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Mostrando postagens de junho, 2010

Assunto do momento (28 de junho de 1958)

É inegável que a opinião pública brasileira está voltada para o jogo de futebol que amanhã (29 de junho de 1958) se desenrolará em Estocolmo e que determinará o vencedor do certame da modalidade, apontando-o como Campeão Mundial de Futeból. Mesmo os mais indiferentes ou céticos, não deixam de ter, interiormente, um motivo de curiosidade, de interesse. De qualquer maneira, embóra no terreno do esporte profissional, está em jogo o próprio nome do Brasil, dependendo do ponto de vista do analista do páreo. Efetivamente, jamais o selecionado nacional (com exceção do fatídico 16 de julho de 1950), foi capaz de encontrar-se tão perto dêsse ambicionado cétro máximo da Taça “Jules Rimet”. Ninguem esperava que a seleção nacional realizasse uma campanha tão bonita nos gramados suécos, fazendo jús ao conceito de ser a melhor equipe do presente campeonato mundial. Nós mesmos, daqui desta coluna, apreciamos o fato e chegamos a perguntar, se após um período de treinamentos como o desenvolvido pré-em

Hospital das Clínicas (27 de junho de 1958)

Por ocasião do comício político verificado em Marília na noite de domingo último (22 de junho de 1958) , mais de um oradores se dirigiram ao povo da cidade e mais de um falaram sôbre a Faculdade de Filosofia e o Hospital Regional das Clínicas. Não iríamos aqui acusar ninguém de realizar demagogia com êsses dois motivos, porque como bons marilienses, somos também daquêles que formam no exército local dos homens agradecidos pelas atenções que a respeito nos dispensou o sr. Jânio Quadros. Entretanto, com é que se diga que a Faculdade de Filosofia, cujo prédio próprio está quase concluido em sua remodelação, é assunto praticamente consumado, não acontecendo o mesmo quando ao Hospital das Clínicas. O terreno para a construção do referido nosocômio, cuja obra representará fatos de grande importância para o progresso e saúde pública não só de Marília como também da região, foi desapropriado pela Câmara em tempo relâmpago e sua escritura de doação ao Govêrno, para o fim específico, lavrada tam

Fogos juninos fazem vítimas (26 de junho de 1958)

Outro dia, ao escrevermos sôbre a inconveniência da soltura desenfreada de fogos juninos e suas poucas ou nenhuma providência de segurança geral, um cidadão nos abordou na rua, perguntando-nos “porque somos contra os comerciantes de fogos”. Absolutamente não somos contra ninguém e reconhecemos os direitos, conforme nos “lembrou” nosso amigo, daquêles que pagam seus impostos para comerciar e adquirem os produtos de firmas perfeitamente legalizadas. Acontece que êsses pontos “são outros quinhentos cruzeiros” e nele jamais entramos. O que referimos em nosso artiguete, foi o fato da inconveniência, dos sustos e da azucrinação dos ouvidos de tôda a gente. Simplesmente isso. Agora, entretanto, como se já não existissem os exemplos frisantes dos perigos dêsses engenhos (em Marília mesmo, temos gente que apresenta hoje dolorosos defeitos físicos por êsses mesmos motivos), estamos melhormente à cavaleiro para reforçar nosso ponto de vista anterior. O Brasil ainda está sob o impacto do último in

Volta à Normalidade (25 de junho de 1958)

Depois das atribulações da reportagem, com vistas ao acompanhamento das providências preliminares e da recepção propriamente dita aos príncipes Mikasa, esta secção volta a sua normalidade. Para variar, encheremos o espaço (com licença do João Jorge), com alguns pequenos “flashes” do momento: --:-- Adalgisa Colombo, “miss” Distrito Federal (altura, 1,70; peso, 55; cintura, 60; busto, 90; quadris, 90; coxa, 57; tornozelo, 21; cabelos e olhos castanhos), acaba de ser eleita “miss” Brasil de 1958. Chorou duas vezes de emoção – afirmaram alguns sofisticados cronistas do “café society”. --:-- Os anti-comunistas de diversos partes do mundo, continuam a realizar manifestações contra a execução de Imre Naggy. Recentemente, 350 anti-“vermelhos”, em carater de amotinação, realizaram manifestações contra o “Kremlin” e depredaram o escritório da delegação russa junto às Nações Unidas. --:-- Em São Paulo verifica-se presentemente a maior onda de assaltos e roubos dos ultimos tempos. U’a média de 200

Uma recepção condigna (24 de junho de 1958)

