tag:blogger.com,1999:blog-70562577555714832772024-03-06T01:39:06.740-03:00José Arnaldo escreve: DE ANTENA E BINÓCULOEste blogue foi criado às 10 horas do dia 6 de março de 2008 pelos jornalistas Sueli Amaral e Cláudio Amaral com o objetivo de recuperar os escritos e resgatar a memória do jornalista José Arnaldo [Avaí (SP), 7/4/1922 + Marília (SP) 15/8/1999], que por mais de 40 anos escreveu a coluna diária DE ANTENA E BINÓCULO no extinto jornal Correio de Marília. A estréia oficial deste blogue deu-se a 7 de abril de 2008, quando José Arnaldo completaria 86 anos de idade.Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.comBlogger1157125tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-81306773455845195172021-11-11T09:27:00.002-03:002021-11-11T09:44:24.789-03:00No bailado das águas do tempo<p> </p><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: #fff5e0; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 24px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0.75em 0px 0px; position: relative;"><br /></h3><div class="post-header" style="background-color: #fff5e0; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 12.6px; line-height: 1.6; margin: 0px 0px 1.5em;"><div class="post-header-line-1"></div></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-2599884083181937035" itemprop="description articleBody" style="background-color: #fff5e0; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15.4px; line-height: 1.4; position: relative; width: 570px;"><div dir="ltr" trbidi="on"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="background: rgb(255, 255, 255); border: 1px solid rgb(230, 230, 230); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; color: #222222; float: left; margin-bottom: 0.5em; margin-right: 1em; padding: 5px; position: relative;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTr08j7alSWTnJWDxCpE1wUqfVtxfDi9gEN03dMFRcvMM7QYk5tXusbVL4RWfmw4YTlhBt-ZO8jQ8aK4b-t1FbxG653JSEjNtHlSfiB-4JnQmxDdzCR1suMTJTgANoybPBJ3KhafiYRug/s1600/fonte+sbento.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; color: black; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" height="240" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTr08j7alSWTnJWDxCpE1wUqfVtxfDi9gEN03dMFRcvMM7QYk5tXusbVL4RWfmw4YTlhBt-ZO8jQ8aK4b-t1FbxG653JSEjNtHlSfiB-4JnQmxDdzCR1suMTJTgANoybPBJ3KhafiYRug/s320/fonte+sbento.jpg" style="background: transparent; border: none; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 0px 0px; padding: 0px; position: relative;" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.32px; text-align: center;">Fonte da Praça São Bento </td></tr></tbody></table><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="background: rgb(255, 255, 255); border: 1px solid rgb(230, 230, 230); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; color: #222222; float: left; margin-bottom: 0.5em; margin-right: 1em; padding: 5px; position: relative;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMu3tseHYZiP8exZGAzUjF1xM32zlgBgYASadYQONvfJjOBc2YIYbMJcIGN7Mym2ShpGMp7-bcKXGK-dbQhLjjuQSigTROMg6HsQaxlRhGcm2cddciwBnG1Qyb3hRnxreivFcyjQLTOko/s1600/fonte+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; color: black; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" height="209" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMu3tseHYZiP8exZGAzUjF1xM32zlgBgYASadYQONvfJjOBc2YIYbMJcIGN7Mym2ShpGMp7-bcKXGK-dbQhLjjuQSigTROMg6HsQaxlRhGcm2cddciwBnG1Qyb3hRnxreivFcyjQLTOko/s320/fonte+2.jpg" style="background: transparent; border: none; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 0px 0px; padding: 0px; position: relative;" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.32px; text-align: center;">O lago no Paço Municipal, hoje um jardim no lugar </td></tr></tbody></table><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="background: rgb(255, 255, 255); border: 1px solid rgb(230, 230, 230); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; color: #222222; float: left; margin-bottom: 0.5em; margin-right: 1em; padding: 5px; position: relative;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPbOqe6-GiBhSzj8vERx1wuP36d3FmVgJX3GzjFJciNvwnzF08FJwnZukAtiu3yDQLzyuRC351QW5liJL5sdOcGGC6_OK37rQWSp5Bc6MeLyZnAvqgSryoTZ6bGaq4f66jiaitptgPbnw/s1600/fonte+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; color: black; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" height="209" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPbOqe6-GiBhSzj8vERx1wuP36d3FmVgJX3GzjFJciNvwnzF08FJwnZukAtiu3yDQLzyuRC351QW5liJL5sdOcGGC6_OK37rQWSp5Bc6MeLyZnAvqgSryoTZ6bGaq4f66jiaitptgPbnw/s320/fonte+1.jpg" style="background: transparent; border: none; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 0px 0px; padding: 0px; position: relative;" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.32px; text-align: center;">Fonte iluminada e fachada da prefeitura municipal</td></tr></tbody></table><br /><em>No frescor das praças iluminadas a cidade foi se estruturando</em><br /><br />O artigo de hoje foi inspirado por uma publicação feita em 15 dezembro de 1959, no Jornal Correio de Marília, hoje Diário de Marília, pelo jornalista José Arnaldo Bravos, na sua coluna “De Antena e Binóculo”. Os escritos dele estão circulando pela Net através da iniciativa de Sueli Amaral, sua filha, casada com o também jornalista Cláudio Amaral, ambos moradores em Santos atualmente, mas que são apaixonados pelo bairro da Aclimação em São Paulo e por Marília, é claro. Eles criaram o blog que tem o mesmo nome da tradicional e importante coluna da época e nos brindam com o envio dos artigos.<br />Na data acima mencionada, José Arnaldo registrava que o “footing” da cidade estava se desviando e repartindo público com outro ponto atrativo. A causa de tudo foi a inauguração da fonte iluminada no novo Paço Municipal.<br />Para melhor entender o contexto, é preciso lembrar que, naquela época, o encontro das pessoas e muitas histórias de namoros começavam com a prática de ficar andando pelas praças e calçadas, em duplas ou em grupos, ou circulando pelos principais pontos da Avenida Sampaio Vidal.<br />Hoje, pode parecer loucura, mas as pessoas literalmente andavam em círculo, obedecendo até mesmo um sentido de mão de direção, no qual outros iam se achegando e entrando na roda. As calçadas, da esquerda e da direita, na principal via da cidade, eram tomadas por jovens, por casais e por famílias com crianças, que interagiam de forma espontânea e colocavam o bate papo em dia.<br />As moças, sempre muito bem arrumadas, perfumadas e recatadas, arriscavam, no máximo, um olhar de canto de olho em direção a um pretendente. Um sinal de permissão para uma abordagem mais próxima era deixar cair um lenço das mãos, que de imediato seria recolhido pelo cavalheiro, abrindo as portas do diálogo.<br />Os rapazes, de gravata e terno bem alinhados, sapatos impecavelmente engraxados e lenço branco no bolso do paletó. Para os mais ousados, um topete à moda Elvis Presley, feito com o auxílio da Brilhantina ou da Glostora; nos bolsos, os acessórios de época: pente Flamengo, espelhinho de bolso, com gravura colorida de uma mulher sensual no verso, vendido nas melhores pharmácias e drogarias, cortador de unhas americano, da marca Trim, maço de cigarros (Paquetá, Luxor, Kent, Continental, LM, Hollywood, Minister) e o isqueiro Zippo, à prova de vento, sonho de consumo de muitas gerações.<br />Estes eventos aconteciam nos quarteirões limitados pelas ruas Campos Sales (que tinha na esquina o Cine Marília), até a rua Nove de Julho, contemplando vários pontos comerciais que reuniam as pessoas para um bom jantar ou mesmo apreciar um sorvete banana split, um frapê, uma coalhada batida com canela e os doces finos de vitrine, servidos em pratos de porcelana e talheres de alpaca, acompanhados de chá ou café.<br />Os aperitivos podiam ser um Dry Martini, um coquetel Cuba Libre, ou algo mais forte, como o rum Merino, dicas que os filmes estrangeiros traziam através dos seus imponentes e admirados personagens. Para os dias de bolsos mais escassos, valia a inspiração à moda brasileira mesmo: caiam bem o chuvisco - pinga com guaraná gelado, a Maria Mole - pinga com groselha, ou o tradicional rabo de galo, seguido de um cravo discreto, escondido no canto da boca, para aliviar o hálito.<br />Na esquina da Sampaio Vidal com a Rio Branco, tendo como fundo de cena o prédio da Câmara Municipal, o balé das águas iluminadas por potentes holofotes prendeu a atenção dos motoristas e passageiros e gerou novos problemas no trânsito. Tanto que foi motivo de registro na crônica publicada, onde o autor, fazendo-se porta-voz dos seus leitores, pedia providências das autoridades constituídas no sentido de uma melhor organização na circulação de carros e caminhões, solicitando mais respeito aos pedestres e sugerindo a interdição das vias aos domingos; afinal, havia ali, de um lado da praça, uma fonte luminosa e, do outro lado, a banda municipal executando suas marchinhas e retretas.<br />Lembramos também de outra fonte luminosa instalada no Jardim da Igreja São Bento, bem no meio do lago, com o diferencial de que tocava músicas nos finais de semana. Coisa de gente feliz, programa de bom gosto popular, para juntar famílias e casais de namorados, onde também as crianças despreocupadas corriam soltas, brincando de pega-pega ou esconde-esconde por entre os jardins e bancos.<br />Quanto mais alto o tom das notas musicais, mais alto o esguicho se lançava. Dava a impressão de que as gotas, enciumadas dos enamorados, queriam tocar o brilho das estrelas, enquanto olhares lúgubres se entrelaçavam e deitavam juras de amor.<br />O vento soprava e se misturava com o frescor das águas e dos aromas da pipoca caipira, feita na hora, irresistível até hoje, do amendoim torradinho, do quebra queixo, da paçoca, da cocada, da raspadinha de gelo, com sabor groselha, menta ou limão e dos picolés, para refrescar as noites mais quentes.<br />Ainda criança, eu ficava intrigado em saber se, na fonte da São Bento, tinha um homem que ficava dentro daquele cone de vidros coloridos, no centro do lago artificial... e como é que ele chegava até lá para colocar as músicas para tocar, sem molhar os pés. Até hoje ninguém me explicou isso.<br />Ivan Evangelista Jr. é membro da Comissão de Registros Históricos de Marília<br /><br />Publicado em https://afotoquefala.blogspot.com/2011/12/no-bailado-das-aguas-do-tempo.html?showComment=1636633489735#c8349950085380010560 e também no Jornal Diário de Marília, edição 18/12</div></div>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-11257430357724782622020-06-14T09:27:00.000-03:002020-06-14T09:27:17.437-03:00Dois assuntos diferentes<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Num dia qualquer do ano passado (ou seja, 1974),
conheci um rapaz aqui na redação. Jovem com a barba por raspar e o cabelo por
cortar, que me fôra apresentado com jornalista, vinculado a um jornal da cidade
de Assis.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Na rápida palestra com o mesmo estabelecida, pude
perceber um moço dotado de inteligência, de relativa “tarimba”, jornalística e
de acendrado amor e vocação profissional.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Senti também nesse colóquio, que o moço necessitava
maior campo para expandir-se. Conseguira assimilar isto e cheguei a desvendar a
possibilidade de intentos seus, em transferir-se para a imprensa mariliense,
relativamente mais ampla do que a assisense.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Dissera-lhe eu, na ocasião, que a diferenciação das
lides nas duas cidades, não chegava a apresentar uma diversificação tão
distante, porque imprensa interiorana seria sempre imprensa interiorana: pobre,
sacrificada, com poucos recursos técnicos e humanos e sem condição de uma
remuneração muito condigna, por óbvios motivos. E fui mais adiante,
incentivando-o a tentar a imprensa da Capital, onde o campo é mais vasto, mesmo
a despeito da grande oferenda de mão de obra.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O nome desse moço é Luiz Marcos Barreiro(*).</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Leio agora, no jornal “Voz da Terra”, da cidade de
Assis, a notícia de que aquele moço, vem de conquistar a honrosa condição de
repórter internacional.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Barreiro, com a “tenra” idade de 22 anos, encontra-se
nos Estados Unidos, realizando a cobertura total do ingresso de Pelé no seu
novo clube, o Cosmos de New York, como enviado especial de “A Gazeta
Esportiva”.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">É um belo passo, especialmente no início de uma
carreira profissional. Sei-o por experiencia própria.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A designação de uma tarefa jornalística num país
estrangeiro, é bem a prova de que o profissional é competente e de todo capaz
para a desobrigação de um mister difícil e grande responsabilidade.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Confesso que fiquei bastante satisfeito, pois gosto de
ver a ascenção dos bons e dos capazes.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16px;">(*) Correções: o nome de batismo da pessoa a quem o autor se refere é Luiz Marcos Barrero. Profissionalmente, entretanto, ele é conhecido como Marcos Barrero. </span></p>
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Extraído do Correio
de Marília de 14 de Junho de 1975</span>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-87600417676024182462019-08-15T22:20:00.002-03:002020-04-10T22:46:01.791-03:0020 ANOS SEM JOSÉ ARNALDO (1922-1999)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtUU15Y9pKckYnim68j91mJ3dZSmamHS_BdUKLhZEPr4E294oXhKB55lqWfoqkjxNDxZrxDb0MOV2O8z2yzpnXog5wtYktSQg_lDbc1aPvsjP3JeaM7DBuUJiscoDKZPkn76rAglpC3SfM/s1600/Jos%25C3%25A9+Arnaldo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="348" data-original-width="522" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtUU15Y9pKckYnim68j91mJ3dZSmamHS_BdUKLhZEPr4E294oXhKB55lqWfoqkjxNDxZrxDb0MOV2O8z2yzpnXog5wtYktSQg_lDbc1aPvsjP3JeaM7DBuUJiscoDKZPkn76rAglpC3SfM/s320/Jos%25C3%25A9+Arnaldo.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">HERÓI DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NA TOMADA DE MONTE CASTELLO, NA ITÁLIA + JORNALISTA + COLUNISTA DO CORREIO DE MARÍLIA POR MAIS DE 40 ANOS + NACIONALISTA + BAIRRISTA + DEFENSOR DOS DIREITOS DO CIDADÃO EM MARÍLIA, EM SÃO PAULO, NO BRASIL E NO MUNDO.</span>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-7167110797808181752016-06-14T00:14:00.000-03:002016-06-14T00:14:29.354-03:00A nova sinalização do trânsito (14 de junho de 1983)<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Delegado de Trânsito e presidente da Comissão
Municipal de dito Trânsito deu roupagem nova à sinalização oficial em toda a
cidade, especialmente no centro urbano. Motorista que não tenha obtido carteira
por telefone e que tem por obrigação conhecer os sinais oficiais
consubstanciados no Código específico, não tem nenhuma razão para ser infrator.
