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Mostrando postagens de outubro, 2009

Nossa grande companheira (31 de outubro de 1957)

Não há muito, fomos abordados por um estimado causídico da cidade, nosso particular amigo e assinante dêste órgão. O bacharel não escondera a sua admiração, pelo fato de que, só poucos dias antes viera a saber, que o autor destas linhas éra seu amigo comum. Mostrara-se surpreso, segundo nos asseverara, pelo fato de privar de nossa amizade, ser nosso leitor, algumas vezes abordar um assunto por nós escrito, ignorando-nos como o autor desta coluna. Por outro lado, jamais nos passou pela mente, que referências conosco, acerca de nossos escritos, fossem feitas por essa pessoa, nessas condições, isto é, ignorando-nos como “o pai da criança” no caso. Tecendo-nos elogios excessivos de bondade, nosso amigo dizia apreciar o que escrevemos, pela variedade das questões que abordamos e pela singeleza do vernáculo que utilizamos. E perguntava-nos se às vezes não nos sentíamos em dificuldades para encontrar ou desenvolver um assunto, destinado à êste espaço. Justificou a pergunta, alegando que êle p

Um policial diligente (30 de outubro de 1957)

É de nosso feitio, abordar através desta despretensiosa coluna diária, os assuntos de maior interêsse momentâneo. Dedicamos um carinho ainda mais especial, aos fatos relacionados de uma ou outra forma, com as coisas e causas marilienses e de sua gente, enfim. Destacamos acontecimentos diretamente ou não, ligados com a própria vida de Marília e seu povo, como igualmente criticamos aquilo que se nos parece errado ou contraproducente. Quando censuramos, procuramos fazê-lo cingidos exclusivamente dentro do labor jornalístico, sem permitir que nessas críticas seja exteriorizado nenhum egocentrismo. Quando louvamos fatos ou atitudes de alguém, igualmente o fazemos dentro dêsse princípio e dessa função. É o caso de hoje. Não poderíamos nos furtar ao dever de ressaltar, a conduta de trabalhos de uma autoridade policial de nosso município, que, até aqui, apesar do pouco tempo que com os marilienses priva, foi capaz de dar mostras sobejas, de diligência, pulso firme, boas intenções e um espírito

“Gatos” e “ratas” (29 de outubro de 1957)

Todo aquele que dirige ou milita num órgão de imprensa, está sujeito a passar, de vez em quando, suas dores de cabeça, em consequência de erros cometidos em seus trabalhos ou no periódico dirigido. Se “errar é humano”, conforme reza antigo brocardo, não poderiam os jornalistas, especialmente os interioranos, arcar com o crucifixamento pretendido por muitos, que, alheios aos trabalhos jornalísticos, exergam nos chamados “gatos” de imprensa, motivos de condenação, de “gozações” e até de escárnio, em determinadas ocasiões. Isto nos ocorreu agora, quando recebemos pelo correio, num envelope, ao lado de um bilhete anônimo, um recorte de um jornal interiorano, eivado de erros tipográficos, todos assinalados à carmin. O missivista, que por sinal deve ser leitor désta coluna, demonstrou suas intenções de que viessemos à público “descascar” o colega pela série de descuidos cometidos e rigorosamente selecionados e assinalados. Referiu-se às “ratas” do jornal. Entre “gatos” e “ratas” existe enorm

A questão dos semáforos (26 de outubro de 1957)

Por diversas vezes nos ocupamos anteriormente, acerca da necessidade de ser Marília dotada com maior número de sinaleiros de trânsito, dêsses de tipo luminoso. As razões, amplamente delineadas, não podem ser refutadas, em virtude dos comprovados motivos de justeza que encerram. Quando parecia que nossas palavras tinham sido levadas pelo vento, eis que alguns vereadores principiaram agora a interessar-se melhor pela questão, alguns dêles depois de ter verificado e estudado o assunto em apreço. De fato, o movimento de trânsito de nossa cidade – motorizado e pedestre –, está, de há muito, a exigir êsse complemento auxiliar da fiscalização, não só para facilidade em si, dos próprios funcionários incumbidos do serviço referido, como para melhor garantia e salvaguarda das gentes e de bens materiais. Ao que nos consta, o assunto voltará a ser focalizado numa das próximas sessões do legislativo mariliense, como uma necessidade inadiável que é. É de esperar-se, por isso mesmo, a solução dêsse p

