O Presidente e o custo de vida (31 de janeiro de 1957)
Não é de nosso feitio o “meter o pau”, processo de tanto agrado de muita gente. Temos nos ocupado de censurar aquilo que se nos assemelha errado ou defeituoso e isso temos feito sem paixões, procurando apenas, dentro das faculdades que desfrutamos, contribuir para a orientação de alguns, objetivando apenas a sincera e integral desincumbência de nossos mistéres para com o jornal.
Sabem todos, não temos cor política e se a tivessemos, por certo deveria ésta ficar à margem, quando tivessemos que abordar questão dêsse jaez. Assim exige a bandeira da neutralidade e da imparcialidade que é o apanágio da boa imprensa, especialmente a sacrificada imprensa cabocla.
Repetidas vezes temos nos ocupado acerca do vertiginoso e descontrolado custo de vida, que sobe qual um rojão pirotécnico. E temos emitido nossas opiniões sinceras, procurando imprimir às mesmas o maior critério possivel e o mais abalizado ponto de vista.
Em verdade, o custo de vida de nossos dias, desafia a argúcia e a capacidade de trabalho de nossos governantes. Maximé, quando o atual Presidente da República, por ocasião de sua campanha eleitoral, fez discursos pomposos, prometendo fazer o Brasil progredir “cinco anos em cinco meses” e baixar o nivel de preços das utilidades de primeira necessidade. Tal, não aconteceu. É lógico que o sr. Juscelino Kubitschek fez alguma coisa. No entanto, deveria ter feito mais, em comparação com tudo aquilo que disse que faria, e, tendo-se em vista ainda, o apoio que o povo lhe dá, através de suas casas legislativas.
O chefe do Govêrno já demonstrou que não tem pulso para consertar o país, especialmente nêsse sentido. Até aí, nada de mais. O que algumas vezes faz com que a gente dê “tratos à bola”, são as afirmativas do próprio Govêrno, quando afirma, em sucessivos discursos, por todos os quadrantes do território nacional, que “as coisas vão indo as mil maravilhas”!
Toda a gente sabe que tal não está acontecendo. Todos nós, estamos sentindo no pescoço, a corda das dificuldades, que dia a dia mais aperta o nó.
Na noite de 31 de dezembro último, em sua mensagem ao povo brasileiro, o sr. Kubitschek anunciou que conseguira baixar o custo de vida!
Nosso Govêrno é francamente das viagens e inaugurações. Milhares de quilômetros são percorridos mensalmente pelo Presidente da República. Até o carioca, com aquêle seu espírito crítico, já “arrumou” uma curiosa denominação ao sr. Presidente da República. Agora não mais é J. K. Agora é J. Lá. Isto, porque o homem não para no Cadete.
Em verdade, até agora, não temos motivos para elogiar o govêrno do sr. Juscelino Kubitschek. Oxalá os tenhamos no futuro. No presente, só temos razões para censurar o atual Chefe do Govêrno, porque, até o momento, não pudemos perceber nenhuma providencia de s. excia., que, de um ou outro modo, viesse traduzir-se em beneficio direto do povo brasileiro.
Extraído do Correio de Marília de 31 de janeiro de 1957
Sabem todos, não temos cor política e se a tivessemos, por certo deveria ésta ficar à margem, quando tivessemos que abordar questão dêsse jaez. Assim exige a bandeira da neutralidade e da imparcialidade que é o apanágio da boa imprensa, especialmente a sacrificada imprensa cabocla.
Repetidas vezes temos nos ocupado acerca do vertiginoso e descontrolado custo de vida, que sobe qual um rojão pirotécnico. E temos emitido nossas opiniões sinceras, procurando imprimir às mesmas o maior critério possivel e o mais abalizado ponto de vista.
Em verdade, o custo de vida de nossos dias, desafia a argúcia e a capacidade de trabalho de nossos governantes. Maximé, quando o atual Presidente da República, por ocasião de sua campanha eleitoral, fez discursos pomposos, prometendo fazer o Brasil progredir “cinco anos em cinco meses” e baixar o nivel de preços das utilidades de primeira necessidade. Tal, não aconteceu. É lógico que o sr. Juscelino Kubitschek fez alguma coisa. No entanto, deveria ter feito mais, em comparação com tudo aquilo que disse que faria, e, tendo-se em vista ainda, o apoio que o povo lhe dá, através de suas casas legislativas.
O chefe do Govêrno já demonstrou que não tem pulso para consertar o país, especialmente nêsse sentido. Até aí, nada de mais. O que algumas vezes faz com que a gente dê “tratos à bola”, são as afirmativas do próprio Govêrno, quando afirma, em sucessivos discursos, por todos os quadrantes do território nacional, que “as coisas vão indo as mil maravilhas”!
Toda a gente sabe que tal não está acontecendo. Todos nós, estamos sentindo no pescoço, a corda das dificuldades, que dia a dia mais aperta o nó.
Na noite de 31 de dezembro último, em sua mensagem ao povo brasileiro, o sr. Kubitschek anunciou que conseguira baixar o custo de vida!
Nosso Govêrno é francamente das viagens e inaugurações. Milhares de quilômetros são percorridos mensalmente pelo Presidente da República. Até o carioca, com aquêle seu espírito crítico, já “arrumou” uma curiosa denominação ao sr. Presidente da República. Agora não mais é J. K. Agora é J. Lá. Isto, porque o homem não para no Cadete.
Em verdade, até agora, não temos motivos para elogiar o govêrno do sr. Juscelino Kubitschek. Oxalá os tenhamos no futuro. No presente, só temos razões para censurar o atual Chefe do Govêrno, porque, até o momento, não pudemos perceber nenhuma providencia de s. excia., que, de um ou outro modo, viesse traduzir-se em beneficio direto do povo brasileiro.
Extraído do Correio de Marília de 31 de janeiro de 1957
Comentários