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Mostrando postagens de maio, 2009

O desarmamento universal (30 de maio de 1957)

Publicou há dias a imprensa paulistana, um telegrama procedente de Washington, acerca do desarmamento universal, partindo inicialmente pelos Estados Unidos e Moscou. Limos com bastante ceticismo o teôr do aludido despacho e no momento passou-nos pela mente aquela anedota do velho cabelo que chamou a filha “às falas”, quando percebeu que a moça, já bem formada, alimentava idéias de casamento. Dissera-lhe então o pai: “Minha fia, vancê já tá na idade de casá. Vancê deve sabê qui seu pai é home bão i num vai impedi seu casamento cum ninguém. Vancê pode casá cum quem quisé, desde qui seja cum u Belarmino, fio du cumpadre Bastião”... Moscou e USA, armados até os dentes, aperfeiçoando dia a dia os mais terríveis engenhos de guerra, vez por outra externam planos de desarmamento universal, um defendendo o fato para diminuir a tensão do mundo, outro lutando “pela paz”. Como dois garotinhos que pretende “varar” o circo, tendo medo de serem apanhados pelo “guarda do lado de dentro”, um fica conve

Um banco bem mariliense (29 de maio de 1957)

Transcorre hoje a data do 15º aniversário da fundação do Cooperativa Banco de Marilia Limitada, sem favor algum, um dos grandes empreendimentos que formam o rosário das grandes iniciativas da gente mariliense. Criado pelo decreto federal nº 10.780, o Cooperativa Banco de Marilia Ltda. éra instalado nesta data, no ido ano de 1942. De início, a junção de idéias de um grupo de cidadãos, que pretendia dar à Marilia um estabelecimento de crédito à altura de suas necessidades, especializado no setor de cooperativismo bancário. A idéia, se bem que explêndidamente recebida, de início tornou-se, como é lógico, um poço de dificuldades. Os idealizadores da empreitada, no entanto, alimentando o propósito firme, lançaram-se à luta, conquistando a recompensa trazida pela vitória do sonhos e das lutas, tornada em realidade. Hoje, o “Copeban” é aquilo que traduz a grandeza da iniciativa privada, formando no ról dos grandes empreendimentos que enriquecem o progresso de Marilia. Com séde própria, à Rua

A instalação da Faculdade (28 de maio de 1957)

O diploma legal criando a Faculdade de Filosofia Ciencias e Letras em nossa cidade, já é uma realidade, como todos sabem. Os primeiros passos foram dados, premiando dois lustros de luta dos marilienses, que, por todos os meios e com todas as suas forças vinham defendendo tal reivindicação justa e necessária ao próprio povo, não só de Marilia, como tambem da própria região. A lei condicionou a instalação, no edifício em construção do Educandário “Dr. Bezerra de Menezes” de nossa cidade. Posteriormente, segundo sabemos, existiu um manifesto interesse para que tal curso oficial superior fosse instalado no prédio da Av. Vicente Ferreira, onde ha tempos funcionou a Fiação de Seda do Comendador Cristiano Altenfelder Silva. Quer nos parecer que a situação ainda está no mesmo pé, apesar de que já estamos no meio do ano e a Faculdade deverá funcionar em 1958. Tivemos a oportunidade de manifestar, a respeito, o nosso ponto de vista: Não somos contra a instalação da Faculdade no “Bezerra de Menez

Preços de medicamentos (25 de maio de 1957)

Há algum tempo, conversando com certos amigos num bar da Avenida, entre os quais se encontrava um colega de imprensa, estava êste sendo “gozado” por uma terceira pessoa, que dizia que o citado jornalista só escrevia sôbre a alta do custo de vida, quando a proprietária do hotel que habitava, elevava o preço da mensalidade da pensão. E o rapaz confessou, na ocasião, dizendo que de fato tal era verdade, pois costumava escrever aquilo que conhecia e sentia. Tal lembrança ocorreu-nos agora, depois de termos passado, ainda ontem, por uma “escalpelada” tremenda, quando tivemos necessidade de recorrer a uma farmácia. Ficamos boquiabertos, não pela alto dos preços, que já faz parte de nossa vida atual em todos os setores, mas sim, pela proporção incrível como vem se verificando ultimamente. O farmacêutico nos esclarecia então, que as variações das drogas e medicamentos, registradas nos últimos tempos, têm batido um verdadeiro “record” em velocidade, não cabendo culpa às farmácias, que mantêm, c

Candidato de Marília (23 de maio de 1957)