Basta observar e obedecer a sinalização. Só isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Todavia, convém o motorista fazer os sinais
convencionais e compulsórios de conversões. Em palavras outras, ligas as setas
direcionais, para orientar os semelhantes. Nada custa, não quebra osso e
demonstra que no volante de um veículo existe uma criatura consciente e conscientizada,
que respeita a Lei e, sobretudo, detentora daquilo que se chama comezinhamente
“educação”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O Fundo Mundial de Vida Selvagem está dando
divulgação a um relatório, informando sobre a realização que discutiu medidas
de proteção às baleias. A convenção, de fundo internacional, realizou-se em
Botsuana – que nem sei onde fica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A informação dá ciência de que o Brasil se opôs à
adoção de tais medidas (de proteção aos cetáceos).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Se procedente a notícia, vai cair a máscara
brasileira de que nos interessamos pela proteção da Natureza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A mesma fonte ainda dá conta de que, por ocasião da
convenção levada a efeito em Gland, na Suíça, o Brasil votou favoravelmente
pela continuidade indiscriminada de eliminação das baleias!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Talvez ai esteja a coincidência de que o pantanal
mato-grossense já se transformou num vasto cemitério da nossa fauna.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não é porque eu seja de pouca escolaridade e até
meio analfabeto, em comparação com a alta capacidade de manuseio de números e
cifras, como é o caso do Sr. Antônio Delfin Netto. Também não é por inveja,
não.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Acontece que o Ministro Delfin criou para ele mesmo
um enclausuramento de egocêntrica sapiência. Como titular de um Ministério e
como “veterano” de quase todos os demais – exceto os da área militar – pelos
quais já passou ele, deve considerar-se um craque de seleção: seleção de
Ministérios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na Inglaterra, na França, nos Estados Unidos, no
Japão e em outras nações desenvolvidas, Delfin Netto tem botado falação técnica
e citado números em profusão. Isso lhe tem dado um ibope fenomenal e o tem
postulado como um dos mais eficientes técnicos de economia de todo o mundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sabido como é, tem falado em números e teorias e
jamais revelado a situação real da dificuldade angustiante do meio de vida da
maioria da população brasileira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Dia deste, seo Delfin criticou os economistas
brasileiros e os chamou de ‘gaiatos’, quando estes passaram a reclamar
estímulos ao desenvolvimento do mercado interno. Esclareceu, na sua linha
teórica: “O mercado interno tem que vir depois. Se dermos a ele as mesmas condições e benefícios
de que desfrutam as exportações, provocaremos um verdadeiro desastre na balança
de pagamentos”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu não tenho condições de discutir ou contestar. Mas
que ele puxou o umbigo de muitas vovozinhas, isso puxou. Inda bem que eu sou o
obscuro Zé Arnaldo e não sou nenhum Severo Gomes, nenhum Celso Furtado, nenhum
Pastore, nenhum Galvêas, nenhum Hélio Beltrão e nem também nenhum Teotônio
Vilela...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído
do Correio de Marília de 14 de junho de 1983<o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-39847494154263574222016-06-06T10:35:00.000-03:002016-06-06T10:35:28.117-03:00Cabo do Exército (06 de junho de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Foram muitos anos. Foi em 1943. Eu me encontrava
servindo o Exército. Tinha a graduação de Cabo. Havia um curso geral de
Transmissões, que me habilitava ao grau de 2º. Sargento. Executava funções que
tais, assim era considerado, mas não havia na ocasião sido ainda promovido, por
falta de vaga. O que vale dizer, operava como Sargento e recebia como Cabo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Fôra designado para ministrar aulas de comunicações
radiotelefônicas aos pelotões de transmissões de duas companhias de fuzileiros.
No Exército, quem leciona não é professor. É monitor. Eu era monitor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Era uma segunda-feira. Sol escaldante. Eu havia
recebido simplesmente a ordem de ensinar. Nenhum programa, nenhum currículo,
nenhum diagrama. Cabia-me, então, aquilatar até que ponto os soldados haviam
progredido ou estacionado nos estudos daquela área, para poder ministrar o
temário improvisado e a meu bel escolher. Era assim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Apresentei-me ao comandante de uma das companhias
para a qual eu fora designado. Este encaminhou-me ao Tenente comandante do Pelotão.
O oficial apresentou-me à tropa e se mandou, ao saber que minha primeira aula
terminaria momentos antes do rancho (almoço).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Inexperiente, com divisas de Cabo, teria que
ministrar aulas inclusive ao sub-comandante do Pelotão, que era primeiro Sargento.
Procurei não ficar apavorado (no Exército diz-se “afobado”). Pensei um pouco e
como não existia sala de aula e sim apenas o pátio ensolarado, tomei a
iniciativa que se me pareceu mais acertada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Determinei aos soldados, todos, que sentassem no
chão, formando um círculo ao meu redor. Assim eu ficaria no centro, em pé.
Poderia ver a todos e conversar à vontade, com todos os olhares convergindo
para mim. Deu resultado, além do esperado, pois eu podia ver diretamente a
todos e todos eles eram obrigados a mirar-me diretamente também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Depois de um bate-papo informal, procurei
identificar-me e deixar o pessoal à vontade, consistindo nisso a primeira aula
daquela turma, para o ensino “prá valer” nos dias imediatos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Faltavam alguns minutos para o toque de chamada para
o rancho, quando o Tenente comandante do Pelotão se aproximou. Foi informado
por mim e pelo sub-comandante e parece que ficou satisfeito – eu não fiquei
sabendo se sua satisfação fôra pelo aproveitamento aparente ou pela ‘molesa’
que ele encontrou, deixando sua tropa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No rancho, todos entraram em forma (fila), para
pegar a bóia e procuravam acomodar-se no chão, sentados ou de cócoras, para
comer. Findo o almoço, o Tenente confidenciou-me:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Cabo véio (é um termo militar carinhoso), quando
vi você em pé, toda a soldadaiada sentada em seu redor, não resisti ao
pensamento de ter visto um pagé na roda... (riu).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ri, sem graça, mesmo porque o inferior sempre ri de
qualquer piada do superior.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Respondi:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Certo, meu Tenente... eu era de fato um pagé...
mas estava pregando, estava ensinando e ninguém me contestava, nem mesmo
aqueles que poderiam não botar fé no que eu dizia... porque eu era a única
autoridade com credencial e capacidade para dominar a todos...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Lembrei desse fato por causa da televisão. Vi a tevê
mostrando o Ministro Delfim. E ele falou. Então lembrei do caso citado. Hoje o
Delfim é o Cabo monitor e a soldadaiada toda, que ouve sem entender e sem
contestar, somos nós, é o zé povinho...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Extraído do Correio de Marília de 06 de junho de
1983</span></i>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-22184608719467698542016-05-24T00:33:00.001-03:002016-05-24T00:33:28.822-03:00Bate papo com um caboclo (24 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Comentei, em especial, um bate papo estabelecido com
um caboclo, possivelmente analfabeto de pai e mãe.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como havia dito, em se tratando de um homem de pouca
escolaridade, por isso mesmo uma pessoa inculta, mesmo com seu linguajar
distanciado da gramática e da pronúncia vernacular exata, vi no caipira um
espírito arguto e uma criatura de profundo sentido observatório.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Dentre outras coisas e além dos motivos por mim
revelados, disseram-me outros pensamentos através de sua palestra espontânea e
de certa forma previamente sensata.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por exemplo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Parece que o eleitorado brasileiro não está ainda
convenientemente preparado para a abertura política local. Ele ainda vota em
barganha, em coronéis, em pessoas que prometem empregos ou vantagens.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- O Governo da Revolução está certo. Quem não está
certo é o escalão de seus administradores e ajudantes. Estes, ou ocultam do
Governo a verdade, ou distorcem os fatos e informam de maneira errônea, porque
não é acreditável que o Governo tenha conhecimento da realidade dos fatos e de
como vivem os brasileiros em geral.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Durante o tempo em que prevaleceu o Governo da
Revolução, desprezando-se as mamatas e as mordomias, o povo viveu melhor. Não
se falava em assaltos a bancos e nem a postos de gasolina. Nem em greves
seguidas e em todos os setores da vida que o povo necessita. Agora, não. Apenas
falou-se em abertura democrática e todo mundo passou a badernar, roubando,
assaltando, fazendo e provocando greves e entraves à vida de todos os cidadãos.
E, como sempre, sendo que a corda arrebenta do lado mais fraco, os efeitos
principais recaem sobre os costados dos pobres e miseráveis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Prosseguiu o paraibano deste colóquio:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- O Brasil precisa de pena de morte, para punir os
ladroes e criminosos, aqueles que violentam mulheres e crianças, aqueles que
matam e roubam bancos e postos de gasolina, aqueles que assaltam e colocam em
polvorosa toda a população.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Para falar a verdade, sou a favor do esquadrão da
morte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Estranhei e quis saber por que e o caboclo completou
seu pensamento, dizendo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Sou a favor do esquadrão da morte e também do mão
branca, porque entre todos os crimes que essas duas forças tenham praticado,
não figura homem de bem, nenhuma pessoa de bons princípios e costumes. Só
bandidos, criminosos comprovados e desconhecidos do arquivo do crime, é que
foram mortos. Daí, significa uma limpeza e uma garantia aos bons e trabalhadores,
com a eliminação dos que, por conta própria, não querem enquadrar-se no caminho
da decência e da dignidade dos homens que trabalham e ajudam o crescimento da
Pátria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Arrematou o nordestino que esteve em Minas e no
Paraná:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Inda agora, a televisão (ele tem tevê preto e
branco, confessou) está fazendo uma campanha para saber como vai viver o
brasileiro no ano 2.000. Essa campanha nem precisa ser feita. O que precisa é
garantia e segurança. Segurança, sim. Com segurança o brasileiro se vira, dá um
jeitinho em plantar, em melhorar a vida, dá um jeito de viver acertadamente.
Mas precisa segurança, para que a mulher dele possa sair para o trabalho ou
para fazer compras, para que os filhos possam ir sossegados para a escola, para
que o homem possa viajar e se locomover tranquilo, para que não existam
assaltantes em bancos, para que não haja violências sexuais e para que todos
vivam tranquilos em seus trabalhos, especialmente em sua casa. Só com essa
segurança o brasileiro viverá. E essa segurança só será possível desde que haja
uma pena capital, para acabar com os bandidos – finalizou o paraibano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<i><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído do Correio de Marília de 24 de maio de
1983</span></i>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-76537451430699701052016-05-22T07:55:00.002-03:002016-05-22T07:55:48.016-03:00A maioria não (22 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Deus fez o mundo em seis dias. No sétimo, descansou,
após concluída a grande tarefa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje é domingo, dia de descanso. Para a maioria. Há
os que não descansam, que estão no batente, por questões obvias e atinentes de
deveres próprios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A maioria, não. A maioria não agarra hoje. Não
trampa, como dizem os giriomaniacos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas há uma outra maioria. Essa, a que consegue
descansar de segunda a domingo, de janeiro a dezembro, ininterruptamente. Esse
só engana que trabalha. E que, indiscutivelmente, vive melhor, bem melhor, do
que os que trabalham no duro, de sol a sol, de segunda a domingo, de janeiro a
dezembro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como é dia descanso, coluna descansa do rotineiro,
de sua linha habitual, de sua conduta normal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nada de citar-se as altas de preços, as elevações do
custo da gasolina. Nada de comentar as teorias do Ministro Delfim Neto, sua
numerologia equacional, aquela que sem solução equacionatória para o zé
povinho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Zé povinho vai assistir futebol hoje. Santos e
Mengo, dois dos bons de bola. Escriba, firme na paçoca, torcendo para o Peixe,
mesmo porque não sintoniza bem com a máscara da gente da cariocolandia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Certo Zico é bom. Mas Serginho é melhor. Mengo é
time grande, mas Santos é time igualmente grande e igualmente importante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">São onze a onze, no Morumbizão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje é domingo, dia de descanso. Deus fez o mundo e
descansou. Será que o Criador teria conjecturado de que o mundo, depois de 1983
anos do nascimento de Cristo, iria ser assim?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Que o Governo líbio iria exigir do Governo
brasileiro o retorno de armas nos aviões que invadiram o território tupiniquim,
pura e simplesmente como se fôra um Napoleão do passado ou um Hitler
contemporâneo?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Teria conjecturado o Criador que nesta época de
cerca de dois milênios do nascimento de Jesus, haveriam Delfins, Cals,
Andreazzas, Shigeakis, Pennas, Stábiles e outros bichinhos que tais?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje é domingo, dia de descanso. Porisso, coluna
descansa também e não vai se preocupar com nada de nadinha. Nem com os 130% de
aumento nas mensalidades das casas populares. Bóta popularidade nisso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nem siquer coluna vai abordar o infamante assunto e
a benevolência medida, que concedeu aos aposentados parlamentares um
aumentozinho de 1.113% em seus vencimentos polpudos, gratificantes, bojudos e
generosamente legais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nada se contenta, nada se fomenta, nada se enfoca.
Mesmo porque todos esses desmandos decorrem de providencia ou medida
parlamentar. O que é sem sombra de duvida para lamentar!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Deus criou o mundo em seis dias, descansou no
sétimo. É a história. Sacra história. Bíblica história. Evangélica história. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os norte-americanos pintam as caras dos índios com
barro. Adão foi feito de barro, para os pessepistas, que ainda estão aí, nada A
de mar de Barros. Também é história. E estória.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Adão feito de barro. Eva manufaturada de uma costela
de Adão. Eva, a única criatura sem umbigo. Ela não teve qualquer ligação via
cordão umbilical.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje é domingo. Dia de descanso. Nada se fale sobre
os problemas brasileiros. Mesmo porque são muitos. Mesmo porque eles, os
problemas, se resolvem com cifras, números e teorias. Não faz o jogo do
escriba. Nem dos brasileiros em geral.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Para isso dispomos do Delfim. De mau fim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então, fim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Extraído do Correio de Marília de 22 de maio de
1983</span></i>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-18284066395739504252016-05-21T00:20:00.001-03:002016-05-21T00:20:41.401-03:00A emoção da primeira vez numa redação de jornal (21 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando, pela primeira vez, fui ter à redação de um
jornal, minha emoção se irradiava com a mais absoluta certeza. A expectativa
transpirava, mesclada de um certo temor e enorme ansiedade. Levava na mão duas
colaborações manuscritas: o fragmento de um miniconto, eivado de um péssimo
humorismo e um poema em sextilha – todo calouro em jornalismo ou literatura
gosta de escrever poemas e poesias líricas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Seo Eloy era o redator-chefe, o repórter, o revisor,
o diagramador do jornal. Tinha que ser um eclético, porque o proprietário do
hebdomadário tinha outras atividades e naquele tempo, ser dono de jornal era
apenas um “status”, somente que mais elevado e mais dignificante do que ser
proprietário de um barra ou um empório.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pediu-me que deixasse os originais, pois ele estava
muito ocupado. Que passasse dias após, para saber o que ele pensaria dos
escritos. Agradeci, com um sorriso amarelo, e saí.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Dois dias após, voltei ao jornal. Seo Eloy me
recebeu de modo diferente. Mais acessível do que da ocasião anterior. Disse que
o miniconto era fraco, mas aceitável. Que o poema tinha dois pés quebrados e
precisava ser reformado. E passou a palestrar comigo, ele que era sizudo e
bastante fechado. “Você vai ter que gastar muitos lápis, até aprender a
escrever. Seu português não é dos piores e a ideia dá para pegar. Falta
prática, tarimba. Falta escola da vida. Na escola da vida a gente aprende
filosofia diferente daquela que se ensina nas escolas e nas faculdades...”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Gravei e guardei. Sempre observo e sinto isso.
