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Mostrando postagens de janeiro, 2009

O Presidente e o custo de vida (31 de janeiro de 1957)

Não é de nosso feitio o “meter o pau”, processo de tanto agrado de muita gente. Temos nos ocupado de censurar aquilo que se nos assemelha errado ou defeituoso e isso temos feito sem paixões, procurando apenas, dentro das faculdades que desfrutamos, contribuir para a orientação de alguns, objetivando apenas a sincera e integral desincumbência de nossos mistéres para com o jornal. Sabem todos, não temos cor política e se a tivessemos, por certo deveria ésta ficar à margem, quando tivessemos que abordar questão dêsse jaez. Assim exige a bandeira da neutralidade e da imparcialidade que é o apanágio da boa imprensa, especialmente a sacrificada imprensa cabocla. Repetidas vezes temos nos ocupado acerca do vertiginoso e descontrolado custo de vida, que sobe qual um rojão pirotécnico. E temos emitido nossas opiniões sinceras, procurando imprimir às mesmas o maior critério possivel e o mais abalizado ponto de vista. Em verdade, o custo de vida de nossos dias, desafia a argúcia e a capacidade de

Mestres em Filosofia (30 de janeiro de 1957)

Sancionou o Governador do Estado, o projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa paulista, criando a Faculdade de Filosofia para Marília. Sabem todos, que a concretização oficial dêsse empreendimento representa a recompensa de vários anos de lutas do povo mariliense, através de seus poderes constituídos, de sua imprensa e de suas entidades de classe. É, pois, um motivo de justo orgulho, a criação dêsse curso superior oficial em nossa cidade. Nossas lutas a respeito, que datam de anos, não foram em vão. E, tampouco representaram uma pretensão desmedida de nossa parte. Marília, com mais de 100 mil almas, desfrutando de privilegiada situação topográfica e representativa na região, sendo, justamente a “capital” da Alta Paulista, não só completará uma grande necessidade própria, preenchendo enorme lacuna, como também irá beneficiar centenas de jovens de inúmeras zonas circunvizinhas. Propalou-se há pouco, que iríamos encontrar dificuldades inúmeras, para manter a Faculdade de Filosof

Imigrantes (29 de janeiro de 1957)

Inúmeras ocasiões, temos nos ocupado nesta coluna, de mencionar êrros clamorosos praticados pelo serviço especializado de selecionamento de imigrantes europeus para o Brasil. Temos citado exemplos frisantes e feito comparações com os imigrantes do passado e do presente. Com aquêles que aqui vinham para trabalhar e engrandecer o Brasil e com êstes, que vêm vender casimiras e bujigangas, trabalhar em teatros e alguns, tem sido julgados até invertidos sexuais. Aquêles que nos acompanham, estão melhor aquilatados para perceber o nosso ponto de vista. Para confirmar aquilo que vimos dizendo há anos, transcrevemos abaixo o seguinte telegrama: “RIO (Argus-Press) – Procedente de Gênova, chegou o “Anna C”, com numerosos imigrantes para o Brasil. Verificou a reportagem que muitos dêles são da classe de imigrantes espontâneos, isto é, mandados vir pelos parentes que aqui residem. Mas outros viajaram graças ao trabalho de seleção que fazemos nos portos de origem em colaboração com o CIME. Têm pass

Fernando de Noronha (26 de janeiro de 1957)

A ilha nordestina esteve muito tempo abandonada; serviu no passado de verdadeiro paraiso de cóbras, causando medo em muita gente, pela enorme variedade de ofídios venenosos que alí proliferavam. Depois, principiou a ser habitada. O sr. Getulio Vargas aproveitou a região para transformar a ilha em presídio político. Muita gente alí cumpriu penas processuais e não processuais. Hoje em dia, Fernando de Noronha deixou de ser um Butantã extra-oficial e deixou tambem de ser um presídio. Muita gente vive na ilha; algumas pessoas que alí cumpriram penas, decidiram viver em Fernando de Noronha, quando tinham condições de radicar-se em outros pontos da Pátria. Isso só, poderá dar uma idéia de que a ilha oferece as suas vantagens para alí viver-se. Não ha muito, uma revista especializada, procedeu ampla reportagem acerca de Fernando de Noronha, sua vida e sua gente. Abordou a extinção das prisões e focalizou a vida dos ex-convictos e suas famílias. Ilustrou a reportagem com vistas pitorescas e as

A Festa do Jornaleiro (25 de janeiro de 1957)

