Homenagem às Forças Armadas (19 de janeiro de 1956)

O povo de São Paulo vai prestar, no próximo dia 22, em Ibirapuera, uma significativa e sincera homenagem ao Exército, Marinha e Aeronáutica, nas pessoas dos srs. general Olímpio Falconiere da Cunha, general Stênio de Albuquerque Lima, brigadeiro Netto dos Reis e outras altas patentes da Marinha. Assim, as Forças Armadas do Brasil, simbolizadas nas personalidades iminentes de grandes militares – do Exército, Marinha e Aeronáutica –, receberão do povo paulista, expressivas manifestações de carinho e agradecimento. Gratidão pela democrática atuação que desempenharam, por ocasião dos acontecimentos memoráveis de novembro passado, quando, em louvável e patriótica ação, bem souberam interferir na própria vida do país, dando ao povo brasileiro, as garantias das instituições democráticas e evitando inutil derramamento de sangue.

A comissão encarregada dessa homenagem inédita, elaborou um vasto programa, ao qual chegam adesões diariamente, inclusive de cidades mais próximas à Capital. Intelectuais, capitalistas, políticos, operários, industriais e pessoas de relevo na sociedade paulistana, já deram o apoio integral ao referido acontecimento. Varias cidades interioranas, que também aderiram ao movimento, enviarão comitivas e representantes.

O interessante a notar-se nessa manifestação, é a sua espontaneidade. A Comissão Organizadora está integrada de homens e mulheres de tôdas as classes e condições sociais, desde o grande capitalista e o eminente político, até o modesto operário. Assim, o próprio povo estará representado nessa homenagem, em diferentes posições sociais e financeiras.

O Ibirapuera, com a sua área de sessenta e nove hectares, deverá ser pequeno para acolher o paulistano que deseja homenagear aquelas Forças que se constituíram, num período incerto da própria segurança nacional, em verdadeiros e irrecuáveis soldados, defensores dos preceitos da própria Constituição Federal. Um grande churrasco fará parte dessa demonstração de apreço e reconhecimento às nossas Forças Armadas e prevê-se uma afluência de mais de 30 mil pessoas a essa solenidade.

O fato, por si só, é altamente louvável.

Não seria o caso de Marília, cidade que sempre bate palmas a todos os atos patrióticos e democráticos, fazer-se também representar nessas homenagens?

Extraído do Correio de Marília de 19 de janeiro de 1956

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O jogo do bicho (26 de outubro de 1974)

O Climático Hotel (18 de janeiro de 1957)

“Sete Dedos”, o Evangelizador (8 de agosto de 1958)