O General e a greve (25 de outubro de 1957)

Sinceramente, causou-nos a mais profunda espécie, a atitude do vice-governador do Estado, general Porfírio da Paz. Não porque S. Excia. tivesse se solidarizado com o movimento paredista de grandes proporções, óra (des) ferido em São Paulo, mas sim pelos meios como o vice-governador aderiu ao acontecimento, chegando ao cúmulo de sair às ruas e comandar “piquetes” de grevistas. Estranhamos o agir do general Porfírio, como homem público, como político consumado e como oficial general de nosso Exercito. Por mais que tivéssemos tentado achar motivos par (a) justificar a atitude do vice-governador, não conseguimos fazê-lo. O gesto do general foi de uma infelicidade completa. Pactuou com um movimento que foi disvirtuado em suas finalidades primordiais, passando, de greve passiva à ondas de agitações, depredações e imposições condenáveis, inclusive com destruições de propriedades alheias. Colocou-se frontalmente contra o próprio Governador, uma vez que êste procura deter a onda de destruições

Imprensa e policia (24 de outubro de 1957)

Dois poderes, duas autoridades, duas ações correlatas e uma só finalidade: o bem estar público. Imprensa e polícia têm muito em comum. A imprensa orienta, esclarece, divulga, previne, combate e critica, procurando mostrar o correto, perfeitamente diferenciado do errado. A polícia fiscaliza, proteje, dá segurança e combate o mal, trazendo a certeza do bem estar e da inviolabilidade dos direitos das gentes. A colaboração intrínseca dessas duas fôrças, só pode trazer à família brasileira, uma orientação segura e firme, o combate ao mal, a garantia da integridade individual e a preservação da moral e dos direitos contitucionais de todo o cidadão. Não será êrro o dizer-se que uma age, direta ou indiretamente, em função da outra, embora por caminhos diferentes e ações diversas. A conjugação dessas duas alavancas, apresentam uma fôrça que resulta no melhor beneficio público. A divergência dessas duas ações, ou a má orientação dos destinos de uma ou outra, reverte, diretamente, em detrimento d

Luz para a Vila Fragata (23 de outubro de 1957)

Diversas pessoas nos procuraram, para que fôssemos intérpretes junto ao sr. Prefeito Municipal e também junto à Companhia Paulista de Força e Luz, no sentido de que sejam tomadas providências urgentes, para estender até à Vila Fragata, os benefícios da rede de energia elétrica. Realmente, trata-se de uma aspiração das mais justas, uma vez que a Vila referida é o bairro mais próximo ao centro, distando, da parte central da “urbe”, apenas 700 metros. Não é fácil de compreender, que, na atual éra da energia atômica em que vivemos, um bairro tão próximo ao centro da cidade, continue a reclamar êsse melhoramento, hoje em dia tido até como dos mais comezinhos. Contam-nos os interessados, de que os proprietários de casas e terrenos do mencionado bairro já depositaram na Prefeitura Municipal de Marília, a quantia aproximada de 60 mil cruzeiros, para que o poder executivo póssa fazer face às despesas da instalação dos postes respectivos. Ficamos até um tanto céticos quanto à essa informação, po

A gréve de São Paulo (22 de outubro de 1957)