Merece encômios a idéia da Rádio Dirceu, que hoje será levada a efeito, com a propalada Festa do Jornaleiro. Será prestada homenagem significativa, a êsses heróis anônimos, que ao sol ou chuva, frio ou calor, vão de casa em casa entregar aos marilienses seus jornais prediletos. A humilde classe, que leva aos lares da gente de Marília, como de todos os centros civilizados, as notícias de todo o mundo, a própria vida e de tôdas suas pulsações, traduzidas em letras de forma, será lembrada pelos marilienses, mercê da idéia da “emissora do seu lar”. Tão nobre é a iniciativa, que encontrou de imediato guarida no coração de todos os marilienses. O “Correio” aderiu de imediato ao movimento. Porque viu nisso um gesto digno, elogiável. Porque achou excelente a oportunidade, de render-se uma homenagem à classe dos jornaleiros. Porque, por outro lado, quase todos nós, que militamos na pobre e sacrificada imprensa interiorana, iniciamos nossos trabalhos no passado, entregando jornais. O vereador Na

Otimismo? (24 de janeiro de 1957)

A gente não deve ser demasiadamente pessimista e nem tampouco exageradamente otimista. O brasileiro, regra geral impulsivo, costuma pender para o exagero, quando não muda como um paravento. Deve ser consequência de seu sentimentalismo natural, seu amor pelas coisas de sua gente e de sua Pátria. Referimo-nos aos momentos em que temos que nos fazer representar em quaisquer certames internacionais. Pecamos em excesso. No futeból, foi assim. Antes da Copa do Mundo de 1950, já nos endeusávamos e estufávamos o peito, chegando mesmo a jactar-nos de virtuais campeões. Subestimamos os uruguaios e os mesmos levaram para sua terra a Taça “Jules Rimet”, quando ésta, na opinião da maioria, já “estava no papo” de Flávio Costa. Em 54, aconteceu o mesmo, só que a decepção antecipou-se muito. Nas últimas olimpíadas, se não fosse o Adhemar (não o de Barros, o Ferreira da Silva), teria nossa representação feito um fiasco total. Marta Rocha, representou condignamente o Brasil no certame das beldades mundi

O “eixo” policial (23 de janeiro de 1957)

O dr. José Edgard P. de Moraes, delegado regional de polícia em Botucatu, está preconizando um “eixo” policial Bauru-Botucatu-Marília, com permanente “batidas”, visando “limpar” o triângulo formado pelos três centros, dos malandros e desocupados, dos indesejáveis, enfim. Ótima idéia. Ainda em nossa edição de ôntem, transcrevemos uma notícia a respeito, divulgada pelo jornal “Correio da Noroeste”, da cidade de Bauru. Na oportunidade, referiu-se o colunista aos trabalhos da regional local, acerca das “batidas” diárias nos trens da Paulista, tendo noticiado, inclusive, as últimas prisões realizadas pela polícia mariliense. Um trabalho articulado, das três regionais, virá beneficiar bastante a nossa população, pois desarticulará, certamente, planos e ações de muitos ladrões que acorrem a essas promissoras e exuberantes zonas do Estado. Será, portanto, “um cinturão defensivo”, que virá beneficiar imensa população. O delegado regional de polícia de Bauru, sr. Everaldo Tanganelli, através da

As comissões da Camara Municipal (22 de janeiro de 1957)

Na próxima quinta-feira, realizará a Câmara Municipal de Marília, a sua primeira reunião ordinária do presente exercício. Como sabem todos, nessa sessão, serão eleitas as comissões especiais do legislativo mariliense. Embora não pareço, a sessão referida revestir-se-á de importância capital, pois da perfeita escolha dos membros das comissões permanentes, dependerão os próprios êxitos do plenário. Como sempre, nossa reportagem andou “baratinando” alguns vereadores, com o objetivo de saber se existem opiniões já formadas para a constituição das aludidas comissões. O que soubemos a respeito, não nos trouxe nenhuma alegria. Confessamo-lo, embora não tenhamos a mínima pretensão de imiscuir-nos nos serviços do legislativo mariliense. É que, pelo que pudemos entender, as comissões especiais – se autênticas as informações que nos prestaram –, serão formadas à base de entendimentos políticos. Causou-nos espécie a informação embora nenhuma admiração. No entanto, pensamos que as comissões especia

Carros brancos, vermelhos, beije e verde-oliva (19 de janeiro de 1957)