Ao ensejo da visita oficial e honrosa dos príncipes Mikasa à Marília, justo é que se diga que os representantes do Imperador do Japão tiveram em nossa cidade uma recepção das mais condignas imagináveis. A colônia nipônica, por intermédio dos responsáveis pela Comissão Regional de Marília dos Festejos do Cinquentenário da Imigração Japonesa esteve incansável e elab (o) rou um programa digno de elogios, pela maneira com que o mesmo foi conduzido. Tudo foi previamente preparado, estudado, calculado e podemos dizer que tudo transcorreu como se esperava, à exceção apenas do horário de chegada do avião especial que aportou à Marília conduzindo Ss. Aa. Imperiais. Mesmo assim, o horário do regresso dos príncipes, rumando para a cidade de Lins, foi religiosamente respeitado. Ressalte-se tambem que ao brilho do acontecimento, preciosa colaboração foi prestada pelas autoridades do município, cujo prestígio esteve patente em todos os sentidos e em todos os momentos. O príncipe e a princesa Mikasa

A festa dos bancários (21 de junho de 1958)

Movimenta-se o Clube dos Bancários de Marília, no sentido de realizar em Marília uma das mais completas festas juninas da região. O acontecimento terá lugar nos dias 28 e 29 (de junho de 1958) próximos, vésperas e dia de São Pedro. Uma série de atrativos próprios da ocasião serão levados a efeito na aprazivel Séde Campestre da referida entidade de classe, onde um programa excepcional será levado a efeito. Uma coleção completa de fógos de artifícios previamente preparada, será espoucada na oportunidade, cujo custo montou à casa de mais de 100 mil cruzeiros. Por aí, poderão os leitores aquilatarem a grandeza do acontecimento, que, certamente, marcará época em Marília. Ambiente agradável, acomodações para tudo e para todos, diversões da mais próprias e variadas, quentão, quadrilhas, pipóca, amendoim torrado, churrasco, conversas ao pé do fogo, pau de sêbo, etc., etc., serão os pontos altos da aludida festividade. Todos os marilienses conhecem, de sobejo, a Séde Campestre do Clube dos Ban

Traques & Bombinhas (20 de junho de 1958)

Verdade é que nós também fomos crianças e como tais tivemos igualmente as nossas predições próprias da época. Tambem gostamos de bombinhas, busca-pés, traques e tudo o mais que se chama “fógos juninos”. Acontece que a idade vai se avançando (e) a gente vive com a cabeça cheia de atribulações próprias dos dias atuais, decorrentes da labuta para ganhar o “pão nosso de cada dia” e chega a tornar-se ranzinza, impertinente, intolerante quando ao espoucar de bombinhas que a garotada queima desenfreadamente pela cidade. São coisas da vida, bem o sabemos; mas que chateiam um bocado, que bolem com os nervos de qualquer ser humano, isso não se discute. A polícia proibe a soltura de determinados tipos de fogos e em determinados locais, objetivando maior tranquilidade pública. Acontece que não faltam crianças ignorantes dêsses dispositivos e tambem “marmanjões” desabusados, que fazem exatamente o contrário às determinações emanadas da autoridade policial. Enquanto isso a gente vai levando cada su

A Imigração Japonêsa (19 de junho de 1958)

Transcorreu ontem (18 de junho de 1958) a passagem do primeiro meio século de convivência nipo-brasileira. A 18 de junho de 1908, aportava à Santos o navio “Kasato Maru”, trazendo 51 famílias japonesas, num total de 781 pessoas. Foram os primeiros imigrantes nipônicos a tomar contacto com os brasileiros, com a terra do Brasil e com os nacionais. Habituados num clima diverso, de costumes diferentes e hábitos equidistanciados dos nossos, tentaram amoldar-se ao nosso “modus vivendu” e em parte conseguiram-no rapidamente. Hoje estão integrados em definitivo na coletividade brasileira. A segunda e terceira gerações desses imigrantes, usufruindo direitos e deveres idênticos aos demais brasileiros, na fórma constitucional e de acôrdo com nosso próprio regime de liberdade e democracia, em quasi nada diferem do brasileiro indígena, originário de muitas gerações perfeitamente genuínas. Trabalham, cooperam para o engrandecimento da Pátria. Às vezes, são incompreendidos no que tange à tradicional

10 milhões que não eram 10 milhões (18 de junho de 1958)