Eclodiu na paulicéia um formidável movimento paredista, que atingiu proporções verdadeiramente imprevisíveis. A gréve de diversas classes operárias de São Paulo, chegou mesmo a influir e prejudicar a rotina da vida bandeirante, tendo seus reflexos atingido, política e moralmente, outros pontos do país e repercutido mesmo, inclusive, nas altas esferas administrativas de órbita federal. Não pretendemos discutir os motivos oriundos do movimento referido, nem tampouco os direitos dos grevistas, maximé quando nos ufanamos do atual clima democrático em que vivemos. Fazemos, como simples trabalho jornalístico, apenas um pequeno reparo aos meios pelos quais se processou a alarmante gréve. Deixando à margem, como dissemos, os direitos que reputamos incontestáveis e os motivos que não conhecemos perfeitamente e que divergem em suas formas de divulgação, externamos nosso ponto de vista contrário ao movimento grevista, pelas maneiras como o mesmo se conduz. Entendemos a gréve como um movimento pac

Andar errado por caminho certo (19 de outubro de 1957)

Dentro das mais sinceras e insuspeitas boas intenções, estivemos durante algum tempo, ocupados em “pregar” aos marilienses, acerca da imperiosa e irretorquível necessidade que se nos apresentava, de elegermos, no próximo pleito eleitoral, um legítimo deputado mariliense. Foi um trabalho jornalístico honesto e bem intencionado, que outro desiderato não visou, a não ser o esclarecimento necessário sobre os erros do passado, com a mesm (a) o dispersão de votos do passado. Nenhum lucro, diréto ou indireto objetivamos e nenhum favor prestamos à quem-quer-que seja. Dissemos, no pretérito, que nos bateriamos acirradamente contra a eventualidade de vir Marília a apresentar, um número ou equivalente ou maior do que dois candidatos à deputação estadual. É pois, chegado o momento déssa contenda, que, no entanto, para decepção de alguns e gáudio de outros, não será levada a efeito. Não pensem que seja covardia ou receio de “abrir fogo” contra o número já notório dos candidatos marilienses; apenas

A gripe e os médicos marilienses (18 de outubro de 1957)

Não propriamente por vocação, mas sim por imposição de nosso “velho”, permanecemos, no passado, cerca de cinco anos num laboratório, atrás do balcão de uma farmácia. Sem jamais termos aberto um livro de patologia, para, sôbre suas páginas termos queimado pestana, conseguimos, mercê dessa circunstancia, conhecer pequenas particularidades de doenças comuns e saber das conveniências ou inconveniências de determinadas drogas ou aplicações. Desde essa época, mantemos ainda conosco, a convicção de que não se conhece até o momento, um medicamento apropriado para acabar com o vulgar vírus da chamada gripe comum, essa que grassa em todos os cantos do mundo, em qualquer época do ano. Temos mesmo a impressão de que todos os medicamentos chamados anti-gripais não possuem os efeitos bi-laterais que deveriam apresentar, isto é, combater o vírus e preparar o organismo para melhor resistência, durante a doença e durante o tratamento. os anti-grupais existentes, no Brasil ou em outro qualquer país, pos

O burro, a égua e o processo (17 de outubro de 1957)

O burro referido no epígrafe dêste artigo, é burro mesmo (substantivo). E teve sob o lombo o peso de um processo-crime, por ter matado seu amo com um coice. O fato, extraordinário, não ocorreu nos Estados Unidos, onde se verificam, à miude, acontecimentos verdadeiramente esdruxulos. Verificou-se nêste Brasil amado, idolatrado, salve, salve. Foi em Quipapá, pacata cidadezinha pernambucana, que ha pouco esteve nas manchetes dos jornais, em virtude do assassinato do Bispo de Guaranhuns, pelo ex-padre quipapaense, Hosaná Siqueira. Foi em fins do mês pretérito. O Secretário da Segurança Pública do Estado de Pernambuco, recebeu, do sargento-delegado de polícia de Quipapá, um ofício no qual pedia a instauração de inquérito contra o mencionado animal, pelo fato do mesmo ter morto seu amo, com violentíssimo coice. Alguns dias após, o Secretário da Segurança Pública recebeu novo ofício do mesmo sargento-delegado, esclarecendo, após as introduções funcionais e protocolares, que “quem matou o cida