Ao que se sabe, vários preceitos legais, constando de exigências e proibições previstas pelo Código Nacional de Trânsito, serão postos em prática, já agora, por ocasião do licenciamento de veículos para 1957. Por exemplo, segundo noticia a imprensa bauruense, na “cidade sem limites” a Delegacia Regional de Polícia, através de uma Secção de Trânsito, está notificando aos interessados, instruindo-os convenientemente, acerca do cumprimento de tais exigências. De acordo com as instruções a respeito, nenhum carro será vistoriado ou lacrado, sem que seu motorista não esteja com exame médico dentro da validade de 5 anos, bem como em ordem o imposto sindical e regularizada a taxa exigida pelo IAPETEC e a matrícula revalidada para o corrente exercício. Na vistoria prévia a que estão sujeitos os veículos a motor, serão examinados os freios de pé e de mão, direção, iluminação, limpador de parabrisas, busina, espelho retrovisor, setas indicativas de direção e “olhos de gato”, além do silencioso de

O Climático Hotel (18 de janeiro de 1957)

Temos noticiado constantemente o fato que representa o grandioso empreendimento de um grupo de marilienses, já na sua fase final, na estação climática de Campos Novos Paulistas: o Climático Hotel. Realmente, nenhum exagero ou outro interesse existe de nossa parte, senão o focalizar um acontecimento que tem muito mais importância do que possa parecer à primeira vista. O mariliense, para repouso ou tratamento de saúde, até aquí, viu-se obrigado a rumar para estações de águas caríssimas e famosas, longe de Marília. Isso, de modo geral, não mais vai ser necessário, uma vez que, já para o último trimestre do ano em curso, deverá ser oficialmente inaugurado o Climático Hotel Campos Novos Paulista, realização que veio preencher imensa lacuna, não só em Marília, como em toda a Alta Paulista, Alta Sorocabana, Norte do Paraná, e, à rigor, no próprio Estado. Não mais precisarão os marilienses, de agora em diante, abandonar seus compromissos e suas famílias, para realizar necessários tratamentos e

Deputados e deputados (17 de janeiro de 1957)

Não se pode censurar o brasileiro, especialmente o caboclo do interior, quando desacredita dos políticos dos nossos dias. Salvo raras exceções, ser político, no Brasil, é carregar sobre os ômbros a balda de uma série de defeitos, compreendidos desde acôrdos escusos até a desonestidade. O povo brasileiro, semi-analfabeto em sua maioria não poderia mesmo pensar de outro módo, tantos são os exemplos contundentes e de baixa estirpe moral que presenciamos continuadamente. Muita gente acredita, que ser político e ocupar um cargo eletivo, é ser especialista em dizer desaforos. Não podem ser condenados aqueles que assim pensam. Não podem e não devem. São tantos e tão marcantes os exemplos que vemos a êsse respeito, que até nós, que, embora não sendo lá muito cultos e nem tampouco semi-analfabetos, somos forçados, muitas vezes a pender para o lado da maioria das opiniões. Acaba a Assembléia Legislativa de dar mais u’a mostra daquilo que acontece à miude nos parlamentos nacionais: no último dia

Faculdade de Filosofia (16 de janeiro de 1957)

Podemos já considerar uma realidade a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília. Podemos já ter a certeza de que não foram em vão as lutas empreendidas pelo povo mariliense, através de suas autoridades de classe, sua imprensa – escrita e falada – e a família mariliense em geral. A criação e instalação dêsse curso oficial superior, jamais representou para nós, uma pretensão descabida; pelo contrário, foi o fruto de um direito, de uma necessidade indiscutível e irrefutável. Pela localização de Marília, pelo que representa topograficamente na Alta Paulista, pela sua centralização na vasta e exuberante região, pelo seu progresso, pelo seu dinamismo, pelo número de almas estudantís, tínhamos o direito de pleitear, lutar, aspirar a referida Faculdade. E foi criada. Com justiça. Sem favor, podemos dizer. Sem significar um egoísmo regionalista, porque irá beneficiar a inúmeros jovens de tôda a região, facilitando-lhes o ensejo de aprimorar conhecimentos. Será a contribuição de Maríl

“Pingue-pongue” de processos... (15 de janeiro de 1957)

Os acontecimentos verificados há dias, na cidade de Franca, com respeito ao caso do leite, que culminaram em mortos e feridos, tomou um aspecto novo, inesperado. Desavieram-se os srs. Governador Jânio Quadros e o prefeito francano, Onofre Gosuen. O Chefe do Executivo bandeirante, teria incriminado telefonicamente ao Prefeito de Franca, responsabilizando-o, de certo modo, pelos lamentáveis acontecimentos ocorridos naquela cidade paulista. Posteriormente, em declarações à imprensa, o sr. Gosuen teria externado criticas à atual administração do sr. Jânio Quadros, consideradas ofensivas e desmoralizadoras pelo Governador do Estado. Em consequência, o Chefe do Govêrno paulista ordenou ao titular da pasta da Justiça, a instauração de processo-crime contra o Prefeito Municipal de Franca. O texto do oficio a respeito , conforme já divulgamos, é o seguinte: “Venho solicitar a V. Excia., determine ao Procurador Geral da Justiça, promova a responsabilidade criminal do sr. Onofre Gosuen, prefeito