De uma pessoa que se assinou Maria Martha, recebemos ha dias uma atenciosa missiva, congratulando-se conosco pelos modestos artigos diários que aqui publicamos, e, no mesmo tempo, inquerindo-nos das razões “por que a campanha pró candidato de Marília foi interrompida”. Preliminarmente, nossos agradecimentos aos conceitos emitidos acerca de nossos despretensiosos escritos, uma vez que a correspondente foi excessivamente gentil em elogios; quanto a campanha referida, foi a mesma lançada prematuramente, por necessidade imperiosa aos próprios interesses do povo mariliense. Concordamos em parte com os dizeres da missivista, em que nem todos darão a devida atenção ou analisarão com verdadeiro amor por Marília, os motivos preconizados por nós, da necessidade imperiosa que temos em “fazer” um ou dois (no mínimo) deputados, nas próximas eleições. Sabemos disso, por experiência própria, uma vez que não é esta a primeira vez que participamos desse jogo, perdendo sempre. Em todo o caso, o que prev

Mesa Redonda Municipalista (22 de maio de 1957)

Depois de amanhã, sexta-feira, às 21 horas, no palco auditório da Rádio Dirceu, terá lugar importante “mesa redonda”, quando os representantes marilienses ao IV Congresso Brasileiro de Municípios recentemente realizado no Rio de Janeiro, terão o ensejo de conversar com o público mariliense, prestando contas dos trabalhos da delegação de Marília ao referido conclave nacional. Será, sem dúvida, um acontecimento democrático de grande repercussão, onde a referida emissora franqueará seu microfone aos municipalistas locais para esclarecimentos ao público e onde os nossos delegados terão a oportunidade de relatar com abundância de pormenores, as ações da representação mariliense ao aludido certame municipalista. A propósito, recordamos, que não ha muito, fizemos alusões ao aludido congresso dos municípios, tendo manifestado nosso ponto de vista de que em efetividade e reais resultados, o IV Congresso Brasileiro de Municípios, havia, em parte, constituído-se num autêntico fracasso. As pondera

No passado, tanto como no presente... (21 de maio de 1957)

Conversamos outro dia com um companheiro de trabalho e ao par de uma série de assuntos normais e naturais da palestra, veio à baila, aquilo que vez por outra comentamos nésta coluna e que é tambem objeto de apreciação por inúmeros cronistas, não só da Capital como do interior: as dificuldades e alta dos preços. E nosso companheiro nos asseverava, que, desde que principiou a conhecer-se por gente, sempre ouviu as mesmas reclamações acerca de que “tudo está caro”, “tudo está difícil”. A propósito, citava-nos o caso de um médico mariliense, que, não ha muito, numa viagem pelo velho mundo, visitou o museu egípcio em Londres. Naquele estabelecimento histórico, o esculápio viu uma carta escrita 2.000 anos Antes de Cristo, em cujo conteúdo, ao par de assuntos corriqueiros e de família, o missivista reclamava que “tudo estava caro, que a vida estava difícil e que a mulher lhe éra fiel”. O tradutor do precioso documento, acrescentara um adendo ao mesmo, que o seguinte comentário: “Naqueles temp

Ainda a COMAP local (18 de maio de 1957)

Por intermédio de algumas dezenas de jornais de diversos pontos do Estado, ficamos inteirados de que não são poucas as cidades que estão em franca luta pela reorganização das respectivas COMAPS. Se tal está acontecendo, sinal é que a maioria do povo interiorano, saturado com o angustiante desnível de custo de vida, alimenta ainda uma quase ilimitada confiança e mesmo esperança, num controle perfeito e numa fiscalização bem orientada, dos preços das utilidades e gêneros de consumo. Efetivamente, pensamos que uma COMAP bem orientada e dedicada, só poderá trazer benefícios, porque, embora contendo entre nós um grande número de comerciantes sensatos, não há (como) negar que existem outros, indiscutivelmente, algo mais gana (n) ciosos e desmedidos. Por outro lado, os trabalhos de tal organismo não irão prender-se unicamente ao serviço de fiscalizar os preços de venda, mas também de compra, ou os “bicos” de certos intermediários, alem de servir de legitima advogada dos interêsses gerais, fr

Instituto “Adolfo Lutz” (17 de maio de 1957)