Considero-me bem bagageado de filosofia da escola da vida. E vejo, geralmente,
que as pessoas mais idosas e mais sofridas na vida, são detentoras de maior
dose dessa filosofia. Parece que “envergam” mais, que “pressentem” mais, que
“analisam” mais do que o comum. Uma espécie de um outro sentido. Coisa assim,
mais ou menos. É só observar e constatar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Dias outro palestrei com um caboclo. Me pareceu
analfabeto, mas não perguntei se o era. Sofrido, vivido. Contou-me sua odisseia
de emigrante do Estado da Paraíba para Minas e de Minas para Barretos, passando
por Jaú e indo para o Paraná, para regressar e fixar-se na região de Lins e
Marília. Falando compassadamente, percebendo-se que “estuda” o que vai dizer.
Seu dialogo, desprezando-se os erros de vernáculo e a deturpação de
substantivos, tornou-se-me agradável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Vejam que espécie de raciocínio demonstrou, ao
referir-se a conjuntura atual <i>(de maio de
1983)</i>:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">As casas próprias do BNH fazem parte da
responsabilidade do esvaziamento das lavouras. Enganam pelas aparências. Os
trabalhadores rurais mudam para a cidade, iludidos com o lar próprio. Ganham
pouco, passam necessidades, mas habituam-se à vida que mudaram e nunca mais se
decidirão a voltar para a roça.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Muitos fazendeiros desestimulam os trabalhadores,
cobrando-lhes alugueis, lenha, luz e até o livro de leite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A assistência médica para os agricultores é muito
falha, muito difícil de se conseguir e, quando se consegue, os que servem os
roceiros parece que estão prestando santos favores, como se os trabalhadores
pudessem ser seres humanos desprezíveis ou diferentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O próprio Governo é um grande comerciante. Ele visa
lucros, só lucros. O imposto dos cigarros é uma prova. A parte maior do
dinheiro das loterias é outra. Sobe o preço de tudo o que é do Governo muitas
vezes por ano. Por isso o Governo não tem forças e nem meios para evitar essa
inflação, que está aniquilando os brasileiros e está levando o Brasil ao caos,
pois os exemplos de lucros partem dele...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Extraído do Correio de Marília de 21 de maio de
1983</span></i>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-35935591032743959172016-05-19T00:09:00.001-03:002016-05-19T00:09:30.429-03:001934 ou 1935? (19 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">1934 ou 1935, era o ano. Não consigo precisar muito
bem, pois eu era criança ainda e o enfoque que aqui passarei a referir, não
exercia sobre mim nenhum fascínio e nem tão pouco me motivava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Visava-se eleger o Presidente do Estado de São Paulo
– naquela época era Presidente e não Governador. Me parece que Júlio Prestes
era o candidato forte. O outro, se não me falha a memoria, era o Campos Salles.
Isso não importa, deixemo-lo para lá. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os partidos eram dois. O PRP – Partido Republicano
Paulista – e o Partido Constitucionalista, PC.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os homens só falavam sobre as eleições. O eleitor,
regra geral, era menos culto que o de hoje <i>(1983)</i>.
Isto, vale lembrar, que as eleições só poderiam ser bagunçadas e de péssimas
escolas. O interesse era o mesmo de hoje: vantagens e empregos. Lembro que um
amigo de meu pai, semianalfabeto, que nem siquer sabia o que é um comprimido de
aspirina, que nenhuma noção tinha sobre farmácia, laboratório ou medicina, fôra
nomeado pelo Governo, Chefe do Centro de Saúde.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Meu tio Gabriel foi ter em minha casa, cedinho. Ele
era doidinho por política e era lenista roxo. Eu não sabia o que era isso, mas
ele conversava muito sobre comunismo, Lenis e Stalin. Sua pretensão era ser
sub-delegado de polícia. O partido pelo qual se esbaldou perdeu as eleições e o
sub-delegado de polícia nomeado foi um açougueiro. Recordo que esse fato o
deixou muito irritado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como dizia, meu tio veio convidar-me para as
eleições. Eu nada sabia de eleições. Só pensei na possibilidade de passear, de
ir à cidade. Troquei de roupa incontinente, afundei o chapeuzinho velho na
cabeça e acompanhei o tio, que para mim era um super homem. Meu primo Antônio
estava junto e eu fiquei com inveja, porque ele usava um “pé-de-anjo” (espécie
de tênis branco) e eu andava descalço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Enquanto caminhávamos, o Antônio dizia que iríamos
comer “comida de hotel” e beber guaraná e ainda chupar sorvete. Tudo por conta
das eleições, dizia ele com ênfase. Aquilo me deliciava muito e me dava a
sensação de antever um manjar dos deuses.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Votava-se na Prefeitura. Só uma urna. Discutia-se
sobre os candidatos ali mesmo e isso não era proibido. O voto, mesmo secreto,
identificava-se. Quase todos os eleitores e cabos eleitorais ostentavam os
distintivos dos partidos nas lapelas dos paletós.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu estava com fome. Seriam umas onze horas e no
sítio o almoço era comumente por volta das 9. Ademais, a expectativa de almoçar
“comida de hotel” me aguçava a voracidade do apetite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Finda a operação do voto, dirigimo-nos os três para
o hotel, afim de almoçarmos. Eu não cabia em mim de contentamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Meu tio entregou as senhas da bóia e nos sentamos à
mesa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Veio o almoço: feijão, arroz, ovo frito, bife e sala
de alface com tomate. E pão, coisa que eu dificilmente te tinha chance de
saborear (no sítio a gente não tinha condições para comprar farinha e era só
polenta ou mandioca assada no lugar do pão).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Saciei minha fome. Tomei guaraná, muito alegre,
imensamente feliz, julgando-me importante. Para mim, naquele momento, as
eleições eram a coisa dadivosa, suprema, majestosa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A política era uma coisa muito boa – pensei.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E perguntei ao meu tio, todo contente:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Tio, o que é política?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ele olhou para mim, por certo tendo percebido que
iria perder as eleições e respondeu irado:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Política, política é uma M...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Estava lendo pouco antes de escrever esta matéria,
algo sobre os acordos e acertos entre o PDS e o PTB e então lembrei-me da
explicação de meu tio Gabriel.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por que será?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído
do Correio de Marília de 19 de maio de 1983<o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-31833182474823281732016-05-18T00:10:00.001-03:002016-05-18T00:10:24.506-03:00Pensamento temerário (18 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Este pensamento é até algo temerário. Mas, como tem
sido invariavelmente acertado, aqui à lume.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Matéria esta foi escrita ontem <i>(17/5/1983)</i>, no período matutino. Todo mundo sabia que o Ministro
Delfim Neto iria ainda, no mesmo dia de ontem, entrevistar-se com os ocupantes
das macias poltronas vermelhas do Senado Federal. Para uma exposição de motivos
– o jeito inofensivo e elegante de justificação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O palpite deste pensamento: vai ficar tudo na mesma.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Com absoluta certeza, o Ministro chapiscará golfadas
de otimismo, pintará tudo cor de rosa e os Senadores, como sempre, ficarão
satisfeitos com as explicações – engolindo a isca, o anzol e a chumbada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Só que, cá em baixo, o zé povinho, este não ficará
satisfeito. Apenas porque ele, o zé povinho, tem o péssimo defeito de não comer
cifras, números, teorias e explicações que lhe não enchem a barriga.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Se, em contrário, o resultado for outro, ou, então,
inverso, aqui vai a propositura de desculpa em tempo hábil e tempestivamente. E
o pedido de perdão pelo citado e precipitado atrevimento racional. Será, por
certo, o primeiro erro comprovado de pensamento que tal. “Sorry”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Preço de gasolina vai subir novamente. Com ele, o
óleo diesel. O gás liquefeito. E também a carne, o pão, o leite, os
transportes, os medicamentos, a educação, os hospitais, o vestuário, os
calcados, as mensalidades escolares, tudo. Tudinho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas tem nada, não.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Delfins, Ozieis, Galvêas, Cals, Shigeakis, estes
aparecerão ante as câmeras de tevê para explicar ao povo, que tudo esta certo,
que tudo está bem, tudo azul, com pintinhas da mesma cor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os burros, como o escriba e muitos milhares de
outros, que se danem e que caminhem para o diabo. Quem foi que mandou eles não
estudarem para entender teorias?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maninho, observe só: tem fila de supermercados, povo
grita. Tem fila de INPS, povo esperneia. Tem fila de açougue, povo bronqueia.
Tem fila para receber pagamento mensal – pagamento mixuruca, bem entendido –
povo reclama. Tem fila para candidatar-se a trabalho, reclamações idem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Filas que o povo não reclama: para fazer loteria
esportiva, para fazer aposta de loto, para comprar ingresso em campo de
futebol.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">“Tâmu qui tamu”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">“Vâmu qui tâmu”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Palpite para o prefeito Camarinha: Rua Bahia, em trecho
compreendido desde a Avenida Sampaio Vidal (defronte a Prefeitura), até
imediações da Avenida Feijó (próximo à passagem inferior de nível), comporta –
com certeza – canteiros ou ilhas centrais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Trata-se de uma rua larga, movimentada. Os pedestres
chegam a passar maus bocados para cruzá-la. Devido aos motoristas que se julgam
Piquets, Fittipaldis. Motorista e motoqueiro, ali, “larga o pau” para valer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Dá até para pensar que muito motorista, desses do
tipo que pisam no acelerador, só para ver pedestre amarelar e correr, quando
nasceu já veio ao mundo dentro de um carrão, sentados atrás do volante e
fincando o pé no acelerador!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Vão ter raiva de pedestre assim lá nas porteiras do
inferno, sô!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído
do Correio de Marília de 18 de maio de 1983<o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-46897819241459921932016-05-17T00:07:00.001-03:002016-05-17T00:07:30.046-03:00Burlando a lei (17 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por certo, em todos os países do mundo muitos
habitantes dessas mesmas nações esmeram-se, estudam, colimam e cogitam e acabam
burlando as leis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Também, por certo, poucos serão os países onde seus
habitantes conseguem perder para os brasileiros. Maninho, aqui “o barato”, o
“status”, a “tradição”, o “tradicionalismo”, é infringir, pisotear,
desrespeitar e ignorar a lei. Nisso o nacional ganha de goleada, nadando de
braçadas. Genericamente falando, entendido fique.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Você entra em um elevador. Tem lá uma plaquetinha
com a inscrição “é proibido fumar”. Pode notar, que, invariavelmente, tem um
cabeça de bagre com um cigarro senão na boca, pelo menos entre os dedos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Código Nacional de Trânsito proíbe terminantemente
as condições do tipo motocicleta e similares de trafegarem sem o miolo nos
canos de escape. Note que o que é mais difícil é perceber-se ou encontrar-se
uma motoca com o miolo do escapamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Desde 1934, o então presidente Getúlio Dornelles
Vargas preconizava e até decretava um diploma impedindo o desmatamento
indiscriminado e a formação de um grande deserto, tomando conta de todo o
Brasil. Daí, então, é que partiu a esculhambação geral e generalizada e nosso
país está se transformando num grande Saara.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Foram criadas empresas destinadas a reflorestar,
inclusive desfrutando de vantagens como incentivos fiscais e encaminhamentos de
importâncias advindas de deduções de recolhimentos de impostos sobre
rendimentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Deu no que deu. Basta ser lei para a gente fazer o
contrário do previsto legalmente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não é permitido andar armado. Todo mundo anda.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É proibido fumar maconha. Fuma-se à miguelão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Uso de cocaína, psicotrópicos outros é ilegal. Mas
tem gente “assim” praticando os delitos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sabiá é a ave-símbolo nacional. A lei protege-a e
prevê até castigos e cadeias para quem destrua. Mas a turma não tá nem aí e a
espécie está acabando.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É proibido pescar com apetrechos que destroem a
fauna sem piedade e sem discriminação. Ninguém liga.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E assim por diante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No que tange à fabricação de desertos, o Governo
Federal deve botar a mão em cima do problema, com urgência. Urgência,
urgentíssima. Porque ninguém liga, ninguém tem amor à terra. O Brasil, uma das
maiores reservas madeireiras do mundo até uns vinte anos passados, segue lépido
o rumo da desordem. E, se continuar assim, dentro de vinte ou mais anos, terá
que importar madeiras do exterior, para os mais simples e comezinhos usos de
seu avanço tecnológico e arquitetônico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Podem notar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Governo precisa fazer isso com urgência. Urgência,
urgentíssima.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maninho, cê qui é vereador aqui em Marília, bole um
troço e encaminhe, via Câmara, ao Governador Montoro. Para que envie projeto de
lei à Assembleia dispondo que em todo o Estado de São Paulo, qualquer
propriedade rural, seja qual for a sua dimensão, seja obrigada a manter uma
reserva de matas, de, no mínimo, um quinto do total da área.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E que essa reserva, quando necessária e
justificadamente tenha que ser utilizada, que se providencie,
aprioristicamente, plantação ou replantação de igual área, para que sempre
exista no mínimo um quinto da totalidade da gleba apresentando mata.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Partiria de Marília mais essa ideia e de São Paulo
um patriótico exemplo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído
do Correio de Marília de 17 de maio de 1983<o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-57975450486172218352016-05-15T07:10:00.000-03:002016-05-15T07:10:57.936-03:00A liberdade de imprensa (15 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O deputado Paulo Mincarone, do PMDB do Rio Grande do
Sul, vem de apresentar na Câmara Federal, um projeto oportuno, necessariamente
oportuno e que diz respeito direto ao exercício profissional de jornalistas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O referido projeto assegura o acesso de jornalistas
profissionais a todos os órgãos públicos e entidades oficiais, independente de
licença ou credenciamento de qualquer autoridade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na exposição de motivos justificadores da
apresentação de citada propositura, o parlamentar gaúcho argumentou: “chegou-se
a uma forma requintada de cercear a liberdade de imprensa com a cassação </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">de
credenciais e a proibição de circulação de jornalistas em órgãos públicos”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Referido projeto disciplina também o acesso à
documentos ostensivos e exclue de sua aplicação os estabelecimentos militares
de qualquer natureza e os órgãos e serviços de informação, que exerçam
atividades de caráter reservado, sigiloso ou secreto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Muito boa, justa e adequada a medida. Resta que a
Câmara a aprove, pois sua vigência será, sem favor algum, um ponto básico que
justifique em todas as dimensões a decantada abertura democrática totalmente
ampla.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O exercício da profissão de jornalista, como meio
indesviável da comunicação, deve ser livre e amparado legalmente. Só assim o
profissional consciente e responsável, pode ficar à vontade para emitir
conceitos, opiniões e informações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Para alguns que pensam que jornalista é imune e
impunível, enganam-se. Os poderosos, os melindrosos, os egocêntricos, os
endeusados, os </span><span style="line-height: 18.4px;">pretensiosos</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">, os mandões, esses agem mal e agindo mal não aceitam sejam criticados ou denunciados. Daí o aparecimento de
processos-crimes, fundamentados na Lei de Imprensa, intermitentemente movidos
contra honrados profissionais, que nada mais fazem do que simplesmente cumprir
seus deveres de elementos comunicadores.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Esses fatos traduzem-se em cerceamento de liberdade
de imprensa e tentam e tendem a marginalizar, bitolar, restringir e atrelar os
jornalistas a interesses, conveniências ou até imposições de terceiros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Seria de bom alvitre que entidades congregadoras dos
jornalistas profissionais, como a Federação Nacional dos Jornalistas
Profissionais, cujo presidente recém-eleito é o companheiro e deputado federal
Audálio Dantas, bem como os Sindicatos de Jornalistas de todos os Estados,
louvassem o gesto do parlamentar gaúcho. E, por suas vezes, apelassem par a
Câmara para que venha a votar favoravelmente tal propositura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pessoalmente, daqui, fica lançado o apelo, mesmo que
isoladamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não se pode conceber uma democracia onde o
jornalista não tenha liberdade ampla de locomoção e condições de pesquisas,
para o desempenho e correta desobrigação de seus deveres para com o povo que
serve. O leitor, quando abre o jornal, está instintivamente botando fé e depositando confiança no que
lê, isto é, está acreditando no trabalho do jornalista. Por isso, este deve ter
liberdade para comunicar e o referido projeto de lei, embora muita gente não
saiba, representa uma credencial, um autêntico passaporte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Extraído do Correio de Marília de 15 de maio de
1983</span></i>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-92219315734847564852016-05-12T00:39:00.000-03:002016-05-12T00:39:51.688-03:00Por ar ou por mar? (12 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sempre assim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A morola briga com a pedreira e quem paga o pato é o
siri.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os líbios arrumaram essa encrenca dos diabos, que
todo mundo conhece, inclusive eles próprios. Os aviões da Alitalia pediram ao
Governo brasileiro a bagatela de 150 mil dólares para transportar o armamento.