A “blitz” contra o custo de vida (12 de janeiro de 1957)

Anunciou o Sr. Presidente da República, seus intentos de desencadear em todo o território nacional, uma verdadeira “blitz” contra o atual custo de vida, forçando, senão a baixa dos preços das coisas de primeira necessidade, pelo menos estagnar as constantes altas. O propósito, segundo já tivemos oportunidade de comentar anteriormente, póde ser considerado dos mais nobres. No entanto, conforme nos manifestamos ha pouco, temos as nossas dúvidas na consumação dessas propaladas providências. Esse descontrole econômico, certamente importado, tornou-se entre nós um “bicho de sete cabeças”, com fôlego de sete gatos. Urgiria um ataque em massa sobre todas as cabeças do indesejável, para poder obter-se algum resultado que pudesse beneficiar o sacrificado povo brasileiro. Até aqui, a “blitz” tem procurado atacar apenas alguns setores, e , isso mesmo, depois de uma propaganda prévia e estrepitosa, que faculta meios de “auto defesa” aos interessados, que se preparam para amortecer os choques e enf

O prédio para a Faculdade (11 de janeiro de 1957)

Nos tivemos a possibilidade de inteirar-nos acerca de como andam as providências do sr. Prefeito Municipal, com respeito ao prédio que se destinará a servir para a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, recentemente criada em nossa cidade. Conforme noticiamos, existiam estudos e mesmo entendimentos, no sentido de ser aproveitado o prédio existente na Avenida Vicente Ferreira, próximo à Santa Casa de Misericórdia, onde até há pouco funcionava a Fiação Mariliense Ltda. Também informamos em tempo, que por ocasião de uma sessão ordinária da edilidade, o vereador Reinaldo Alves de Sousa, apresentara à Mesa da Câmara Municipal, um documento em cujo teôr a diretoria do Educandário “Dr. Bezerra de Menezes” se propunha a ceder o prédio em construção, para o funcionamento do novo curso oficial superior de nossa cidade. Quer dizer, já existem dois locais prováveis para a instalação. Tudo depende agora, dos últimos entendimentos, das derradeiras providências a respeito. Extraoficialmente, esta

A lei e a alta de preços (10 de janeiro de 1957)

Em nosso artigo de ôntem, fizemos alusões e transcrevemos algumas declarações do ministro da Fazenda, sr. José Maria Alkimim, com referencia aos abusos que estão se verificando, à sobra da nova Lei do Imposto de Consumo. Notícia a imprensa paulistana, que vários industriais e comerciantes estão condenando as expressões do ministro da Fazenda, argumentando em outras palavras que a interpretação do referido homem público está sendo errada. Admiramo-nos até, da reportagem a respeito. Admiramo-nos, é bom que se frise, porque entendemos que o ministro da Fazenda tem autoridade suficiente para manifestar-se acerca da questão, enquanto que, por outro lado, pesa-lhe sôbre os ômbros imensa responsabilidade na interpretação do texto legal. Daí, o pendermos para as declarações do aludido ministro, refutando as ponderações externas por aquêles que são interessados diretos na defesa do aumento de preços de diversos gêneros de consumo obrigatório pelo povo brasilieiro. Foi claro e suscinto o sr. Alk

Preços, aumentos e abusos (9 de janeiro de 1957)

Em sã consciência, nem sempre pode-se culpar o pequeno comerciante, aquêle que tem pouco capital e pouco estoque, pelos absurdos e constantes aumentos do custo de diversas mercadorias. O abuso, a exploração, a corrente altista dos preços de todos os produtos de primeira necessidade, são oriundos, na maioria das vezes, daquêles que menos participam da produção nacional, mas que, na realidade, são os que mais proveito tiram, à custa das dificuldades dos pequenos comerciantes e à custa principalmente, das misérias do próprio povo brasileiro: os intermediários. Como se já não bastassem os exemplos vivos que temos, sentidos na própria carne, vêm agora, a declaração do sr. Alkimim, confirmar tudo aquilo que sempre pensamos e que aqui tem sido externado: impera no comércio brasileiro, uma verdadeira bandalheira! Peremptoriamente, declarou o ministro da Fazenda, que “não pode ser responsabilizada por qualquer elevação do custo de vida a nova lei do imposto de consumo”. No entanto, tal não está