O Corpo de Vigilancia Noturna (16 de outubro de 1957)

Nossa reportagem manteve “um dedinho de prosa” com o vereador Sebastião Mônaco, Presidente eleito do Corpo de Vigilância Noturna de Marília, órgão que tem sua diretoria empossada e sua estrutura em fase de remodelação total. O assunto, de interesse público e geral, vinha de ha muito, reclamando as medidas óra preconizadas, uma vez que a atual corporação da Guarda Noturna, em que pese os interesses e a boa vontade dos diretores da mesma e dos homens que à ela emprestam sua colaboração, não vêm correspondendo, por motivos vários, as finalidades e exigências do progresso da cidade. O Corpo de Vigilância Noturna de Marília, com sua diretoria já tomando as providências iniciais para a sua reestruturação (que à rigor é mesmo nova organização e não propriamente uma reorganização), trará aos marilienses, dentro em breve, a garantia de sua existência e a efetividade de seus inestimáveis serviços. De conformidade com o que nos informou o Presidente Mônaco, o efetivo dos vigilantes noturnos será

A candidatura Jango (15 de outubro de 1957)

Enquanto em muitas esferas políticas aguardava-se a ratificação do lançamento do nome de Teixeira Lott à sucessão presidencial, enquanto ainda, muitas facções partidárias esperavam, de certo modo ansiosas, uma definição de Juarez Távora acerta da aceitação de indicação para disputar o Catete, eis que “estoura” na cidade de Araraquara, o lançamento do nome de João Goulart, para suceder ao atual Presidente da República. O lançamento referido verificou-se através da deputada Ivete Vargas, ocasião em que o Vice-Presidente da República visitou Araraquara, a convite do deputado Leonardo Barbieri, que, deixando o P. S. P., transportou-se com armas e bagagem para o P. T. B.. Vários políticos e próceres petebistas, dentre êles Vicente Bota, ali se encontravam, no momento em que ocorria a cerimônia de inauguração da Agência do SAPS de Araraquara. O fato deu-se em comício público, tendo Jango aceitado praticamente o lançamento de seu nome. A lançadora oficial em São Paulo, do primeiro candidato à

O satélite artificial (12 de outubro de 1957)

O assunto do momento, é sem dúvida, o lançamento do satélite artificial russo. Questão que deve ser encarada à parte de qualquer ideologismo político, partidarismo de nação, simpatia ou antipatia por determinados povos. A questão é puramente científica. Abre novos horizontes no campo sideral, prognosticando por um lado perspectivas inteligentes de descortínios de um futuro mais completo e feliz para tôda a humanidade, com a utilização dêsses satélites para fins úteis e humanos. Por outro lado – temem alguns –, poderá precipitar acontecimentos imprevisíveis, caso suas verdadeiras finalidades sejam desvirtuadas e seu emprego seja destinado a fins beligerantes, diretos ou indiretos. Confessamos que há quinze dias transatos, se nos dissessem com segurança que tal fato ocorreria, teríamos duvidado. Isto, porque de há muito, vinham a Rússia, a Inglaterra e os Estados Unidos, apregoam tais lançamentos. Como a tensão política internacional vem nos últimos anos atingindo um regular índice de in

A sucessão governamental (11 de outubro de 1957)

O problema da sucessão do atual govêrno estadual, principia já preocupar os círculos políticos paulistanos. Pelo que se percebe, através dos noticiários da imprensa especializada em assuntos políticos, a preocupação embora disfarçadamente existe em maiores proporções do que seja possível imaginar. Os próceres políticos estão evitando tornar públicas suas idéias, mas não ha (como) negar que já existem conchavos e estudos à respeito. Estão sendo auscultadas diversas figuras de primeira grandeza na política atual e ao que parece, a confusão persiste ainda. O prof. Carvalho Pinto, foi lançado “na fogueira”, com uma antecipação inesperada. A nosso ver, é, de antemão, um nome queimado; não porque lhe faltem qualidades morais ou propriamente administrativas para exercer o alto cargo de Governador do Estado, mais sim em virtude da pouca expressão política de seu nome, em relação às massas. O ilustre primeiro candidato à sucessão do Sr. Jânio Quadros, em que pese suas inequívocas qualidades de