Aconteceu há pouco em São Paulo. Assim noticiaram diversos vespertinos. Um cidadão esqueceu, no aeroporto de Congonhas, determinado pacote, que foi recolhido à secção de bagagem. Pouco depois apareceu o cidadão referido, esbaforido, procurando o objeto olvidado. E ante a incredulidade dos funcionários do aeroporto, o mesmo teria declarado que naquêle embrulho estavam empacotados 10 milhões de cruzeiros. E que a aludida importância destinava-se a custear despesas políticas da campanha eleitoral do sr. Carvalho Pinto. A notícia, como seria de esperar, teve uma repercussão verdadeiramente fantástica. Foi difundida à larga, com algumas piadinhas de ironia, “verve” e satirismo. Glosaram o esquecido e abordaram a questão sob ângulos disversos. Estava nesse pé a situação, quando o proprietário do fabuloso pacote compareceu à redação do “Diário da Noite”, em São Paulo, para esclarecer a verdade. Eis as declarações do mesmo: - “Com referência à notícia publicada por alguns órgãos de imprensa, a

Os semáforos (17 de junho de 1958)

De há muito, Câmara e Prefeitura se empenham na obtenção de mais semáforos para o trânsito motorizado local, instrumentos auxiliares de fiscalização e ordenação do trânsito em geral. Nós próprios, tivemos o ensejo de ocupar-nos reiteradas vezes do assunto, chamando as atenções dos poderes competentes para o fato. Efetivamente, Marília, cidade moderna, grande, dinâmica, progressista, exige há tempo êsse melhoramento, do qual não pode, sob nenhum pretexto, prescindir. Realmente, nossa cidade, possuindo um único aparelho dessa modalidade, todavia, do tipo obsoleto, manual, encontra-se desfalcada no sentido. Cidades de menor expressão demográfica e com um trânsito inquestionavelmente menor do que o nosso, especialmente o central, são dotadas dêsses utensílios preciosos ao trânsito. Pensando nisso, o vereador Guimarães Toni, sábado último, por ocasião da visita do Diretor do Serviço do Trânsito do Estado à nossa cidade, fez chegar ao conhecimento daquela autoridade, a necessidade do atendim

Tempinho Chato! (14 de junho de 1958)

Efetivamente, a gente em Marília tem que possuir uma saúde de ferro e tratá-la bem. Parece aberração o afirmar-se que precisa-se tratar bem da saúde, mas não é. Se não fizer isso, a “dita cuja” acaba “enferrujando” em pouco tempo. E por falar em tempo, cremos que é mesmo o tempo, o motivo dêsse acontecimento. Venta, chove, faz frio, calor, garoa, etc., em lapsos intermitentes. A gente sai à rua de roupa leve, com um sól bonito, temperatura amena, agradável. Num abrir e fechar de olhos a temperatura cambia-se rumo ao princípio do barômetro. Outra vez a gente sai com capa, guarda-chuva, galocha, chapeu e cachecól, sob um friozinho impertinente e um ventozinho mais impertinente ainda. Em pouco tempo, o tempo muda (nem que seja por pouco tempo), e a gente fica andando por aí, com “cara de tacho”, feito banana abafada, de capa, chapeu, galocha, cachecól e guarda-chuva na mão, debaixo de um sól de estalar mamona. Marília, que naturalmente (às vezes, artificialmente também), gosta de imitar o

Um projeto de lei moroso (13 de junho de 1958)

Em 1957, o Governador Jânio Quadros instituiu a Resolução nº 796, de 28 de junho, criando uma comissão especial, incumbida de elaborar um projeto de lei de grande importância para uma classe e para milhares de famílias paulistas. A Comissão desimcumbiu-se (nota dos editores do blogue: o correto, segundo as regras da Língua Portuguesa, é escrever desincumbiu-se, com n antes do c , mas foi assim, como está, que saiu no Correio de Marília) , bem do mister atribuído e apresentou ao Chefe do Executivo, dentro de hábil tempo, o fruto de estudos a respeito. Trata-se da substituição do sistema de pagamento do pecúlio obrigatório, do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, por um processo que melhor se adapta ao interesse geral e que diz respeito à instituição do pagamento de pensão vitalícia às famílias dos funcionários falecidos. Coisa justa, maximé tendo-se em vista que o I. P., com as contribuições referidas, nenhuma outra vantagem oferece aos seus contribuintes, a não ser o pagam

Nossa Edição Especial (12 de junho de 1958)

Dentro de poucos dias, estará circulando nossa prometida Edição Especial, em formato de revista. Anualmente brindamos o público com edição semelhante. Tal habitualmente tem ocorrido por ocasião de fins de ano. No exercício presente, adiamos a aludida apresentação para abril, quando completando nosso município 29 anos e nosso jornal 30, logo em seguida, pretendemos oferecer aos nossos leitores um trabalho diferente, mais completo no sentido da apresentação do serviço de clicherie, dados estatísticos, setor informativo, etc... Assim, podemos hoje informar que tal trabalho está em fase final de confecção e dentro de mais alguns dias principiará a circular. Será uma revista digna de figurar na bibliotéca particular de todo mariliense, pela abundancia de matéria referente aos trinta anos de Marília que encerra, com pormenores informativos. Além do serviço de clicherie, onde serão rememorados fatos do passado, acontecimentos de antanho, a cidade em seu despertar, teremos na revista aludida u