Agora vai por mar mesmo. Fica um pouco mais em conta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não representa uma boa economia para a gente?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Bah.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sinceramente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sob alguns aspectos, parece que o movimento de
alguns escalões da autoridade e da própria administração superior, não tem lá
os resquícios de sinceridade que de inicio poderia parecer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Com todo o patriotismo que a gente pode dispor, não
dá para se acreditar que exista mais lealdade e interesse nacional, do que
conveniências de alguns. Por mais que a gente bote fé no Presidente Figueiredo,
humano e patriota como é, fica aí um leve desconfiar, que há interessados em
sua continuidade, sem o patriotismo e a brasilidade incontestáveis do General
João Baptista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sendo assim, há intentos outros. E não se podem
jamais atribuir ao honrado Presidente – hoje mal assessorado no entender de
milhares – que fica imune e naturalmente inocentado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tem gato na tuba. Não sai porque não quer. Nem
assoprando.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Reforço este do pensamento acima:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ministro Cesar Cals, das Minas e Energia. Parece ser
o comandante em chefe do movimento pró-reeleição do General Figueiredo. Se fora
o envolvimento de um crime e se tal se jurisprudenciasse via de dispositivos do
Código Penal, o Ministro seria considerado como réu confesso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Deixe-se isso prá lá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ministro Cesar Cals, ele próprio, sem ficar siquer
vermelho, afirmou dia outro:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Está ele (o Ministro) estudando alternativas
contábeis para a Petrobrás não dar prejuízo no primeiro trimestre do ano!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Juro que li algures declarações essa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Desculpe, leitor, meu “pudor patriótico” – se é que
se pode utilizar semelhante termo. Desculpe, rogo, pois pequei em cima da
bucha, quando me inteirei desse propósito do Ministro: o de estudar
“alternativas contábeis” para evitar que a Petrobrás dê prejuízo no primeiro trimestre!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O bisametro da informática foi proposital. Para
ficar bem gravado, bem claro, sem quaisquer dúvidas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então pequei. Pequei em raciocínio sim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Meu pecado (em pensamento):<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Num país que se diz sério como o nosso, a
autoridade da administração central, admitindo e confessando manobras destinada
a enganar a opinião pública, não seria sumamente digna de receber bilhete azul?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tudo bem. “Vâmu qui vâmu”. Legal. “Tâmu qui tâmu”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Enquanto vivermos essas duas tradições
indestrutíveis:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">1.<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Faça
o que eu mando, não faça o que eu faço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">2.<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sabe
com quem está falando?<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído
do Correio de Marília de 12 de maio de 1983<o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-25598978602927817562016-05-10T07:34:00.000-03:002016-05-10T07:34:26.905-03:0038º. aniversário do fim da II Guerra (10 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por determinação do General Walter Pires, Ministro
do Exército, as comemorações militares referentes ao transcurso do 38º.
Aniversário do final da II Guerra na Europa, ocorrido domingo último (<i>8 de maio de 1983</i>), foram antecipadas
para sexta-feira passada, afim de deixar livres as comemorações do Dia das
Mães.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O ato, ressaltado em Ordem do Dia Especial do
referido Ministro, foi marcado em todos os Quartéis e na maioria deles, os
ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira se fizeram representados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Uma delegação de pracinhas marilienses, atendendo
convite especial, formulado pelo Tenente Coronel Guedes, comandante do 37º.
Batalhão de Infantaria Motorizado, sediado em Lins, ali compareceu, sob o
comando do Major Lyra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu participei, como de vezes anteriores, desse acontecimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Embora muito falte ainda, para que os Governos
amparem condignamente seus heróis da FEB, mesmo de passados 38 anos do final da
guerra, são confortadoras essas homenagens que os pracinhas recebem dos
militares ativos do Exército.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A cordialidade, o carinho, a afetividade, o respeito
e a admiração se traduzem diretas e tocantes. A justificativa é concreta, pois
o soldado do Exército e o praça ou oficial que são militares por profissão,
estão mais capazes de interpretar, de entender, de compreender, de assimilar o
que seja um soldado em combate, do que determinados outros cidadãos civis, que,
por forças circunstanciais, são indiferentes e alheios à vivência militar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pracinhas de Marília, Araçatuba, Bauru e São José do
Rio Preto, enquadrados na região abrangida pelo comando do 37º. BIMtz, ali
compareceram. Participaram, não como visitantes, mas sim como soldados, de
todas solenidades internas e oficiais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Formaram-se em pelotões, assistiram a leitura da
Ordem do Dia Especial, participaram do hasteamento da Bandeira, das
demonstrações do efetivo da tropa, desfilaram e foram passados em revista pelo
Comandante do Batalhão, presente e recebendo continências pois é taxativamente
obrigatório essa saudação oficial e hierárquica, pelos ex-combatentes, quando
cobertos, isto é, com o uso das boinas verdes, que, de direito, representam o
uniforme verde-oliva do Exército Nacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O espetáculo foi maravilhoso. Especialmente para os
ex-combatentes, que se sentem bem, desfrutando aquela tradicional camaradagem
de caserna. Há o lado emocional que são os reencontros com amigos que por vezes
não se contactam há dezenas passadas, nas agruras da famigerada guerra. As
recordações de amigos desaparecidos e o recordar de comprovadas provas de
solidariedade humana e fidelidade patriótica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Com esse registro, a renovação da gratidão do
Comando, Estado Maior, Oficiais e Praças do 37º. BIMtz, uma admirável plêiade
de militares-cavalheiros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E também – como não poderia deixar de ser – ao
oficial e praças do “rancho” pela deliciosa e suculenta feijoada que
proporcionaram a todos nós, pracinhas e familiares.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído
do Correio de Marília de 10 de maio de 1983<o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-29004257543974379522016-05-08T09:37:00.000-03:002016-05-08T09:37:52.537-03:00A senhora morreu com sede, mamãe? (08 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O velho-novo espanhol, imigrante e semianalfabeto,
era pai de sete filhos, em vésperas do oitavo. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Manoel, era o seu nome. Os anos
de 1931, 1932 e 1933, ele os havia passado na mesma fazenda, como colono,
“tocando” seis mil pés de café velho e bem formado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ele e a mulher, a Josefa, davam duro no cafezal, de
sol a sol. A mulher levantava invariavelmente às quatro da manhã, fazia o café
e o almoço. O homem ia cedinho para a lavoura e a esposa depois de cuidar da
casa, alimentar as crianças – que deixava aos cuidados da mais velha das mulheres, a Isaura, de 8 anos
– levava o almoço para o marido e lá ficava até o sol apresentar duas braças de
fora. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então regressava para casa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Zéca era o filho mais velho. Tinha cerca de 11 anos,
mas não parecia tanto, pois era magrinho, pequeno, quase raquítico. Trabalhava
de sol a sol. Ele e o Joaquim, um negrinho que era seu “irmão de criação”,
cortavam diariamente lenha nos pastos, que vendiam em carro-de-boi na cidade 12
quilômetros dali.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Com aquiescência do fazendeiro, o Manoel plantava
feijão e milho nos vãos de uma pequena horta, que lhe fornecia tomates,
verduras e outras “misturas” para o feijão-com-arroz, durante o ano inteiro. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Trabalhador persistente, criava sempre seus porquinhos “para o gasto”. Vinte e
dois a vinte e cinco carros de lenha eram vendidos por mês, a 8, 10 e 12 mil
réis. Isso representava sempre um dinheirinho guardado e reservado. E o Manoel,
por economia e segurança, deixava “na mão” do patrão, todos os pagamentos
bimensais, para receber com o “pagamento geral”, após a colheita do café.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não tanto cansado, mas muito mais preocupado com o
futuro dos filhos, o espanhol tencionava abandonar a lavoura, transferindo-se
para a cidade, onde os rebentos pudessem cursar um grupo escolar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Cafelândia era onde moravam. Mudaram-se para a
cidade, com o fito de aguardar o nascimento do oitavo nenê, para depois
transferir a residência em definitivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Procurando “dar uma volta” para “estudar” alguma
coisa, Manoel tomou um ônibus e veio parar em Marília. Gostou da cidade, mas
percebeu que não tinha nenhuma profissão que pudesse exercer num centro em
desenvolvimento. Visitou outras pequenas urbes das adjacências e acabou
aportando em Vera Cruz. Optou pela cidadezinha simples e que o cativou. Estabeleceu
negócio e comprou um bar. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Deu uma “entrada” (sinal de negócio) e acertou que
dentro de determinado tempo, voltaria com a mudança e tomaria posse do
estabelecimento. Acabou perdendo o dinheiro empregado e nunca mais retornou a
Vera Cruz. O destino fez sua vida mudar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Zéca, o garoto, foi avisado de que iria “ganhar”
mais um irmão, ou irmã. Na época certa a
mãe de Josefa foi ter em casa do Manoel, pois ela iria incumbir-se de fazer o parto
da filha, como havia feito outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas o caso ficou grave e a sogra pediu que o genro
chamasse um médico. O Dr. Edgard Moss compareceu. No próprio quarto do casal,
sem qualquer preparo antecipado, precisou executar uma cesária de urgência,
imediatamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Quando o médico saiu, a mulher estava prestes a
morrer. O doutor havia recomendado que não desse </span><span style="line-height: 18.4px;">água</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> à doente, porque a mesma
havia perdido muito sangue.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O menino, assustado, estava próximo ao leito. Os
adultos choravam, percebendo o desenlace, mas o menino, nos seus 10 anos de infância e ingenuidade roceira,
não atilava muito bem com a dura realidade. A mulher pedia e implorava agua,
pelo amor de Deus. O menino teve uma reação súbita: correu à cozinha e não
encontrou agua na lata onde sempre havia o líquido para o uso doméstico e para
beber. Dirigiu-se na escuridão da noite para o quintal, foi ao poço, desceu o
balde ao fundo e começou a girar a manivela com pressa. Apanhou o balde, encheu
um canecão feito com uma lata de óleo “Sol Levante” e correu para o quarto.
Quando a mãe viu o caneco com agua esforçou-se para estender, mas as mãos dos
presentes arrebataram a vasilha, impedindo. O menino chorou, esperneou, pediu.
