Gesto louvável (15 de setembro de 1946)


José Padilla Bravos (foto)

Nesta hora de asfixias, dificuldades e crises variadas em que vivemos, é urgente que cerremos fileiras em torno do mesmo pedestal de brasilidade e senso, numa luta denodada contra o famigerado “câmbio negro”.

Esse nefasto meio de vida, se alastrava de tal maneira no seio mariliense, que não tínhamos siquer um setor de qualquer atividade, que não estivesse dominado por suas garras ilícitas e gananciosas.

No ângulo que dizia respeito as revendas de jornais e revistas, Marília causava compaixão a quem quer que fosse. O mariliense éra obrigado a pagar os olhos da cara, por um jornal que tinha seus preços taxados claramente, e que os revendedores e concessionários já tinham sua base de lucros razoáveis. Moléstia velha, já se vê.

Agora, mercê duma conciliação de sensos e duma consorciação justa das exigencias de nossos dias, as bancas de jornais e revistas de Marília vendem tais objetos aos preços estipulados pelas próprias empresas editoras.

É um gesto que não podemos escapar de elogiar e que condiz com o verdadeiro alvo da autentica unidade democrática.

E não é só: As mesmas bancas, ostenta(m) cartazes visíveis e suscintos, prevenindo o povo para só pagar os preços de capa. Atitude digna de nossos louvores, portanto.

Só restam alguns vendedores teimosos, que continuam vendendo os jornais e revistas pelos preços que lhes convem, o que nós podemos e devemos evitar, só adquirindo jornais e revistas nas bancas que estão do lado da razão.

Com essas providencias, salvaguardaremos nossos próprios interesses, defenderemos os interesses da nação e colocaremos mais uma pedra no edificio que óra se levanta, contra a carestia da vida no Brasil.

Depende, portanto, de nós, que podemos nos vangloriar dessas atitudes-exemplos, que ainda não nos foi dado a presenciar. Começamos bem, e devemos prosseguir, com a mesma ombridade e decisão que já nos caracterizou quando lutamos contra o nazismo.

Combatamos o “cambio negro” e denunciemos seus praticantes, se quizermos evitar uma catastrofe sem precedentes no Brasil, um autentico cáos, uma verdadeira guerra civil.

Já temos vários pontos de partida, sendo que o aludido é um, magnífico e indesprezavel. Avancemos sem esmorecimentos, nós próprios que somos os precursores das nossas próprias sobrevivencias.

Extraído do Correio de Marília de 15 de setembro de 1946

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