Um soldado atrevido (Natal de 1958)
José Padilla Bravos 2º Sgt. Res. FEB - Sargento Mário! - Pronto, tenente. - Avise o pessoal do pelotão, que depois do “momento espiritual”, quero todos reunidos perto da lareira. - Entendido, meu tenente. As ordens, no Exercito, são assim. Precisas e suscintas, dentro do maior laconismo possivel. O sargento Mário éra o Chefe da Secção e o Sub-Comandante do Pelotão de Transmissões, do III Batalhão do 6.o Regimento de Infantaria. Estávamos no ocaso do período invernoso; a neve deixava de dependurar-se nos ramos dos arbustos amarelecidos, nos telhados das casas e nas torres das igrejas, para escorregar gradativamente e desaparecer na terra. O degêlo, uma realidade. O “momento espiritual” fora idealizado e posto em prática pelo comandante do pelotão, tenente Dantas Borges, no navio que nos levava à Itália. Às 18 horas em ponto, o comandante nos reunia e nos obrigava a manter-nos em silencio por alguns instantes, exortando-nos a pensar no Brasil e na família. Antes, porém, uma pequena prele...