A nova “miss” Universo (24 de julho de 1956)



A srta. Carol Morris (foto), representante do Estado de Iowa, U. S. A., acaba de ser coroada “miss” Universo de 1956, no concurso de beleza recentemente realizado em Long Beach, na Califórnia.

As finalidades do concurso referido, não vamos comentar, porque não as vemos e nem tampouco as entendemos. Nesse particular, só conseguimos observar o espírito de propaganda comercial, feito com bastante vontade e com muito dinheiro. Vamos apenas, hoje, tecer umas consideraçõeszinhas acerca de nossa representante, a gauchinha Maria José Cardoso, que partiu para a terra de Tio Sam vislumbrando um horizonte verde de esperança e regressará agora imersa num mar de desilusões. É que muitos brasileiros, andam por aí a clamar de injusta a decisão do juri, alegando parcialidade do julgamento, “marmelada”, etc. e tal. Pode ser que hajam se verificado tais expedientes; mas acontece, que mesmo que isso tenha sucedido, não temos a respeito, o mesmo modo de pensar que há um ano passado externamos acerca de Emília Correia Lima, a “Miss” Brasil de 1955: O Brasil dificilmente será tão condignamente representado em certames dêsse jaez, como o foi quando elegeu Marta Rocha!

Não pretendemos, em absoluto, classificar como feia, a popular gauchinha; e nem de indigna de representar a beleza da mulher brasileira. Acontece, que, conhecendo aproximadamente as exigências das bases do concurso, no que tange as medidas plásticas, prevíamos, de ante-mão, que a Zezé não conseguiria chegar às finalíssimas, embora tenha conseguido colocar-se entre as semi-finalistas.

O fato é que o Brasil não se fez bem representar, com Maria José Cardoso e os que apreciarem os dotes físicos e as medidas corporais das candidatas colocadas nos primeiros postos, por certo, hão de convir conosco. Não vejam os nossos leitores, derrotismo ou espírito do contra nesse ponto de vista. É que estamos repetindo exatamente aquilo que pensamos e escrevemos sôbre a cearense Emília Correia Lima, no ano passado. Pensamos mesmo que a comissão julgadora de Quitandinha não foi feliz na escolha, em dois anos seguidos. Por falar em “marmelada”, não dizem por aí que o juri teria sofrido interferência do sr. João Goulart, que também é gaucho e é vice-presidente da República? Dizem.

O fato é que embora para muita gente, a decisão do julgamento de Long Beach pareça ter sido bafejado por ar de parcialidade, para nós, entendemos, houve muita justiça na decisão. Pelo menos confrontando nossa representante frente às primeiras classificadas.

Extraído do Correio de Marília de 24 de julho de 1956

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