povo será bastante aliviado em sua bolsa, pois abusos imperam por aí, a três por quatro.

Nesta oportunidade, aqui deixamos nossos votos para que os nomes que foram coligidos pelo sr. Prefeito Municipal, estejam de fato dispostos a fazer alguma coisa em beneficio do público mariliense e que não venham a autorizar amiudadamente novos aumentos, após o recebimento de “consubistanciados” e “convincentes” relatórios apresentados por aqueles que pleiteiam novas autorizações para constantes aumentos de coisas.

Extraído do Correio de Marília de 12 de março de 1957

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