Se Marília não possui muitas coisas mais, destinadas ao seu progresso e seu espantoso desenvolvimento, não será porque não necessite de interêsse público, como não será também por falta de empenho de seu povo. Repetidas vezes, temos dito através desta coluna, que a maior parte das realizações que hoje nos orgulhamos possuir e seus benefícios diretos ou indiretos desfrutar, são consequências do labor dos próprios marilienses, uma vez que o bafejo oficial tem sido pouco sentido entre nós. O ânimo daquêles que pulsam por estas plagas, não arrefece, entretanto; dentre as várias lutas verdadeiramente titânicas que pudemos demonstrar, figura a contenda inegavelmente gloriosa que de há muito vinha sendo empreendido, para a criação oficial de uma Faculdade para a família estudantil mariliense e da região. Assim é que os marilienses, por todos os meios possíveis, sempre têm procurado dotar a cidade de tudo aquilo que seu dinamismo e a condição geral de sua gente exige em nossos tempos. Se não t

O problema da mendicância (16 de maio de 1957)

Não ha muito, desfechou a autoridade policial local, uma oportuníssima campanha acerca da mendicância da cidade. Foi u’a medida salutar e necessária e não teve o intúito de “abrir fogo” frontalmente contra os que entendem a mão à caridade pública. O Dr. Helio Negreiros Penteado, delegado regional de polícia de Marília, por seus auxiliares e algumas vezes pessoalmente, esteve abordando os mendigos que afluem à nossa cidade a aqueles que fazem “ponto” em determinados locais. Constatou a autoridade policial, na ocasião, que muitos pedintes são originários de outras cidades e que aquí comparecem para fazer a “ronda”, que, certamente, oferecerá bons resultados. Da campanha, as medidas foram elogiáveis: expulsão dos pedintes de fóra que aquí aportam e estudos de condições daqueles que aquí residindo, empregam-se ao mistér de pedir, impedindo, por outro lado, o prosseguimento daqueles que pedem por vício ou vagabundagem e encaminhando a instituições assistenciais, os que mendigam por necessid

Três assuntos para crônica (14 de maio de 1957)

No último sábado, teve lugar no prédio novo do Marília Tenis Clube, à Avenida Rio Branco, o anunciado desfile de modelos femininos, com a participação de oito manequins vivos, vindos da paulicéia. Essas moças, modelos profissionais, estiveram recentemente se exibindo no Uruguai, onde arrancaram aplausos sem conta da sociedade uruguaia. A vinda das mesmas à nossa cidade, foi patrocinada pela firma “Tecidos Carone”, que emprestou sua colaboração ao espetáculo, que teve fundo beneficente, uma vez que a renda líquida apurada foi destinada aos cofres da Associação Filantrópica de Marília. Não temos muita autoridade para abordar o assunto, uma vez que não temos nenhuma pretensão “a là” Sued ou Thormes; no entanto, entendemos que a exibição foi magnífica, os modelos apresentados muito bem confeccionados e as mocas souberam desfilar com arte e graça. --:-- Domingo, das 11 às 12 horas, no palco-auditório da Rádio Dirceu, teve lugar a homenagem às mães, que foi tributada pelas firmas “Loja Frigi

Dia das Mães (12 de maio de 1957)

Hoje, segundo domingo do mês de maio, comemoramos condignamente o transcurso do Dia das Mães. Das incontáveis e justas homenagens, que habitualmente procuramos tributar a alguma pessoa, é, sem dúvida, o preito de gratidão que rendemos à Rainha do Lar, o de maior expressão, o de maior sentimento de ternura, amor e reconhecimento. Render uma homenagem sincera e merecida àquelas que tiveram a ventura de legar-nos a própria existência, é o mínimo que poderíamos fazer, para provar o nosso real amor e a nossa imorredoura gratidão. Curvamo-nos, neste momento, ante a realidade dos fatos: sentimos dificuldades imensas para delinear sentimentos tão excelsos e tão sublimes. Achamos difícil traduzir em letras de fôrma, tudo aquilo que domina nossos corações, fazendo transbordar a ternura que nos cobre a alma, para exteriorizar alguma coisa que sabemos sentir e não podemos explicar claramente. Não sabemos explicar nitidamente, porque não existem meios possíveis para que consigamos externar, em verd

Tipos curiosos (11 de maio de 1957)

Focalizou nosso colaborador Lauro Vargas, num de seus artigos, a variedade de tipo de leitores que ocorrem ao jornalista, buscando informações diversas, às vezes até estapafúrdias. Realmente, isso sucede à miude. Ou por cartas, ou por telefone, ou pessoalmente, somos procurados pelos nossos poucos leitores, para dar solução a problemas que escapam por completo a nossa alçada e tambem às nossas modestas pretensões. Ainda ontem, um cidadão que por sinal pertence a um Diretório político local, fazia tremenda pressão para que dessemos nosso ponto de vista pessoal, acerca da pessoa (ou personalidade) do Deputado Carlos Lacerda, que amanhã estará em Marília. Um outro convidou-nos para uma festa de aniversario tentand “jogar-nos na fogueira”, num discurso proferido perante eminente político local. Há tambem os que gostariam que dissessemos algumas “verdades” ao Sr. Prefeito Municipal ou ao Presidente do MAC. Muita gente desse tipo deixa-nos “matutando” se realmente seria essa a nossa missão,

