O deputado mariliense (13 de fevereiro de 1957)

Vamos aqui, “bancar” o mineiro, ao qual se atribui o conceito de “não perder o trem”, por chegar sempre muito antes da hora aprazada.

E temos motivos sobejos para agir assim, uma vez que vamos relembrar aos marilienses, a necessidade que teremos nas próximas eleições, de mandar ao Palácio 9 de Julho, e, se possível ao Palácio Tiradentes, um representante de nossa cidade. No passado, preocupamo-nos em demasia com tal problema; no entanto, a dispersão de votos, consignada a candidatos de fora, dêsses que se fantasiam como “amigos de Marilia” e que aqui aportam em vésperas do pleito, foi um fato inconteste: Não conseguimos “fazer” sequer um deputado mariliense, enquanto ajudamos muitos outros a conquistar as fofas e macias poltronas vermelhas da Assembléia. E nossa cidade, com cerca de vinte mil eleitores, continuou órfã no parlamento estadual e federal.

É verdade que alguns deputados (poucos, sinceramente) têm procurado defender os interêsses de Marilia; mas é verdade que outros têm tirado proveito eleitoreiro da situação e nada de efetivo conseguiram trazer para a (“)cidade menina”.

Continuamos assim na mesma situação que tantas e tantas vezes referimos no passado: Se quisermos alguma coisa, mesmo que nos seja devida por direito líquido e certo, teremos que pedir de chapéu na mão, pois não temos um representante legítimo, ao qual se nos assista o direito de exigir.

Que continuem atentando todos os eleitores marilienses para a necessidade e o dever cívico que temos pela frente, no próximo pleito eleitoral. Dizemos isso porque já temos percebido na cidade, políticos profissionais e “caçadores de votos”, imiscuídos entre nós, com uma antecedência de pasmar. Pode dar-se o caso de que tais políticos tenham chegado à Marilia com outros objetivos; mas estejam certos os leitores que nenhum dêles “dá ponto sem nó”...

Cidades de menor expressão eleitoral, contam com seus representantes próprios, numa demonstração de união de idéias e de coesão em torno de nomes dos mesmos centros.

No pleito passado, tivemos três candidatos marilienses à deputação estadual; no entanto, consignamos votos esparsos entre todos e dispensamos esplêndida votação aos aventureiros de fora. O resultado aí está. Temos que pedir, mesmo aquilo que o direito de outorga.

Vamos ver se não incorremos desta vez, nos êrros do passado. Temos ainda muito tempo pela frente, para formar um raciocínio lógico, bem mariliense.

Não poderá haver justificação, se repetimos o que a respeito fizemos anteriormente!

Extraído do Correio de Marília de 13 de fevereiro de 1957

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