Medida Providencial (7 de junho de 1958)

Acaba o sr. Homero Honório Ferreira, delegado regional de polícia de Baurú, de tomar u’a medida verdadeiramente providencial. Diz respeito a providências que serão utilizadas pelos proprietários de oficinas mecânicas de automoveis e que auxiliarão a própria polícia no serviço de identificação de veículos roubados, facilitando, por outro lado, a descoberta de quaisquer meios de falsificação de documentos relacionados com certificados de propriedade ou transferências de carros. Para tal, a referida autoridade policial expediu aviso e instruções, endereçadas a todos os proprietários de oficinas mecânicas subordinadas à sua jurísdição policial. De tal determinação, resulta a obrigatoriedade de um registro por parte dos proprietários de oficinas, onde ficam constatados os números da licença e do motor, alem de outras características de identificação dos veículos entrados para consertos. Em tempo determinado, os livros em apreço são apresentados à competente Secção de Trânsito, para o necess

Os festejos do Dia do Município (5 de junho de 1958)

Conforme todos sabem, as festividades comemorativas ao 29º aniversário da emancipação político-administrativa de Marília, foram transferidas de 4 de abril para o mês corrente. O motivo também é público e notório e deveu origem ao fato de ter o 4 de abril último coincidido com a passagem da Sexta Feira Santa. Oficialmente, as comemorações referentes à citada efeméride não foram ainda realizadas, embóra nos dias 5 e 6 de abril, tivessem sido levadas a efeito, em carater particular, solenidades alusivas ao acontecimento. Existe, nomeada pelo prefeito Argollo Ferrão, uma Comissão Especial incumbida de coordenar as providências e as programações da mencionada efeméride. Acontece, que a aludida Comissão Especial, até hoje, não tornou público o programa a ser executado, apesar de estarmos já no limiar da data marcada pelo adiamento inicial. O público deve tomar conhecimento, com a devida antecipação, de como transcorrerão as solenidades prometidas. O comércio e a indústria, que no passado sem

Miscelânea (4 de junho de 1958)

Duas bonitas vitórias do selecionado brasileiro de futebol. Contra a Fiorentina e contra o internacional de Milano, o mesmo “carimbo” – 4 a 0! Oxalá, domingo próximo, os integrantes do XI auri-verde se compenetrem de que o futebol austríaco é diferente do latino-americano. À êsse respeito o técnico Feóla já se manifestou: nada de “tico-tico” na área adversária; a “ordem” é “fuzilar” contra o arco contrário. --:-- Uma grande interrogação paira sôbre a política européia. A volta do famoso general De Gaulle fará terminar a crise na França? Ou terá inicio outra mais grave? O famoso “cabo de guerra” reformará a Constituição? Terminará o conflito argelino? O místico tempo se incumbirá de responder. --:-- Notícia verdadeiramente abismadora é revelada na Capital: vinte mil processos de mandados de prisão se encontram “parados” na Delegacia de Vigilância e Capturas. Todos espedidos pela Justiça! Fato grave, que revela, antes de tudo, ineficiência ou desaparelhamento do organismo policial. --:--

Doença não escolhe ideologia (3 de junho de 1958)

Divulga a “United Press”, em telegrama procedente de Washigton, o seguinte despacho: “O Departamento de Estado anunciou que a União Sovietica acedeu a cooperar com os Estados Unidos na luta contra o câncer, às enfermidades cardíacas e outros males. O presidente Eisenhower, em uma mensagem enviada ao Congresso há alguns meses, propôs a colaboração entre os Estados Unidos e outras nações do mundo com êsse objetivo. A Rússia, em uma nota de 19 de maio (de 1958) , respondeu que já presta sua cooperação à Organização Mundial da Saúde, mas ao mesmo tempo, propôs que os Estados Unidos e a União Soviética juntem seus esforços em vários programas, durante os anos de 1958, 1959 e 1960. Um desses programas seria a criação de comissões russos-norte-americanas para combater o impaludismo e a varíola na América Latina e Africa. Os Estados Unidos responderam que, a seu ver, algumas fases das propostas soviéticas devem ser estudadas e realizadas por intermédio da Organização Mundial da Saúde”. Tal fat