Cerrar fileiras (26 de setembro de 1946)


José Padilla Bravos

Decididamente, não houve preâmbulos de desânimo, na ação governamental do Presidente Gaspar Dutra (Cuiabá/MT, 18/5/1883 + Rio de Janeiro, 11/6/1974, na imagem ao lado), na luta hostil da radicada e bem arraigada roubalheira em que viviamos.

Felizmente, podemos dizer, já nos sentimos um bocado mais aliviados da corja dos exploradores que açambarcavam a própria vida nacional.

Até a economia do próprio patrimônio da União, estava insegura, jogando os “magnatas dos lucros”, com todos os trunfos, centralizados, ramificados e dominantes, refutando e dissimulando as convenções constituidass, burlando leis e governos, sugando insaciáveis e criminosamente, o suor dos que trabalham realmente, dos que produziam, no duro, de sol a sol.

Não deixemos fugir tambem, ao nosso reconhecimento, que o General Eurico Dutra ascendeu ao poder numa éra crítica na história brasileira.

Uma verdadeira turba e um imenso ról de cometimentos, cobravam soluções, soluções essas que não podiam ser resolvidas num abrir e fechar de olhos, em virtude do grande foco de responsabilidades que chamavam à si, a própria nau do país.

O povo, principalmente o nosso, tem entalhado o vício secular, de tudo esperar do governo. Nem sempre nos mexemos e acertamos uma cadência, para marchar com os interesses da nação e, quase nunca, nos colocamos de atalaia, como sentinelas de hora, na vanguarda dos interesses pátrios.

O próprio povo está agora compreendendo isso.

Os governos, sejam eles quais forem, - o Paulo que X prefere ou o Pedro que Y admira – não podem sosinhos, impedirem o grassamento do mal e do ilícito entre nós, como vinha acontecendo e como ainda sucede em parte.

Está bastante reduzido, - mercê de Deus e da boa vontade dos homens – o número gigantesco dos exploradores deshonestos, que rondavam nossos passos e que conspiravam contra nós e nossas economias.

Isso constatamos, depois que nos decidimos cerrar fileiras em volta do mesmo mastro de necessidade patriótica, e, colaborar com nossos governos e com nossas autoridades.

É preciso que reflitam iguais, as ações dos governos e os anseios do próprio povo, na mesma homogeniedade de sentimentos pátrios. Só assim haverá confiança e só assim teremos um clima seguro, uma garantia das nossas próprias vidas.

Já principiamos a compreender isso, e, já sentimos tais efeitos, nessa campanha empreendida contra a gravidade da carestia da vida e do “cambio negro”. Formando nós, com os interesses do governo, só teremos de atingir a meta dos nossos desideratuns.

O numero dos traficantes impudicos e criminosos decresceu, e, se perseverarmos como é preciso, baixará a zéro. Agora, mais do que nunca, urge nossa constancia e acatamento do lema: “um por todos e todos por um”. Só assim sobreviveremos como podemos e devemos viver!

Extraído do Correio de Marília de 26 de setembro de 1946

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