Os familiares, sinceros e respeitosos à ordem do médico, que deveria voltar em
seguida, com outro medicamento, não deixaram o garoto dar a água.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A mulher alisou a mão do menino, tentando umedecer
os lábios secos. Com os olhos semicerrados, balbuciou ao filho: “... quantas estrelas...
bonitas... muito bonitas... um campo azul... muito azul...”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O menino foi afastado, os familiares
desesperaram-se. Choros e gritos. A Josefa morreu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O menino, o Zéca, sou eu próprio. Indago-me,
sozinho, neste 8 de Maio:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Mamãe, a senhora me perdoa por eu não poder
ter-lhe dado a água? A senhora morreu com sede, mamãe?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído
do Correio de Marília de 08 de maio de 1983<o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-1896252475602093342016-05-05T00:42:00.000-03:002016-05-05T00:42:33.511-03:00O santo protetor dos ciclistas (05 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tem ocasiões que eu chego até a pensar, que o Santo
protetor dos ciclistas, nasceu em Marília, ou é de Marília ou até pode residir
em nossa cidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maninho, o que tem de bicicleta entre nós, que
escapa diariamente, minuto a minuto, de morrer debaixo de caminhão, ônibus e
automóvel, não está escrito em nenhuma lista telefônica!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pessoa de São Paulo, lá nascida e criada. Que dirige
seu próprio automóvel na paulicéia, que viaja seguidamente para Santos, Campos
do Jordão, Campinas e outros centros esteve dia destes em nossa cidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ficou encucado com o trânsito em Marília. Disse-me
não entender três pontos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A cidade é bonita, agradável, de um povo culto, como
provado está pelo número de suas Faculdades e Cursos Superiores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A sinalização de trânsito é bem feita, bastante
visível, facilmente orientadora, discriminando as proibições e permissões de
tráfego, as mãos de direção e os locais de estacionamentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ante isso, ele não entendeu, como é que os
motoristas marilienses, a maioria deles, age erradamente, atrevidamente,
impunemente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quase “bateu” e igualmente quase foi “batido” por
outros veículos, que trafegaram arbitrariamente e em condições contrárias ao
bom senso, à razão e aos preceitos da Lei.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Seguia pela Avenida, pretendendo descer a Rua
Paraná. Fez a competente sinalização, parando ante o sinal fechado. Um
chevetinho veio quente, desrespeitou o sinal, cruzou-lhe a frente e virou para
direita, causando-lhe enorme susto, pois ele já acelerava o carro para seguir,
vez que o sinal se lhe abria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Observou que carros estacionam no meio fio, sem
ligar a seta e comprometendo quem vai atrás, que se vê forçado a dar pequena
guinada para ultrapassagem, adentrando com isso o setor de tráfego de mão
correta – como é o caso da Avenida, onde podem trafegar dois veículos na mesma
mão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Levou sustos com outros veículos, que, estacionados
no meio fio, saem abruptamente para o leito da rua, sem ligar sétas, sem olha
no retrovisor, para perceber que outros carros seguem no mesmo sentido. Com
isto, forçam freadas bruscas, comprometendo quem vem atrás, que poderá bater no
carro atrapalhado de surpresa pela irresponsabilidade daquele que saiu
inesperadamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Acalmei-o, informando-lhes que eu me havia
preocupado com comentários sobre o problema, inúmeras vezes, mas sem resultado,
porque, conforme me havia habituado a dizer, eu jamais em minha vida vi um
burro motorista, mas em Marília, todo dia vejo muito motorista burro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É comezinho, o disposto no Código e o sentido na
prática, que toda conversão (curva ou virada, para os burros e irresponsáveis),
quando é feita para a esquerda, se faz aberta. Aqui é o contrário, com muitos
motoristas, que convergem para a esquerda de modo fechado e que viram para a
direita de maneira aberta, surpreendendo e colocando em polvorosa os motoristas
conscientes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nada custa observar essas medidas. Nada custa ligar
as setas de direção. Ajudam bastante. Orientam os motoristas que trafegam em
sentido contrário; esclarecem os que seguem atrás do veículo dirigido por
motorista que sinaliza: avisam e previnem os pedestres e até os irresponsáveis
bicicleteiros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Bicicleteiros e motoqueiros! Cruz, credo. Santa Maria
(para a maioria deles)!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">DNER fez pesquisa e constatou que Macapá, capital do
Amapá, é o local onde se dirige com mais perigo e mais erradamente em todo o
Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Vai ver que tem motorista de Marília dando bandas
por lá!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído
do Correio de Marília de 05 de maio de 1983<o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-48993305839518717902016-05-04T00:06:00.000-03:002016-05-04T00:06:51.700-03:00“Bicudo”, não. (04 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Matéria de primeira página, da edição de ontem deste
jornal, fixou o esclarecimento de autoridade competente, de que não existe
qualquer incidente da praga algodoeira conhecida como “bicudo”, em nossa
região.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Dizem os entendidos de que o inseto “bicudo” é
originário do México e que ninguém sabe de qual maneira o mesmo veio parar no
Brasil, tendo já atacado lavouras de algodão de várias regiões do país,
inclusive em nosso Estado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Há línguas que afirmam uma outra estória, de certa
forma algo pejorativa. São as pessoas que não acreditam que o “bicudo” tenha
sua procedência mexicana e sim que sua oriundade é americana. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Outros, mais </span><span style="line-height: 18.4px;">precipitados</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> ou com pré-intenções, veio mais adiante, dando conta de que o
referido inseto é norte-americano e que teria sido despejado propositadamente
no Brasil, por conveniências e interesses comerciais de empresas
multinacionais, operadoras em ramos de inseticidas para as lavouras.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu nada sei, por nada entender. Todavia, a matéria
ontem publicada pela nossa editoria de agricultura, me enseja o caso de
comentar em sentido sugestivo ou opinativo sobre o fato. Fato que é uma praga.
Praga que além dos prejuízos diretor à produção algodoeira, acarreta transtornos
e contra-tempos, dos mais prejudiciais, à mencionada faixa agrícola.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+-- <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Leigo que sou – apesar de criado na roça – por
jamais ter operado as práticas atuais da agricultura moderna e mecanizada e
somente ter laboriado em lavoura distante hoje separados, vou consignar aqui um
palpite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em meu tempo de filho de colono, não existiam o
bicho mineiro, a lagarta, nem mesmo o bicudo. A praga em potencial que ataca a
cafeicultura era a broca. Só.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sei que os inseticidas, herbicidas, fungicidas,
venenos específicos, adubos, uréias, corretivos, enxofres, calcáreos, sais,
etc., custam fortunas. Sei que noventa por cento de comércio que tal, está nas
mãos das empresas multinacionais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Isto vale dizer, que das circunstâncias das
imprescindíveis aplicações dessa “medicamentosa” toda, muito dinheiro da
lavoura do Brasil, em dimensão incalculável, carreia-se diretamente para o
exterior, especialmente os Estados Unidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Uma permuta indigesta: dinheiro da agricultura, em
troca de inseticidas (etc) para essa mesma agricultura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então, o “palpite” (absolutamente de graça).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--+--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando os técnicos da Secretaria da Agricultura,
perceberem e comprovarem que determinada área está com a plantação algodoeira
afetada pelos “bicudos”, fazer apenas isto: entrar em acordo com os proprietários
da lavoura (arrendatários, meeiros, o que forem), cercar com acêros a
plantação, utilizar lança-chamas do Exército (por exemplo) e queimar toda a
lavoura prejudicada pela praga. Ao envés de financiamento , o Governo que arque
com uma parte da despesa, os plantadores que percebam que é melhor perder um
pouco numa safra do que perder toda a safra num pouco tempo. E no ano imediato,
modificar o estilo e tipo da plantação naquele local.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Fazendo-se isso, queimando-se a lavoura contaminada,
em todos os pontos onde ela for constatada, o “bicudo” não terá vez por aqui,
não.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E os efeitos serão mais eficazes e possivelmente
menos dispendiosos e com toda a certeza mais positivos, para o bem da própria
agricultura brasileira, para o menor desgaste da terra, para a melhor economia
de despesas dos plantadores de algodão e – especialmente – com menos riscos
para a saúde de nossos roceiros.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído
do Correio de Marília de 04 de maio de 1983<o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-89684971377309131912016-05-03T00:15:00.002-03:002016-05-03T00:17:51.252-03:00Manobras políticas (03 de maio de 1983)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pelo que se sente, do lado de fóra, não é lá muito
fácil entender essas manóbras políticas. Essas contra-marchas e demarques da
política atual, imperante, habilmente manuseada por políticos exímios,
treinados, traquejados, bem bagageados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Político-arte é coisa de antanho, de raras
lembranças, de efêmeras nostalgias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em Marília, distintos vereadores entrevistam-se com
a imprensa e declaram em alto e bom-tom que não estão tratando de interesses
próprios, quando estão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em Brasília, o PTB está noivando com o PDS e o
casamento parece que vai sair mesmo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Entretanto, em São Paulo, o mesmo PTB está
exteriorizando intenções de amancebamento com o PMDB.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Síntese: os vereadores marilienses, mesmo negando-o,
aumentaram seus próprios vencimentos; o PTB em São Paulo, amancebando-se ao
PMDB, alia-se a Montoro e aprova a indicação de Mário Covas para a prefeitura
do Ibirapuera; em Brasília, o PTB nem liga para o PMDB da paulicéia e alia-se
com o PDS para formar no cordão situacionista, isto é, que irá tentar
insensibilizar o General, para não aceitar Covas. Será isso?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--:--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Taí uma associação grosseira, como a piada do
nordestino que vinha com a família e com famílias outras, para São Paulo. O
caminhão pau-de-arara viajava durante o dia e estacionava à beira da estrada ao
anoitecer, para descanso e pernoite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Era, como não poderia deixar de ser, aquela
verdadeira promiscuidade entre homens, mulheres e crianças.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E vem a anedota: na escuridão, todo mundo amontoado
e deitado em comum, uns dormindo, outros roncando, outros acordados, uma mulher
fez determinada pergunta ao marido e, ante a resposta negativa deste, ela
justificou “Então, tão”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nós, o zé povinho, eles, os políticos. O consolo é
imitar a mulher do nordestino: “Então, tão”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--:--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Dúvida e desabafo tristonho do caboclo no armazém ou
supermercado, ante a verdadeira orgia dos aumentos de preços, esse escárnio dos
atravessadores, estocadores, aproveitadores e poderosos, ante a miséria e a
fome dos assalariados de baixa renda:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">- Eu num tenho tomóve, num bebo gazulina… qui é qui
eu tenho qui vê cum tudo subindo di preço dessa manêra?...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--:--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Essa turma dos sóbe-preços, “tá bonitinha” e “tá
limpinha” para elevar as cotações de tudo, para aumentar a exploração de tudo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje em dia qualquer desculpa “péga”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Já justificaram os abusos e desmandos, com o
alinhamento dos planetas, com a maxidesvalorização do cruzeiro com a
valorização do dolar, com os reajustes salariais, com os aumentos da gasolina,
até com os bicudos mexicanos (ou americanos?).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Agora tem mais subsídios justificadores para a turma
“meter a faca”; o alijamento do Corinthians da Taça de Ouro, a “zebra” do
Grêmio perdendo da Ferroviária, etc. e tal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Aproveita, turma!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E viva o Chico Barrigudo!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Extraído
do Correio de Marília de 03 de maio de 1983<o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-46015342878399233152013-12-31T00:43:00.000-02:002013-12-31T00:43:14.299-02:00Nem sempre nobreza é título (31 de dezembro de 1974)<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sem endereço pessoal e com o
devido distanciamento da pessoa física do cidadão, inúmeras vezes critiquei
atos, atitudes e gestos do vereador Nasib Cury.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nessas censuras de jornalista
e observador político, cingi-me aos procedimentos do cidadão, investido em seus
poderes e funções legislativas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não só Nasib Cury, como
igualmente outros vereadores e políticos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Fi-lo sempre limitado ao mais
comezinho princípio de independência e
como porta-voz de uma parcela da população mariliense.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E o farei quantas vezes isto
for necessário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Com a mesma independência que
tenho tecido críticas, também expendi louvores, todas as vezes que estes sejam
conscientemente reclamados e notadamente necessários.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E isto também farei todas as
ocasiões que preciso for.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vou abordar aqui o desfecho
do entrevero há pouco surgido, envolvendo os poderes Executivo e Legislativo,
nas pessoas do prefeito Pedro Sola e do vereador Nasib Cury.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O final, embora para alguns
tenha multi-efeitos, só apresenta uma consequência e um resultado: harmonia
político-administrativa da cidade, com reflexos de bem para a própria
coletividade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tenho notado que vozes que
procuravam defender Nasib, velada, aberta ou indiretamente, mudaram de
trincheira, para arremessar investidas contra o mesmo vereador. De defensores,
passaram a agressores, basofiando inclusive sobre pretensa impersonalidade do
focalizado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nesses casos, a
impersonalidade reside justamente nos proprietários dessas próprias vozes. Pela
incoerência de atitudes e pelo aproveitamento momentâneo de oportunidades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
São pessoas que fazem “xixi”
fora do pinico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nenhum desdouro pode recair
sobre Nasib Cury, pelo fato de sua retratação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O reconhecer um erro e
penitenciar-se, dando a mão a palmatória, jamais diminui ou desvaloriza um
homem. Pelo contrário, eleva-o e dignifica-o. Prova-o detentor de um espírito
público e de razão consciente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por outro lado, atesta que
nobreza não existe somente em títulos e sim também em ações dignas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vejamos o recente episódio,
que redundou no impedimento do ex-presidente norte-americano Richard Nixon.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os anteriores da própria
história “yankee”, que renunciaram o governo norte-americano, souberam
penitenciar-se, foram capazes de reconhecer e confessar falhas e erros. Nem por
isso tiveram diminuídos seus valores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O mesmo não aconteceu com
Nixon, que não teve a dignidade de penitenciar-se ou de reconhecer as falhas
que grande parte do público lhe atribuiu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Com a mesma altivez que
sempre critiquei Nasib Cury e com a mesma lealdade de propósitos que assim
procedi, aqui estou para louvá-lo. Nesse louvor, que é espontâneo e
incondicional, como espontâneos e incondicionais foram as críticas que ao mesmo
enderecei, está a minha independência absoluta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Contrário os que entendem que
Nasib se acovardou ao mudar de atitude, retratando-se. Para mim, o gesto nunca
poderia chamar-se covardia e sim altives. Ele não se diminuiu por isso. Ao
contrário, elevou-se, porque é digno e honrado, o reconhecer falhas. Pelo menos
para os homens que pensam como eu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nasib teve um gesto nobre que
veio beneficiar Marília.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Resta que se não metamorfose.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O vereador demonstrou nobreza
de ação. E provou que a nobreza nem sempre é título nobiliárquico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><i>Extraído do Correio de Marília de 31 de dezembro de
1974</i></span>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-57422475451917964112013-12-29T11:42:00.000-02:002013-12-29T11:44:01.188-02:00MARÍLIA – analogia sincera de seu dinamismo<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Passado de glórias, presente
de orgulho e futuro promissor</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>O povoado audacioso de ontem e a metrópole de hoje –
Um milagre construído por bandeirantes anônimos – Terra exuberante, clima
excelente e águas salubérrimas – Tudo transpira progresso no “Intermezzo” dos
rios Peixe e Feio – Uma pincelada sobre a história e a vida da “Cidade Menina”<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Marília é uma fotosféra de
progresso. Sua própria história já é um capítulo brilhante. Sua vida, um oásis
em torno do qual gravita o dinamismo bandeirante. Seu passado, um audacioso
rosário de empreendimentos gloriosos. Seu presente, um exemplo ufano e
orgulhoso. Seu futuro, imensuravelmente promissor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A própria Natureza, parece
ter feito sentir seu dedo mágico nêsse “intermezzo” extraordinário onde está
situada Marília, a “cidade menina”. Os espigões dos rios Peixe e Feio, encravam
em seu topo, qual jóia engastada no corolário da exuberância das mais
progressistas cidades do Brasil, como bandeira desfraldada no cume de um
mastro, uma cidade admirável. É Marília, nossa querida Marília.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sua própria história parece
um conto de fadas. Faz lembrar lendas maravilhosas, de acontecimentos
empolgantes e impossíveis. Recorda a menina feia, sardenta, de futuro incerto e
sua metamorfose na moça esbelta e bela, de porte imponente e sedutor, de graça
sem igual.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Seu nome já é poesia. Sua
inspiração, um poema. Sua origem, uma história de amor, de beleza, de
sinceridade. Marília em sí, é tudo isso, traduzido num desenvolvimento ímpar,
fenomenal, gradioso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b> O
povoado de ontem<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Até os albores do século
presente, toda ésta imensa região pertencia aos índios coroados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Antes disso, por volta de
1890, frades capuchinos oriundos de São Paulo, intentaram, sem resultados, um
trabalho de catequese entre os aborígenes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Perdeu-se depois, na gaveta
do esquecimento ou das coisas impossíveis, a idéia de colonizar ésta vasta e
exuberante região de nosso Estado. Em fins de 1912, um eminente político
paulista de nome Cincinato Braga, comprara cêrca de quatro mil alqueires de
terras. Tal área situava-se à margem de uma longa picada que o Cel. Carlos
Ferraz abrira, destinada a ligar Platina a Presidente Pena, hoje Cafelândia.