Edifícios para a Caixa Econômica do Estado (10 de maio de 1957)

Em despacho dirigido ao dr. Ruy de Mello Junqueira, presidente do Conselho de Administração da Caixa Econômica do Estado, o governador Jânio Quadros acaba de autorizar a construção de edifícios próprios para a aludida autarquia, em seis cidades interioranas. Botucatu, Presidente Prudente, São Carlos, Taquaritinga, Taubaté e São José do Rio Pardo, são as urbes aquinhoadas com essa deferência governamental, em virtude de que em tais cidades, a CEESP já possuia terrenos próprios, destinados ao fim em apreço. Marília, cidade moderna, com mais de 110 mil habitantes, que consta com sua Agência da Caixa Econômica instaladas desde 1.937, com um grande saldo de depósitos, não foi lembrada nessa determinação governamental, possivelmente porque não dispunha de terreno próprio para o fim citado. A propósito, lembramo-nos que por volta do ano de 1950, a Agência local da Caixa Econômica do Estado, esteve em entendimentos para a aquisição do magnífico terreno sito na Av. Sampaio Vidal, esquina com a

A Declaração Municipalista (9 de maio de 1957)

Como caboclos do interior, temos acompanhado com bastante carinho, a luta municipalista desenvolvida por uma centena de bons brasileiros. E o que temos feito e continuaremos a faze-lo, movidos exclusivamente por uma questão de princípios, sem outro qualquer interesse que não a emancipação plena e total das comunas brasileiras. Embora jamais tivéssemos participado ativamente da luta, temos procurado acompanhar os passos dêsse exército de batalhadores, observando com atenção e simpatia o desfladar dêssa verdadeira bandeira da ressurreição municipal. Tivemos ciência da “Declaração Municipalista do Rio de Janeiro”, através da imprensa carioca. Gostamos dos princípios fundamentados, com excessão de um tópico, que julgamos em desacordo com a própria luta, porque choca-se frontalmente com uma outra contenda, tambem sagrada, atualmente em curso em nosso país: a luta contra o analfabetismo. Para sermos francos, estranhamos mesmo que se municipalistas, no item V da “disposição de propungnar”, op

Um congresso fracassado (8 de maio de 1957)

Confessamos que não estivemos acompanhando o andamento dos trabalhos desenvolvidos pelos participantes do IV Congresso Brasileiro de Municípios, recentemente realizado na Capital Federal. Não acompanhamos o desenrolar desses trabalhos, pelos seguintes motivos: primeiro, porque nossa cidade fôra explêndidamente representada nesse conclave, pelos vereadores marilienses de maior expressão na luta municipalista, aos quais, como toda a gente de nossa terra, depositamos toda a confiança e certeza de bom desempenho desse mistér; segundo, porque a própria imprensa – falada e escrita do Rio e São Paulo –, foi algo restrita, para não falarmos incompleta, na divulgação dos fatos alusivos à essência dos trabalhos em curso; e, finalmente, porque tínhamos poucas esperanças nos resultados positivos e efetivos dessa assembléia, uma vez que ainda vibravam em nossa memória, os ecos negativos do Congresso de São Lourenço. No entanto, através de uma entrevista concedida pelo Dr. Fernando Mauro, ante-ontem

Educação e Civismo (4 de maio de 1957)

Não somos e nem pretendemos tornar-nos reformadores ou conselheiros, especialmente para aqueles que não tomaram em criança, o chá da educação. Acontece que certas ocasiões, temos urgência em registrar fatos verdadeiramente degradantes, como alguns que presenciamos na última terça-feira, quando da ocasião do desfile varzeano pela principal artéria da cidade. Algumas pessoas, numa demonstração inconteste de falta de educação e de civismo, tiveram procedimentos censuráveis, quando vaiaram, riram e assobiaram para algumas das respresentações esportivas que pela Av. Sampaio Vidal estavam desfilando. Não deveriam, jamais, ter assim procedido. Aqueles que não gostaram do desfile, deveriam, honestamente, abandonar o local, ao invés de agir dessa maneira. Afinal, os rapazes e as mocas e mesmo as crianças que estavam colaborando com a Liga Municipal de Futebol e desfilando na véspera da realização do torneio início varzeano, são verdadeiros desportistas, amantes das causas do desporto da cidade,