Um gesto simpático (29 de setembro de 1956)



Temos por feitio, abordar nesta crônica diária, os assuntos que se nos afiguram mais palpitantes no momento, dando preferência especial às coisas diretamente ligadas à Marília e seu grande povo. Assim é que temos registrado, gostosamente, nesta coluna, tudo aquilo que merece um destaque ou que seja passível de uma crítica construtiva. Sempre nos preocupamos com os átos e os efeitos, jamais mirando suas origens, evitando sempre individualizar de onde partem, pois entendemos como nosso dever primordial, o colocar em relevo tudo o que seja digno de divulgação e que diretamente se relacione com os interesses dos marilienses.

Por vezes, os destaques ou as críticas que procuramos fazer, não podem escapar à citação de nomes ou pontos originários. Em todo o caso, quando criticamos, não nos preocupamos em combater homens e sim idéias ou átos e quando elogiamos, não nos move o desejo de sermos gentis, e sim, unicamente, o de sermos justos em nossos conceitos e informações.

Assim é que temos a registrar um gesto simpático do sr. Emílio Pedutti (foto), na pessôa do sr. Ezequiel Bambini, quando cedeu, por mais de uma vez, as salas de espetáculos de seus cinemas, a fim de auxiliar diversas entidades assistenciais da cidade. A cessão dos cinemas, como têm acontecido, para espetáculos de fundo beneficiente e a projeção de películas cinematográficas com o mesmo objetivo, destinadas a entidades filantrópicas da cidade, representam, sem dúvida, uma excelente colaboração do proprietário da Emprêsa Teatral Pedutti ao povo mariliense, uma vez que tem sido cooperação direta com elementos que se preocupam e trabalham em setores assistenciais em Marília. Temos conhecimento de vários casos em que a organização de festas de objetivo beneficente custam fortunas, que quase absorvem a maior parte das rendas. Nos casos referidos, a contribuição do Sr. Pedutti veio proporcionar arrecadação líquida maior; em consequência, os benefícios tem sido inestimáveis para os dirigentes das entidades assistenciais que mereceram as atenções do Sr. Emílio Pedutti nêsse sentido.

É por isso, pois, que fazemos um destaque especial ao fato. Porque, o Sr. Pedutti, com esse gesto, que aliás é bastante simpático, contribui tambem com sua parcela em beneficio dos marilienses, como uma retribuição à preferência e aos lucros que êste mesmo povo lhe dispensa.

Fatos como êsse, talvez tenham passado despercebidos por muita gente; no entanto, são dignos de um registro pelo que, em efetivo, traduzem para centenas de infelizes, que, em Marília, vivem da própria caridade dos marilienses.

Extraído do Correio de Marília de 29 de setembro de 1956

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