Caixas Postais... (16 de março de 1957)
Não indagamos do sr. Agente do Correio local, qual o número de desistências de assinaturas de caixas postais verificado em Marília, como consequência da verdadeiramente absurda elevação dos preços de aluguéis das mencionadas caixas.
No interior, conforme percebe-se pelo noticiário da imprensa de diversos pontos do país e especialmente de nosso Estado, a cifra dêsse decréscimo tem sido bastante acentuada. Cidades há em que verificou-se até cinquenta por cento de deserção de antigos assinantes de caixas postais.
Até o ano passado, o preço de uma assinatura era de 48 cruzeiros; convenhamos que era baratíssimo mesmo e que justificaria um pequeno acréscimo. No entanto, o “pulo” foi gigantesco; de início, para 960 cruzeiros, para depois de ter sido reduzido pela metade, isto é, “parado” em 480 cruzeiros. De 48 para 480, a diferença é apenas um zero à direita!
Nesse particular, o DCT está desservindo a população. Isto porque, com a desistência de muitos assinantes de caixas postais, sobrecarregaram-se os trabalhos da distribuição domiciliar de correspondência. No entanto, o número de carteiros, em geral, não foi aumentado. Quem ficou prejudicado, foi o público, sem nenhuma dúvida.
Entendemos que as caixas postais deveriam até ser gratuitas e não cobradas. Facilitariam os trabalhos dos próprios correios e as entregas domiciliares, em menor percentagem, poderiam ser mais perfeitas e muitíssimo mais rápidas. Quem elaborou o formidável aumento das tarifas postais, por certo não atentou para isso, que, no entanto, é irretorquível.
Cada assinante de caixa postal existente entre nós, é um colaborador direto do DCT, evitando a um sem número de funcionários, inúmeros trabalhos de entrega de correspondência. O interessado vai pessoalmente ao correio, buscar as suas cartas e os seus jornais. Eis aí porque consideramos verdadeiramente absurda a elevação dos aluguéis das caixas postais. Principalmente nas estratosféricas bases com que foi feita.
É claro que nada adianta gritar agora. Nada adianta gritar, porque a medida decorre de um autêntico reflexo da inoperância governamental. O aumento foi uma válvula de escape para corrigir um erro laborado pelos próprios poderes, uma vez que faltou tirocínio para um perfeito equilíbrio financeiro do país. Ora, se a máquina funcional é indispensavel e desta depende o próprio andamento da vida burocrática nacional, o assunto é de muito mais importância do que parece, exigindo, por isso mesmo, estudos muito mais acurados e mais sensatos do que os que foram procedidos. A porcentagem do aumento das tarifas postais, nos moldes com que foi elaborada, é uma autentica prova de desgovêrno.
Não estamos contra o aumento dessas tarifas, para atender as despesas oriundas com a elevação dos salários dos funcionários públicos. Estamos contra o descabido e incrivel “salto” dado pelas mesmas, numa porcentagem das mais abismadoras. Em especial, contra o injustificado aumento das caixas postais.
Extraído do Correio de Marília de 16 de março de 1957
No interior, conforme percebe-se pelo noticiário da imprensa de diversos pontos do país e especialmente de nosso Estado, a cifra dêsse decréscimo tem sido bastante acentuada. Cidades há em que verificou-se até cinquenta por cento de deserção de antigos assinantes de caixas postais.
Até o ano passado, o preço de uma assinatura era de 48 cruzeiros; convenhamos que era baratíssimo mesmo e que justificaria um pequeno acréscimo. No entanto, o “pulo” foi gigantesco; de início, para 960 cruzeiros, para depois de ter sido reduzido pela metade, isto é, “parado” em 480 cruzeiros. De 48 para 480, a diferença é apenas um zero à direita!
Nesse particular, o DCT está desservindo a população. Isto porque, com a desistência de muitos assinantes de caixas postais, sobrecarregaram-se os trabalhos da distribuição domiciliar de correspondência. No entanto, o número de carteiros, em geral, não foi aumentado. Quem ficou prejudicado, foi o público, sem nenhuma dúvida.
Entendemos que as caixas postais deveriam até ser gratuitas e não cobradas. Facilitariam os trabalhos dos próprios correios e as entregas domiciliares, em menor percentagem, poderiam ser mais perfeitas e muitíssimo mais rápidas. Quem elaborou o formidável aumento das tarifas postais, por certo não atentou para isso, que, no entanto, é irretorquível.
Cada assinante de caixa postal existente entre nós, é um colaborador direto do DCT, evitando a um sem número de funcionários, inúmeros trabalhos de entrega de correspondência. O interessado vai pessoalmente ao correio, buscar as suas cartas e os seus jornais. Eis aí porque consideramos verdadeiramente absurda a elevação dos aluguéis das caixas postais. Principalmente nas estratosféricas bases com que foi feita.
É claro que nada adianta gritar agora. Nada adianta gritar, porque a medida decorre de um autêntico reflexo da inoperância governamental. O aumento foi uma válvula de escape para corrigir um erro laborado pelos próprios poderes, uma vez que faltou tirocínio para um perfeito equilíbrio financeiro do país. Ora, se a máquina funcional é indispensavel e desta depende o próprio andamento da vida burocrática nacional, o assunto é de muito mais importância do que parece, exigindo, por isso mesmo, estudos muito mais acurados e mais sensatos do que os que foram procedidos. A porcentagem do aumento das tarifas postais, nos moldes com que foi elaborada, é uma autentica prova de desgovêrno.
Não estamos contra o aumento dessas tarifas, para atender as despesas oriundas com a elevação dos salários dos funcionários públicos. Estamos contra o descabido e incrivel “salto” dado pelas mesmas, numa porcentagem das mais abismadoras. Em especial, contra o injustificado aumento das caixas postais.
Extraído do Correio de Marília de 16 de março de 1957
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