Escolhendo um ponto sêco e alto, o Cel. Ferraz mandou plantar 10.000 cafeeiros,
quantia de pés de café verdadeiramente fabulosa naquela ocasião. Para muitos
pareceu exagero éssa medida e deram à região o topônimo de Alto Cafezal. Era o
prenúncio de novo povoado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>O primeiro civilizado
entre os coroados<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Através de pesquisas e
consultas nas fontes mais seguras, conclui-se que o primeiro homem civilizado a
habitar entre os índios coroados, senhores absolutos da região foi o Major
Antonio Simões. Realizou êsse personagem parte da missão frustrada aos desejos
dos frades capuchinhos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Um português na
história de Marília<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Antonio Pereira da Silva,
português de nascimento, imigrante, tendo em seu sangue lusitano, aquela fibra
e denodo tão característicos de seus antepassados desbravadores dos mares,
lançou-se a uma empreitada de arroio sem limites: adquiriu de Cincinato Braga,
120 hectares de terras, dentro de cuja área se localiza Marília de hoje. Isso
ocorreu por volta de 1910.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Lá pelos idos de 1922, José
Pereira da Silva, filho de Antonio Pereira da Silva, empreendeu a abertura de
um povoado, que manteve o nome já conhecido da região – Alto Cafezal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A éssa altura, a Cia.
Paulista de Estradas de Ferro já anunciava seus intentos de estender seus
trilhos rumo à nova região, além de Bauru.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Bandeirantes anônimos
construíram um milagre<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Gentes de todas as partes do
Brasil, especialmente dos chamados “zonas velhas” de São Paulo, voltaram suas
vistas para o “El Dourado” paulista, a “Terra da Promissão”. Verdadeiros
bandeirantes anônimos, sem o perceber, construíram um milagre. O milagre da
colonização. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>O nome de Marília<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tendo o saudoso Bento de
Abreu Sampaio Vidal comprado grande área de terras na região, para cá lançou-se
denodadamente, trazendo consigo aquele calor do progresso, aquela fibra
desbravadora e um tirocínio esclarecedor dos mais elogiáveis. Em pouco tempo,
transformou o povoado num arraial, injetando-lhe a seiva alentadora das
iniciativas dinâmicas que tão bem o caracterizaram na sua invejável e gloriosa
existência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A éssa altura, depois de
1926, a Cia. Paulista de Estrada de Ferro já engatilhava as providências para
penetrar a região, abrangendo seu lastro que se encontrava parado em
Piratininga. Preconizava a ferrovia, a denominação em ordem alfabética
(crescente) de usa estações, a partir do ponto de reinicio da extensão. Alto
Cafezal, então, teria que mudar de nome. Teria que ser encontrada uma
identificação que se iniciasse com a letra “M”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Depois de muitas escolhas,
criou-se confusão entre várias idéias apresentadas. Certa ocasião, o sr. Bento
de Abreu – o “Pai de Marília” – viajava para a Itália. No navio, encontrou na
biblioteca, uma edição em portugueses, de 1.780 (mais tarde reeditada no Brasil)
do livro “Marília de Dirceu”, do poeta Thomaz Antonio Gonzaga. Apreciador da
boa leitura, o Sr. Sampaio Vidal empolgou-se pela história e pelo nome de
Marília, a mulher bela e sedutora amada por Dirceu. Telegrafou então ao Brasil,
decidindo em definitivo sobre a escolha do nome da cidade: seria MARÍLIA.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Fatores influenciais
do dinamismo inicial de Marília<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A quatro pontos, atribui-se
de modo insofismável, o dinamismo inicial de Marília.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Primeiro, ao espírito
empreendedor de Bento de Abreu Sampaio Vidal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Segundo, ao movimento
migratório europeu, consequente da I Guerra Mundial.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Terceiro, devido ao surto
cafeeiro revolucionário verificado na região, atraindo gentes de todo os
quadrantes do Brasil.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quarto, à penetração do
lastro ferroviário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>MARÍLIA DE HOJE (1958)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Distrito de Paz<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No dia 22 de dezembro de
1926, foi assinada a Lei 2.161, criando o Distrito de Paz de Marília, sob a
jurisdição do Município de Cafelândia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Município<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pela Lei nº 2.320, de 24 de
dezembro de 1928, Marília foi elevada à categoria de Município, cuja instalação
se deu em 4 de abril de 1929.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Comarca<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Através do Decreto nº 5.956,
datado de 27 de junho de 1933, o município de Marília foi guindado à condição
de Comarca. Em 16 de outubro e3 1944, o decreto-lei 14.234 classificou Marília
como Comarca de 3ª entrância. Oriente e Vera Cruz pertencem a Comarca de
Marília.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Avencas, Lácio, Amadeu
Amaral, Padre Nóbrega, Dirceu, Rosália e Ocauçu compreendem os distritos do
município de Marília.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Localização e Limites<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Marília localiza-se na parte
noroeste do Estado, a 22º, 13’, 10” de latitude sul e 49º, 56’, 46” de
longitude.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Limita-se Marília pelos
seguintes municípios, de acôrdo com o disposto na Lei 2.456, de 30/10/53:
Oriente, Pompéia, Getulina, Guaimbê, Júlio Mesquita, Álvaro de Carvalho, Vera
Cruz, Lupércio, São Pedro do Turvo, Campos Novos Paulista e Echaporã. A zona de
Marília propriamente dita, sem as obediências da Lei citada que estipulou os
municípios limítrofes: Oriente, Pompéia, Getulina, Guaimbê, Júlio Mesquita,
Álvaro de Carvalho, Vera Cruz e Lupércio. Campos Novos Paulista e Echaporã
fazem limites com o município de Assis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Aspectos físicos do
Município<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A temperatura média em
Marília, em gráus centígrados é: máxima, 37; mínima, 12; compensada, 24.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Com 652 metros acima do nível
do mar, Marília apresenta uma área de 1.438 quilometros quadrados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>População<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por estimativas, calcula-se
em 110.000 habitantes, séde e município, para 1958, a população de Marília. Tal
população representa menos de 1/5 da de Santos, que é a segunda cidade do
Estado de São Paulo, sendo Marília a 8ª cidade populosa do Estado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Formação física<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O sólo do município é formado
em sua maioria de arenitos, idênticos aos da zona noroeste, classificados na
série cretácea.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A altitude do município varia
entre 500 e 700 metros acima do nível do mar, dentro dum espraiado de dois
longos rios – Peixe e Feio. Sua água é salubérrima e abundante. O clima, regra
geral, é variável, dando assim um “quê” da temperatura da paulicéia – calor,
frio, ventos e até garôa. De setembro a fevereiro os ventos de leste exercem
relativa predominância na região. As chuvas, normalmente, caem em períodos
certos e esperados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Matas virgens<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Poucas matas virgens restam
ainda no município. Explica-se o fato em consequência da civilização da região,
em ritmo acelerado, incrível. Como decorrência, muitas derrubadas foram feitas,
muita madeira foi empregada, muito comércio madeireiro foi realizado, inclusive
com as Capitais de São Paulo e de Estados limítrofes. Peróba, canela, pau
d’alho, ceboleiro e outras madeiras “de lei” identificam a fertilidade das
terras da região.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em compensação, as florestam
deram lugar a grandes oceanos verdes de café e de outros cereais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Pecuária e
agricultura<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Muita importância representam
para Marília os ramos de pecuária e agricultura. Os dados a seguir divulgados,
atestam bem o que estamos afirmando.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A produção de café no
município é estimada em 658.000 arrôbas; de algodão, 585.000 arrôbas; de
amendoim, 6.776 toneladas; batatas, 80 alqueires, com 32.240 sacas de 60
quilos; soja, 10 alqueires, com 500 sacas de 60 quilos; laranja, 86.150 pés,
com 87.000 caixas; uva, 45.480 pés, com 90.500 quilos; mandioca, 519 alqueires,
com 19.200 toneladas; cana de açúcar, 1.230 alqueires, com 137.760 toneladas;
mamona, 73 alqueires, com 4.380 sacas de 50 quilos; banana, 46.000 pés; com
50.000 cachos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
50.000 bovinos e 30.000
equinos, representam a maior força do campo pecuário de Marília. O valor do
gado bovino foi estimado em 132 milhões de cruzeiros e o do suíno em 40 milhões
de cruzeiros. O município conta ainda com um número aproximado de 4.600
equinos, 4.300 muares, 3.350 caprinos e 22 asininos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Indústria<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em relação ao tempo de vida
da cidade, Marília tem relevantes acentuação no parque industrial interiorano,
com reflexos já além das fronteiras do município. O município de Marília
ostenta hoje a altura do 10º lugar em valor de produção no Brasil. Destacam-se
as indústrias de beneficiamento do café e algodão, óleos, cervejas e
refrigerantes, artigos laminados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mais de uma centena de
estabelecimentos industriais do município dão trabalho à cerca de um milhão e
meio de operários de diferentes categorias, sendo de cerca de um bilhão de
cruzeiros o valor de produção dos citados estabelecimentos industriais de
Marília.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em transformação existem
diversas outras indústrias e planos, como de produtos têxteis, alimentação,
etc.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O valor da produção de café
beneficiado é de cêrca de 300 milhões de cruzeiros. O de óleos e vegetais
destinados a alimentação aproximou-se da casa de 200 milhões de cruzeiros. O de
algodão beneficiado e recuperação de resíduos soma o montante de 300 milhões de
cruzeiros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
13.000 toneladas de óleo de
amendoim, num total aproximado de 110 milhões de cruzeiros são produzidas no
município atualmente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por vários anos seguidos,
Marília vem ocupando o lugar de destaque de o 1º município do Estado produtor
de óleo de amendoim e o 2º na produção de óleo de caroço de algodão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Comércio<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não se pode negar que o
município de Marília é um dos grandes centros comerciais do Brasil. Mais de
meia centena de comerciantes atacadistas e cerca de dois mil estabelecimentos
comerciais de varejo existem no município, numa prova exuberante e irrefutável
da pujança de seu comércio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nas vendas anuais realizadas
pelo comércio atacadista de Marília, figura o município entre os principais do
Estado. Tanto assim, que, dentre os 6 municípios principais dêsse cômputo
(conforme dados do IBGE), em que figura Marília, concentra-se 93% das vendas
atacadistas do grupo principal do Estado!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No campo do comércio
varejistas, dentre os 7 principais municípios do Estado, Marília ocupa lugar de
destaque, eis que dêsse número traduz-se a cifra de 58% do movimento comercial
varejista do Estado de São Paulo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Fisiografia<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Marília pertence a uma das 33
zonas fitográficas em que está dividido o Estado de São Paulo, distando da
Capital, em linha réta, 372 quilometros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Movimento bancário<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Somente São Paulo, Campinas,
Santos e Ribeirão Preto ultrapassam Marília no movimento bancário. O município
inclui-se, justamente, dentre os maiores centros bancários do Estado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Finanças públicas<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No ano de 1957, foi a
seguinte a relação das arrecadações públicas em Marília: Federal Cr$
72.510.383,20 e Estadual Cr$ 157.169.518,80.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O Orçamento Municipal para
1958 é de Cr$ 67.150.000,00.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Ensino<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As crianças matriculadas nos
diversos estabelecimentos de ensino da cidade, nas idades compreendidas entre 7
e 14 anos, representam 66% da população mariliense. De conformidade com dados
elaborados por ocasião do Censo de 1950, constatou-se que mais de 60% dos
marilienses são alfabetizados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
108 escolas de ensino
primário (estaduais, municipais e particulares) conta o município, além de 7
estabelecimentos de ensino médio (ginasial, comercial e normal) e duas
faculdades de ensino superior – uma particular, de Ciências Econômicas e uma
oficial, de Filosofia, que deverá funcionar integralmente no próximo ano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Meios de Transporte<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por via aérea, Marília é
ligada diariamente à Baurú, Tupã, São Paulo e Londrina, através de linhas regulares
da VASP. Existem ainda duas excelentes companhias de taxi aéreo – a COMTAX e o
Taxi Aéreo Hugo Simeone.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por rodovia, Marília dista de
São Paulo, 529 quilometros. É servida a cidade pelos esplêndidos trens de
bitola larga da Cia. Paulista de Estrada de Ferro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Comunicações<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Marília é servida por
telefones automáticos, da Cia. Telefônica Brasileira, num total de cêrca de
1.900 aparelhos ligados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Iluminação<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A Cia. Paulista de Fôrça e
Luz serve o município de Marília. Na cidade contam-se perto de 9.200 ligações
elétricas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Veículos<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dentre ônibus, automóveis e
caminhões, Marília apresenta o número aproximado de 3.000 viaturas, além de
cêrca de 1.800 bicicletas e tricíclos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Imprensa e rádio<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quatro tipografias, nove
livrarias, dois jornais diários (CORREIO DE MARÍLIA e “Jornal do Comércio”)
representam a imprensa de Marília. Três rádio-difusoras – Rádio Dirceu de
Marília, Rádio Clube de Marília e Rádio Vera Cruz de Marília, traduzem a força
da palavra falada de nossa cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Setor hospitalar<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dos melhores possíveis é o
setor hospitalar de Marília, servindo não só a região, como Estados vizinhos,
especialmente o Paraná. Uma completa Sta. Casa de Misericordia, dotada de todos
os apetrechos cirúrgicos modernos e indispensáveis, um Hospital Marília nas mesmas
condições, além de um Hospital Espírita especializado em moléstias nervosas e
mentais, traduzem a força do campo hospitalar da cidade. O corpo clínico dos
aludidos nosocômios, bem como a classe médica da cidade representam o que de
mais eficiente póde ser desejado nesse terreno. Cerca de 60 médicos exercem a
profissão no Município.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Diversões e esporte<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No setor de diversões
populares, Marília ainda não está completa de todo. Falta-lhe um teatro, apesar
de existirem na cidade esplêndidos valores do teatro amador, perfeitamente
aproveitáveis. O município possui 5 cinemas, dois dos quais na séde, número
insuficientíssimo para acomodar o público mariliense.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Como entidades recreativas,
destacamos o Marília Atlético Clube, o Yara Clube de Marília, o Marília Tênis
Clube, o Esporte Clube Mariliense, a Sociedade Luso-Brasileira e a União dos
Treze.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Além do clube de futebol
profissional da cidade (Marília Atlético Clube), conta o município com cerca de
40 clubes da cidade e dos distritos, filiados à Liga Municipal de Futeból.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Farmácia e
Odontologia<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Poucas cidades do interior
podem gabar-se de estarem tão bem servidas de farmácia e odontologia. Além
disso, Marília é uma das poucas cidades interioranas que possui, em parte
central da “urbe”, uma Farmácia Noturna, que funciona todos os dias, das 18
horas até às 8 horas do dia seguinte, prestando serviços inestimáveis e
socorros urgentes aos munícipes e mesmo à população de cidades adjacentes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Água<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A água potável de consumo
público de Marília é considerada de superior qualidade. Mesmo assim, Marília
possui o seu serviço de fluoretacão de águas, tendo sido o município o primeiro
no Estado a utilizar-se de tal processo. Tal fato ocorreu na administração do
atual prefeito municipal, Eng. Argollo Ferrão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Autoridades do
Município<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Juiz de Direito da Comarca,
Dr. José Gonçalves Santana; Promotor Público, Dr. Carlos Ubaldino Bueno de
Abreu; Bispo Diocesano, D. Hugo Bressane de Araujo; Prefeito Municipal, Eng.