Um teatro para Marília (8 de janeiro de 1957)

Marília, apesar de nova, é hoje uma cidade das mais modernas, sempre crescendo, sempre expandindo-se. Em vista disso, passa a exigir uma série de melhoramentos, condizentes com seu próprio e veloz dinamismo. É uma consequência natural do desenvolvimento de qualquer grande centro. Não ha muito, escrevemos algo acerca da necessidade de Marília possuir um teatro. Até ha pouco, contavamos com os serviços a respeito, dos dois cinemas da cidade, cujos palcos prestavam-se, perfeitamente aos preenchimento dêssa lacuna. Agora, com as instalações das telas panorâmicas das mencionadas casas, tornou-se impossível as representações teatrais em nossa cidade, com exceção aos teatros particulares ou de algumas entidades sociais. E (m) resumo, não temos lugar em Marília, onde receber uma companhia teatral ou onde póssa realizar-se um espetáculo público de grandes proporções. Na ocasião, recebemos inúmeras cartas de marilienses, louvando nossa idéia, aplaudindo o que disseramos. Realmente, um teatro é

O discurso do Presidente (5 de janeiro de 1957)

O sr. Juscelino Kubitschek, presidente da República, dirigiu-se ao povo brasileiro, por ocasião das festas de fim de ano. Proferiu a sua saudação de boas festas. E foi além: disse muita coisa que os brasileiros gostaram, embora muita gente ande descrente hoje em dia, acerca das possibilidades de melhoria, dentro do atual nível de vida em que nos encontramos. É nosso dever louvar e prestigiar os atos de governantes, quando vêm diretamente de encontro aos anseios do público. No entanto, bom é que se analise a situação econômica do país sem paixão simplista. As coisas, em verdade, não andam boas. A despeito do que se fez no atual govêrno do sr. Kubitschek, o nível de dificuldades aumentou também. E, cremos, numa ascencão mais veloz ainda. Isto quer dizer que a situação piorou. Não é segredo para ninguém, o que estamos asseverando. O presidente da República falou bem. Principiou a demonstrar que está bem intencionado, embora para nós, honestamente, ainda não possamos tecer-lhe elogios acer

Menores Abandonados (3 de janeiro de 1957)

Cria corpo, mais do que nunca, presentemente, o problema de auxílio público e particular, ao menor abandonado no Brasil. Em todos os quadrantes da Pátria, principalmente nas grandes cidades e grandes capitais, procura-se incrementar êsse humano movimento. Em Marília, tal problema já pode ser praticamente considerado contornado, graças às instituições “Lar da Criança” e “Associação Filantrópica de Marília” . A primeira acolhe às orfãzinhas e a segunda abriga os órfãos. Com o intuito de colaborar com a questão especialmente para aquêles que nesta hora se dispõem a solver tão angustiante problema nacional, transcrevemos abaixo, o artigo “ Menores Abandonados, Capital Perdido” , de autoria do dr. Dutra Oliveira, da Academia Nacional de Medicina: “Podemos considerar a Nação como uma sociedade adstrita à sua população; valerá em função de seus habitantes. E, daí a cautela no sentido de uma escolha científica de elementos trazidos pelas correntes imigratórias ou na proteção às crianças, const

Feliz Ano Novo, Leitores! (1 de janeiro de 1957)

Arrancando mais uma aparentemente insignificante página da folhinha de 1956, entramos hoje em um ano novo. No ensejo deste marco inicial de mais 365 dias de atividades jornalísticas, por Marília e para Marília, desejamos apresentar nossos votos de congratulações com todos os marilienses – público e autoridades –, pela oportunidade désta grata efeméride. Vencemos mais uma etapa. Muitas lutas, muito sacrifícios, muitas glórias, que não são nossas – são da grande e harmoniosa família mariliense. Procuramos entrar “com o pé direito” em 1957. Com a graça de Deus e com o apôio de todos, aliados à nossa inconfundivel boa vontade de servir a causa da imprensa mariliense, haveremos de vencer mais este ano. Desejando, nésta oportunidade, as melhores venturas a todos os nossos leitores, assinantes, amigos e anunciantes – e ao público mariliense em geral –, fazemos votos para que o ano que hoje se inicia, seja melhor do que 1956 e pior do que 1958. Que Deus, na sua imensa e infinita bondade e sabe