Marília e o Congresso de Franca (10 de outubro de 1957)

Mais uma vez, estará Marília presente a um certame municipalista. Désta vez, em Franca. Na madrugada de ontem, para lá seguiu a delegação de vereadores marilienses, composta pelos srs. Nasib Cury, José Brambilla, Dr. Geraldino Furtado de Medeiros e Edmundo Lopes. Os citados edís encontrar-se-ão com o presidente Aniz Badra, que seguiu na frente. Sábado próximo, deverá tambem viajar para a cidade de Franca, o prefeito Argollo Ferrão. Como sempre, Marília far-se-á presente à um conclave de tão magna importância. Pena que não tenham podido seguir tambem, outros vereadores locais, que, no passado, tão bem representaram Marília nesse setor; são eles o Dr. Guimarães Toni, Sebastião Mônaco, Dr. Fernando Mauro e Reverendo Álvaro Simões. Não que nossa cidade venha a estar mal representada; absolutamente. É que estes nomes citados, aliados às pessoas que alí se encontram, dariam ao nosso município, maior relevo, uma vez que são verdadeiramente estudiosos das causas municipalistas. Tivemos já exem

Ainda os “discos voadores” (8 de outubro de 1957)

Estamos habituados a receber correspondência de nossos leitores, aprovando ou censurando aquilo que escrevemos. É um direito que assiste a qualquer cidadão, num regime democrático, o de concordar ou não com determinados pontos de vista ou opiniões. Por nosso lado, também acatamos e respeitamos o pensamento alheio, embora nem sempre possamos concordar com muitas idéias. Escrevemos há pouco, algumas linhas sôbre os chamados “discos voadores”. Fizemos-lo, por solicitação de um leitor. Não abordamos a parte cientifica, porque dela nada sabemos. Fizemos menção ao nosso descrédito sôbre o assunto, em virtude da multi-variedade de informações a respeito foram tornadas públicas, principalmente por uma grande e conceituada revista nacional. Continuamos não acreditando nos “discos voadores” nas poliformes maneiras como são tidos. E duvidamos mesmo que exista uma pessoa que tenha um juizo formado acerca do assunto, depois de ter lido opiniões de diversas autoridades. Isto, porque, êsses pareceres

Observações sobre a URSS (5 de outubro de 1957)

Esteve ha pouco na Rússia e em outros paises do velho continente, uma comissão de parlamentares, conforme é do conhecimento de todos. Na ocasião do embarque déssa delegação, escrevemos alguma coisa, dizendo de como viamos éssa comitiva viajar, isto é, do nosso ponto de vista a respeito. Dissemos na ocasião, que a delegação que fôra dividida em três partes distintas: a que foi “encaixada” como turista, a que foi com o objetivo de ver a Rússia por simpatia ao seu povo ou ao seu sistema político e a outra, mais sensata, que cumpriu fielmente a missão, observando “in loco”, com imparcialidade absoluta. Ficamos, pois, aguardando o pronunciamento daqueles que se dirigiram para a Rússia, país maravilhoso para muita gente e nação abjeta para outra tanta gente. Não vimos uma transpiração déssas observações da maneira que desejavamos. Gostariamos de conhecer os pontos de vista de maneira a mais leal possível, por parte de todos aqueles que empreenderam éssa missão. Ao que parece, somente a deput

Discos voadores (4 de outubro de 1957)