Argollo Ferrão; Presidente da Câmara Municipal, Dr. Fernando Mauro Pires Rocha;
Delegado Regional de Polícia, Dr. Érico Novaes Ferreira; Delegado de Polícia
Adjunto, Dr. Francisco Severino Duarte; Delegado Regional de Ensino, sr.
Arnaldo de Arruda Mendes; Deleg. Regional da Caixa Econômica do Estado, Sr.
Rubens Fukugawa Tomatu; Delegado Regional da Saúde, Dr. Odilon Enout Coutinho;
Delegado Regional das Indústrias, Sr. Domingos de Léo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Marília, a bela<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Marília é assim. Uma colmeia
de trabalho. Um povo realizador, coeso, constituindo uma só família. Progride
diuturnamente. Apresenta cerca de 10.000 prédios, sendo dotada quase totalmente
de iluminação, excetuando-se alguns novos bairros recém abertos. A rêde de água
e esgôto apresenta um índice de mais de 62% das exigências totais da “urbe”. O
mesmo acontece com o sargeteamento e construção de guias. O calçamento está
sendo feito rapidamente, mas mesmo assim não parece tão rápido, tamanho é o
desenvolvimento da cidade e o crescimento de suas zonas periféricas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Arranha céus gigantescos,
emolduram o alto da serra, proporcionando a identificação da cidade, por via
aérea, há muitos quilômetros de distancia. Politica harmoniosa, Marília jamais
deu exemplos desastrosos entre seus homens públicos, eis que, todos eles, acima
de suas cores partidárias, desfraldam a bandeira do município, os interesses da
cidade e sua gente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Várias seitas religiosas são
professadas entre os marilienses – inclusive o budismo –, com a mais absoluta
liberdade. Predominando a porcentagem católica, Marília é também séde de
bispado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Seduz e encanta Marília, pelo
seu dinamismo irrefreável, pela hospitalidade de seu povo, pelo que os
marilienses foram capazes de construir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Epílogo<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aqui estão, leitores amigos,
num rápido apanhado e num bem intencionado trabalho jornalístico, algumas
coisas do sangue dêsse coração que se chama Marília. Se omitimos alguns
pormenores, dados ou detalhes, confessamos que não o fizemos intencionalmente.
Um compêndio, uma compilação de fatos, de dados estatísticos, além de algo
difícil, póde deixar escapar algum detalhe. Nossos intentos, entretanto, são
demonstrar aos marilienses, com números concretos, a grandeza de Marília. Para
os que residem fóra e que acompanham a vida de Marília e a atuação de seu
grande povo, por quaisquer meios, aqui está um motivo de orgulho, um ponto para
despertar e reviver a saudade. Para os forasteiros, especialmente aqueles que
não conhecem a “cidade menina”, um motivo de apreciação da grandeza desta
terra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se atingirmos nosso objetivo,
sentir-nos-emos felizes e satisfeitos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Texto extraído da revista especial de Natal do Correio
de Marília de dezembro de 1958</i> </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>39 imagens ilustraram texto
de Marília</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>O texto acima foi ilustrado
pela revista do Correio de Marília, na edição especial de Natal, por 39 fotos,
que, infelizmente, não temos como reproduzir.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Reproduzimos, entretanto, as
legendas de todas as fotos, uma a uma.</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->1. <!--[endif]-->1958 – Trecho da Rua São Luiz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->2. <!--[endif]-->1958 – Trecho da Av. Sampaio Vidal, vendo-se a
primeira vista a Praça Saturnino de Brito<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->3. <!--[endif]-->1958 – Trecho da Rua Prudente de Moraes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->4. <!--[endif]-->Banco do Estado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->5. <!--[endif]-->Colégio Sagrado Coração de Jesus<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->6. <!--[endif]-->Residência<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->7. <!--[endif]-->Residência<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->8. <!--[endif]-->Vista noturna do Edifício do SENAI de nossa cidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->9. <!--[endif]-->A benemérita “Mansão Ismael”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->10.
<!--[endif]-->MARÍLIA – 1958 –
Vista Parcial da Cidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->11.
<!--[endif]-->Marília – 1958 –
Prédio da Delegacia da Fazenda<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->12.
<!--[endif]-->Defronte à indústria
Amendoim Mariliense Ltda., da qual é sócio o Sr. Iraha, parentes e amigos,
notando-se também a sua frota de veículos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->13.
<!--[endif]-->Fachada do
edifício de Amendoim Mariliense Ltda., à Rua São Luiz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->14.
<!--[endif]-->1958 – Rua
Prudente de Moraes – Vista noturna<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->15.
<!--[endif]-->Ginásio do Estado
– Marília – 1958<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->16.
<!--[endif]-->Av. Sampaio Vidal
– Vista noturna – 1958<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->17.
<!--[endif]-->Trecho comercial
da Av. Sampaio Vidal – 1958<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->18.
<!--[endif]-->Trecho da Rua 9
de Julho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->19.
<!--[endif]-->Trecho da Avenida
Sampaio Vidal – Domingo, comércio fechado, ausência de movimento acentuado que
caracteriza essa via<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->20.
<!--[endif]-->Magnifica visão
aérea do Hospital Espírita de Marília<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->21.
<!--[endif]-->Catedral de S.
Bento – Marília<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->22.
<!--[endif]-->Avenida Sampaio
Vidal<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->23.
<!--[endif]-->Grupo Escolar
“Thomaz Antônio Gonzaga”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->24.
<!--[endif]-->Trecho da Rua São
Luiz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->25.
<!--[endif]-->Caixa Econômica
Federal<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->26.
<!--[endif]-->Pavilhão Infantil
“Dona Antonieta Altenfelder”, estabelecimento hospitalar para servir à Marília
e à região<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->27.
<!--[endif]-->Maternidade
“Maria Isabel Sampaio Vidal” e Santa Casa de Misericórdia de Marília<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->28.
<!--[endif]-->Edifícios dos
Correios e Telégrafos e SENAI<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->29.
<!--[endif]-->PARQUE INDUSTRIAL<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->30.
<!--[endif]-->RUA 9 DE JULHO –
MARÍLIA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->31.
<!--[endif]-->DESFILES
ESTUDANTIS EM MARÍLIA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->32.
<!--[endif]-->Fachada do Cine
São Luiz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->33.
<!--[endif]-->Fachada da
Associação Feminina Maternidade e Gota de Leite<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->34.
<!--[endif]-->Aspecto de uma
indústria de Marília<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->35.
<!--[endif]-->Estação
Rodoviária de Marília<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->36.
<!--[endif]-->Pateo interno do
Asilo de São Vicente de Paulo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->37.
<!--[endif]-->Monumento em
homenagem a Bento de Abreu Sampaio Vidal, grande benemérito de Marília. Localiza-se
à frente da Santa Casa de Misericórdia de Marília<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->38.
<!--[endif]-->Monumento dos
ex-combatentes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->39.
<!--[endif]-->Recanto pitoresco
de Marília – a cidade descansa... é domingo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><i>Os editores: Sueli Bravos do Amaral e Cláudio Amaral</i></span>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-28953993107350446112013-12-28T11:08:00.000-02:002013-12-28T11:08:21.279-02:00O próximo ano (28 de dezembro de 1974)<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quatro dias, inclusive o de
hoje, separam-nos do início do ano de 1.975. Quarta-feira próxima estará
marcando o alvorecer do ano novo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Setenta e quatro expirará a
zero hora de terça-feira.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para muitos, 1.974 foi um
“ano bom”. Para outros, o ano a findar-se “correu mal”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os que tiveram em 74 um ano
bom, esperam para 75 a repetição de todas as alegrias e felicidades e os que
não se satisfizarem com o desenrolar do ano que expira, almejam a esperança de
melhores dias em 75.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O ano de 1.975 irá corresponder
a…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ano 6.688 do Período Juliano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
2.880 da Fundação de Cartago.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
2..728 da Fundação de Roma.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
2.635 da Era Japonesa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
483º. Ano do descobrimento da
América.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
458 da Reforma de Lutero.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
186º. da Revolução Francesa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
153º. Ano da Independência do
Brasil.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
86º. ano da Proclamação da
República.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
98 da invenção do telefone.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
78º. ano da invenção da
aviação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
40º. ano da invenção da
televisão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
13 de voos espaciais
tripulados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
12 do Pontificado do Papa
Paulo VI.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
6º. ano da chegada do
primeiro homem à Lua.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
47 da fundação do CORREIO DE
MARÍLIA.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
30º. ano do final da II
Guerra Mundial, em cujo conflito armado o Brasil se fez presente, através dos
pracinhas da gloriosa Força Expedicionária Brasileira.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
46 da instalação do município
de Marília.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
12º. aniversário da morte do
ex-presidente John Fritzgerald Kennedy.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
40 da intentona comunista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
15º. ano da instalação
oficial de Brasília.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
11º. aniversário do
falecimento do jornalista Raul Roque Araujo, co-fundador deste jornal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
421 da fundação de São Paulo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
43º. do Movimento
Constitucionalista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
139 do nascimento do Maestro
Antonio Carlos Gomes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
25º. do falecimento da
cantora Carmem Miranda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
167 da fundação da imprensa
brasileira.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
67º. aniversário da chegada
dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, a bordo do navio “Kasato Maru”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
7º. ano do falecimento do
Marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes, comandante em chefe da Força
Expedicionária Brasileira que lutou na Itália.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
7º. aniversário da
instituição oficial do “Dia da Ave”, discriminando o sabiá como ave-símbolo do
Brasil (Decreto 63.234/68).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
86 da adoção da atual
Bandeira brasileira (Decreto no. 4, de 19/11/1.889).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
42º. aniversário da
instalação da Comarca de Marília, criada pelo decreto estadual no. 5.956 de
27/6/33.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
3º. ano da atual administração
municipal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ano de estreia do MAC no
campeonato “Paulistão”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Que além disso, o ano de
1.975 registre e traga consigo, também, paz e compreensão entre os homens,
harmonia entre as nações, saúde e felicidade para todos e aceleramento da febre
do progresso mariliense.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<h1>
<span style="font-weight: normal;"><i><span style="font-size: small;">Extraído do Correio de Marília de 28 de dezembro de 1974</span></i></span><o:p></o:p></h1>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-50474347724892204492013-12-27T02:57:00.000-02:002013-12-27T02:57:25.156-02:00Assuntos vários (27 de dezembro de 1974)<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Passadas as comemorações
natalinas, a certeza de que tudo tenha transcorrido, conforme pensamentos e
desejos de todos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Neste curto “intermezzo” do
Natal findo e do alvorecer do Novo Ano, o recrudecimento das operações normais
de todos, da responsabilidade comum e elementar, da luta cotidiana e do ganha
pão normal e diário de cada um.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sem ornamentação especial, a
cidade não conseguiu oferecer aquela sensação de alegria das festividades
natalinas, durante o período oficial de abertura noturna de nosso comércio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dois jovens, um dirigindo um
Opala e outro pilotando um Corcel, sem qualquer ligação aparente entre si,
usaram e abusaram do direito de guiar loucamente na cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Demonstrando a mais absoluta
falta de respnsabilidade, esses dois “Fittipaldis” puzeram em jogo suas
próprias vidas e em perigo a de muitas pessoas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O Sr. Moisés Teixeira
Véspera, prefeito de Rubiácea, município sito na Noroeste, vem de ser
selecionado pelo Centro Internacional Universitário e Tecnológico de Brasília,
para fazer um curso sobre Administração Pública na Espanha.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O curso terá a duração de 45
dias, sendo ministrado no período de 14 de janeiro a 28 de fevereiro próximos,
em Madrid.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nas mesmas condições e para o
mesmo curso, também foi selecionado o Sr. Idenolphi Semeghini, prefeito de
Tupã.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O alcaide tupãense, no
entanto, parece não estar muito inclinado a realizar os referidos estudos, por
entender que o tempo de duração do curso é muito longo e que seu afastamento,
durante cerca de cinquenta dias, poderá ocasionar prejuízos à administração
municipal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mariliense Roberto Camargo,
que iniciou-se no jornalismo na redação deste diário e que hoje é figura de
primeira grandeza no jornalismo paulistano, apesar de relativamente novo,
publicou recentemente, no jornal “O Estado de São Paulo” – onde milita com
destaque – consubstancioso artigo, afirmando a queda de 30% no campo de vendas
especiais no período do Natal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Robertão enfocou cifras e
dados, demonstrando tecnicamente, que em relação ao mesmo período do ano
passado, este ano a quebra do movimento comercial citado, na Capital, registrou
o referido índice diminuitivo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Este escribra, que tem muita
admiração e estima pelo Robertão, considerando-se, mesmo ousadamente, um dos
“professores” de Roberto Camargo, quando de seu início nas lides jornalísticas,
sente-se satisfeito, pela trajetória progessista do mariliense.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O recorte do mencionado
artigo, inclusive assinado pelo autor, me foi remetido pela leitora Maria
Cristina.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para quem não sabe ainda,
Roberto Camargo exerceu até há pouco, as funções de responsável pela abertura
de um tele-jornal da TV Record, intitulado “Chekap”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Foi o primeiro locutor negro
a realizar semelhante trabalho na televisão brasileira – a abertura de um bem
montado e completo programa de um tele-jornalismo vibrante e objetivo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Outro mariliense que está ascendendo
firme e rapidamente na radiofonia bandeirante é o narrador de esportes Osmar
Santos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Osmar Santos está cotado
presentemente como o melhor locutor esportivo de toda São Paulo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aqui um “reparozinho” para o
Osmar:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ultimamente ele tem olvidado
de promover Marília, omitindo aquelas suas constantes referências “à minha
Marília”, ao “meu MAC”, etc.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por que, Osmar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<h1>
<i style="font-weight: normal;"><span style="font-size: small;">Extraído do Correio de Marília de 27 de dezembro de 1974</span></i><o:p></o:p></h1>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-76810585719682521952013-12-25T02:20:00.000-02:002013-12-25T02:20:41.128-02:00Porque matei (Natal de dezembro de 1973)<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: small;"><i>Conto de José Arnaldo, especial para Edição de Natal – 1954</i></span> </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Na lufa lufa comum e
cotidiana da grande cidade, o povaréu corre apressado em direções diversas.