Limos “por cima” notícia a respeito de que um cidadão de Santos, por sinal catedrático de direito, teria viajado num veículo interplanetário, conhecido como “disco voador”. Não nos preocupamos com a notícia, uma vez que ainda somos partidários da política de São Tomé a respeito. Recebemos ha pouco uma carta em que se nos pergunta “o que pensamos a respeito”. Não pensamos nada, porque acreditamos tão grande a fantasia e a mentira, a ponto de nada dar para pensar. No passado, muita gente “viu” os “discos voadores”. Não tivemos nós a felicidade de ver nenhum desses objetos, por mais vontade que tivessemos. Nem siquer tivemos a oportunidade de conversar com alguem, daqui ou de fóra, que realmente tivesse visto os “discos”. Longe de nós, o insinuarmos de mentiroso o prof. Freitas Guimarães, que diz ter viajado no “disco voador” e ter estabelecido novo encontro, que não aconteceu, apesar da expectativa de milhares de pessoas e de uma legião de reporteres e fotógrafos. A pessoa que nos dirigi

“Políticos do lado da sombra” (3 de outubro de 1957)

As vezes achamos verdadeira graça, nas atitudes de certos políticos de nossos dias. São as pessoas que chamaremos de “políticos do lado da sombra”. De mesma maneira que existem os políticos “Maria vai com as outras”, existem também os “do lado da sombra”, isto é, os que se adaptam às circunstâncias de maior probabilidade de “cartaz”, de aparecimento público, desfrutando, em consequência, os resultados de lutas anteriores, procedidas por outros políticos, na maioria das vezes bem intencionados. A questão da luta municipalista é um exemplo frisante. Hoje em dia, raro é o deputado ou o político profissional que não seja ou não pretenda ser “municipalista”. No passado, só um número ínfimo de bons interioranos desfraldou essa bandeira, que hoje principia a dar os seus primeiros frutos, impondo a sua força e exigindo os seus direitos. O “negocio” hoje é diferente. Principalmente nas épocas de eleições, quando os políticos de oportunidade abandonam o asfalto e se dirigem ao interior, arvorand

Elegeremos um candidato mariliense? (2 de outubro de 1957)

Os inúmeros artigos por nós já escritos, a respeito da necessidade de Marília ser legitimamente representada no Palácio 9 de Julho, em especial, acarretaram-nos uma certa responsabilidade pública, uma vez que volta e meia somos abordados acerca do andamento da questão. Efetivamente, nossos únicos interesses no caso, representam apenas o desejo de ver Marília sair da orfandade política que até aqui tem apresentado. E temos nossas razões para isso, uma vez que embora tenhamos contado, vez por outra, com algum beneplacido de deputados de outras regiões, para questões de interesses marilienses, a verdade é que os interesses imediatos e que poderiam ser tratados diretamente e não à guisa de favores, tem sido relegados a plano secundário, por falta absoluta e incontestável de não possuirmos o nosso lídimo advogado político em algum parlamento. O tempo corre célere e quanto mais se descurar do assunto, maiores serão os problemas futuros a respeito do assunto, uma vez que tais problemas já exi

Esplicações sobre a “asiática” (1º de outubro de 1957)

Primeiro, um receio, uma apreensão natural. Depois, “gozações” acirradas sobre o surto epidêmico de gripe, que se alastrava gradativamente por quasi todos os paises do mundo. Um pouco de “intermezzo” a seguir e a aludida enfermidade atingiu, com certas dúvidas quanto à sua verdadeira origem, paises da América do Sul. Passou da Argentina para o Rio Grande, sem direitos alfandegários, pulou para o Rio e retornou a São Paulo, passando primeiro por Santos. Já fez algumas vítimas entre nós. No entanto, de acôrdo com as notícias a respeito divulgadas, os óbitos não foram propriamente ocasionados pelo virus da moléstia e sim em consequência de complicações, originarias de outros males. Podemos dizer que se não fôra a pouca intensidade do surto entre nós e seu já prático enfraquecimento, as consequências seriam imprevisíveis na maioria dos brasileiros, devido ao estado geral de quasi permanente sub-alimentação de nossa gente. Em que pese as providências sanitárias tomadas pelas autoridades res