Apático e indiferente ao borborinho de vidas que tenho em redor, como um
perdido na mole humana, caminho eu, qual um autômato errante. Modestamente
vestido, com uma fatiota um tanto fóra de uso, um surrado chapéu na cabeça,
sapatos sem cordões e u’a mala pendurada na mão direita, vou andando,
aereamente, à esmo, sem destino pré-fixado, sem a mínima preocupação para com a
agitação das gentes que domina as ruas. Quase não me apercebo do trânsito
barulhento e incessante. Meu olhar é morto, transpirando exaustidão. Minhas
afeições são pálidas, sulcadas de rugas indeléveis, semi-ocultas por uma barba
de dois dias, documentam uma vida de sofrimentos precoces. Meu andar é incerto,
atabalhoado, inseguro. Meu destino parece claudicar, sem ponto certo de direção
aparente. Até em minha mão, crispada como uma garra sôbre a alça da malha
vermelha e anti-estética, a minha indecisão está patente. Tenho, em aparência,
dez anos mais do que na minha certidão de idade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Chego a uma esquina, parando
indeciso por momentos; retomo o passo, automaticamente, ainda titubeante, como
que com medo. Sigo em frente, atravessando a rua, direção à uma praça pública.
Árvores frondosas protegem os bancos de granito madreperolado, sombreando-os.
Nos canteiros, outrora bem cuidados, campeia a mescla de cascas de frutas,
caixas vazias de fósforos e cigarros, papéis abandonados e folhas de árvores.
Pequenos pássaros, salpicam a paisagem, aqui e ali, mudando de pontos, quando
sêres humanos se avizinham. Vendedores ambulantes apregoam frutas e refrescos.
Engraxates maltrapilhos, vendem sujeira e trabalham em algazarras. Fotógrafos
típicos de jardins e portas de igrejas, com idosas máquinas ladeadas de
retratos-modêlos, completam a vida do característicos logradouro. Nos bancos
públicos, pessoas conversam.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Paro, como se fôsse um
turista num país desconhecido; lobrigo um lugar vago, dirijo-me até êle,
sentando-me; abandono ao lado, no chão de “petit pavê”, a velha mala; cruzo as
pernas, recostando-me para traz, braços abertos e cotovelos apoiados sôbre o
espaldar do banco, abandonando o olhar pusilânime no azul do céu, em alguns
pontos tintos de fumaça das fábricas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E penso:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Há nove anos que aguardei,
com ansiedade inalienável, êstes momentos de liberdade. Nove anos de
sofrimentos, de angústias, de desesperos, em silêncio, numa luta titânica de
submissão e estrangulamento de meu próprio coração, sem protestos, sem queixas
ou lamentações. Nove anos de penitenciaria!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eu, que desde pequeno havia
sonhado com um mundo de felicidade, uma felicidade simples e completa, à meu
modo, vi, por um inexorável golpe do destino, o catastrófico desmoronamento de
minha própria vida, como uma antevisão do transcorrer de meu próprio funeral.
Eu, que alimentei carinhosamente, desde jovem e inexperiente, a ilusão de
casar-me e constituir família, amparando na velhice o meu querido pai, vi-me,
de um momento para outro, tropeçando no meu próprio destino, cometendo um crime
de morte e passando a minha mocidade na prisão!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nove anos de angustiosa
expectativa por esta ocasião, quase dois lustros de ansiedade, de desespero, de
lutas revoltas contra a própria razão, de férreo auto-controle pessoal, e,
agora, chegado o tão esperado momento, chego a considerá-lo indesejável,
inoportuno. Sou um covarde ou um vencido. Tenho medo da realidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dos catorze anos que me foram sentenciados,
por um júri de velhos taciturnos e sonolentos, em que um inexperiente advogado
de defesa, designado por mercê do próprio Juízo, foi impotente e inépto para
derrubar a argumentação de aço de um quase satânico e hábil promotor público,
que me apontou como um autêntico e profissional criminoso, como um monstro,
cinco me foram perdoados por indulto, “como prêmio à excepcional conduta”.
Dá-me asco a recordação. Eu, Isidoro Marques, de uma tradição pobre, porém
briosa, sem manchas de antecedência, fui indultado por bôa conduta <b>na prisão!</b> Nos últimos dias de
presídio, quando a novidade chegou ao conhecimento dos detentos, fui o centro
de convergências obrigatórias da casa. Até invejado fui. E, com que desprazer,
obrigado várias vezes, a ouvir, do próprio Diretor, nas formaturas de revista
diária, elogios, endeusamentos, nomeações “ad-hoc” de exemplo vivo para os
demais encarcerados!<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Tudo começou há dez anos
pretéritos. Um longo período. Um lapso de tempo carregado de amarguras e desespero,
de descrenças do próprio mundo, de nojo das injustiças dos homens, da
prepotência do dinheiro. Matei um homem. Mas... matei um homem? Cometi,
realmente um crime que bem justificasse catorze anos de cárcere? Não, não foi
bem isso, pois na balança do reconhecimento abalizado, duas bôas ações deveriam
apagar u’a má ação. E foi o que eu fiz. Prestei mesmo dois serviços relevantes:
vinguei a morte covarde e brutal de meu velho pai e aboli da sociedade,
simultâneamente, um cafajeste, ladrão, vagabundo e contumaz desordeiro. Tenho a
certeza disso. E não me arrependo. Indigna-me, isto sim, a própria sociedade,
que, hipocritamente, ao envez de medir com o metro da razão e sensatez as
devidas proporções dos fatos, apontou-me como um verdadeiro bárbaro, como um
calejado criminoso, condenando-me.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Minha velha mãezinha, de há
muito, quando eu era ainda mui pequeno, faleceu por deficiência de recursos
médicos. Fiquei, então, só, com meu velho pai extremoso, devotado, que jamais
quisera casar-se, conforme sempre afirmava, para não dar-me u’a madrasta. Não
pude educar-me convenientemente, mas as derrapagens inóspitas do caminho da
vida, haviam curado em mim, uma adolescência extemporaneamente madura. Conclui,
com sacrifício, apenas o curso primário, em escola rural mantida pelo Estado.
Mal saído dali, lancei-me ao trabalho, ajudando meu velho pai. Assim cresci,
muito distante de conjecturar o meu futuro. Apesar de tudo, era feliz. Levava
uma vida rude, trabalhando na lavoura, enquanto meu pai, com a carroça puxada pelo
cavalo “Pingo”, transportava para a cidade, onde vendia, frutas e legumes, de
cuja renda subsistíamos. Doente e velho, nada mais do que isso lhe seria
permitido realizar, e, não sem sacríficos. E assim íamos vivendo, até que um
dia – a lembrança me é nítida e cristalina – tivemos aquele golpe desolador:
roubaram o “Pingo”!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Num canto da cerca, entre
dois mourões, o arame havia sido cortado, criminosamente, a golpe de alicate. O
velho ficara desolado. Eu, sem saber o que fazer. Sem o cavalo, como faríamos para
continuar vivendo? Comprar outro, na ocasião, não era possível, pois a safra do
ano anterior foram grandemente prejudicadas pelas rudes estiagens e renda geral
obtida não fora suficiente nem sequer para pagar a metade dos compromissos
assumidos durante o exercício. Ademais, o “Pingo” era como se fosse a terceira
pessoa de nossa família. Manso, amestrado, de confiança no serviço, era até
pretendido pelos fazendeiros vizinhos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Meu pai estava inconformável.
Uma tarde, quando nos encontrávamos sentados na soleira da porta, debulhando
milho para o próximo plantio, o velho me dissera:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Meu filho, Deus que me
perdoe, porém ninguém me tira da cabeça que o ladrão do “Pingo” não é o Zé
Preto. Hoje o malvado passou por aqui, quando você não estava. Sorridente, alegre,
gentil, fez questão de falar várias vezes no animal, como se estivesse
esgaravatando uma ferida em meu peito. Fez crescer como um bambu as minhas
suspeitas. Convidei-o a ir comigo, procurar o cavalo roubado. Aceitou. Tenho a
certeza de que cometerá um gesto qualquer de contradição e se trairá, para que
eu descubra o roubo...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Mas – atalhei eu – isso é
uma imprudência: o senhor sabe que ele não presta, que é um elemento perigoso e
capaz de qualquer desatino, se, de leve, desconfiar de suas intenções... Não
permitirei, a menos que eu os acompanhe.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Partimos os três, dias após.
Andamos errantemente pelos mais distantes lugares típicos de permutas e
comércio de animais. Zé Preto dava fluentes mostras de concordância para com
tudo, com calma inacreditável, como um artista habituado na representação de
seu papel. Já estávamos propensos a desistir da jornada, quando num sábado à
tarde, aportamos num local chamado “Bairro Branco”; desmontamos à porta de um
boteco de beira de estrada, onde uma fieira de animais sem encontrava amarrada
aos palanques da cerca. Entramos no asqueroso recinto, em cujo balcão
encostavam-se peões, segurando copos de pinga, fumando cigarrões de palha,
riscando o chão de barro batido, com grandes e enferrujadas esporas e cuspindo
seguidamente por terra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O velho pedira água, tomara a
caneca cheia do líquido, enquanto seus olhos perscrutavam, como os de um
esquilo, todo o ambiente. Zé Preto mandara vir um copo de aguardente, fizera um
gesto rápido de oferecimento aos presentes, desses gestos proforma, e, lépido,
emborcara o conteúdo garganta adentro; lambera, a seguir, os grandes lábios com
satisfação e limpara a boca no punho da camisa suja e surrada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Naquêle momento, aproximou-se
da porta da venda, um caboclo manteudo, barba rala, cachinco de barro num canto
da boca, cavalgando um animal: o “Pingo”! Meu pai empalideceu e ficou como que
petrificado. Olhou para mim, como a pedir socorro, a indagar uma ajuda, a
solicitar uma providência. Refeito do choque, readquiriu a ação e adiantou-se
para o desconhecido:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Moço, me desculpe, mas onde
o senhor comprou êsse animal?<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O recém-chegado lançou um
olhar atencioso ao interlocutor, desviou as vistas para o cavalo escurecido
pelo suor, e, como satisfeito por haver o mesmo despertado o interesse do
velho, respondeu:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Uái, moço, eu “barganhei”
êle no domingo retrasado, lá na venda das “Duas Pontes”... e já enjeitei muito
negócio bão pelo cavalinho...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Zé Preto continuava apoiado
sôbre o balcão, de costas voltadas para a porta, mantendo animada conversa com
o botequineiro. Não percebera e nem tampouco ouvira a conversa dos dois, pois,
prosseguia bebendo, intermitentemente, seguidos “martelos” de cachaça.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Meu pai ficou, naquêle
momento, inativo; eu, por meu turno, fiquei apoplético, com aquela aparição
inesperada do animal procurado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nisso, Zé Preto voltou-se
para nós e seus olhos se cruzaram com os do visitante. O malandro mudou de côr,
ao ser observado por mim e meu pai. Pareceu até haver perdido o sangue do
rosto. O cavaleiro, constando a pessôa do negro, apontou-o a meu pai, dizendo:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Foi dêsse aí, que eu possuí
o cavalinho...<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Com a rapidez de um raio, Zé
Preto levou a mão à cintura; uma grande faca “peixeira” reluziu em sua mão
nodosa, descrevendo um círculo velocíssimo e foi cravar-se no peito de meu pai,
com surpreendente rapidez. Não existiu qualquer palavra ou gesto do famigerado,
senão a ação inesperada, que não nos permitiu, siquer raciocinar sôbre o que
estava acontecendo. Em fração de segundos, consumou-se o crime covarde e brutal.
Meu pai tombou sem palavras, deitando pelo peito golfadas de sangue. Atirei-me,
azoinadamente sôbre o velho, como se não acreditasse naquilo que meus olhos
estavam vendo. O criminoso, tal um felino, saltou para fóra do recinto.
Terrificados, os demais presentes, voltaram a si, despertados pelo galopar de
um animal, que conduzia em disparada louca, o terrível assassino, deixando na
estrada uma impermeável nuvem de poeira. Alguns saíram, certificando-se então
da inutilidade da perseguição e voltaram para acudir o ferido, que expirava
apoiado em meus braços.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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Desolado, cabisbaixo, voltei
para a casa, conduzindo um cavalo com a montaria inerte e uma onda de revolta a
dilacerar-me o peito.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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<div class="MsoNormal">
Doze dias depois o assassino
apresentou-se à prisão, acompanhado de um advogado, notório em tôda a
redondeza, pelas suas inexcrupulosas ações e pelas vitórias profissionais
vergonhosamente conquistadas em defesa dos mais abomináveis facínoras do lugar.
Seu caráter e suas qualidades condenáveis, eram cobertas pelo grande valor
dotilóquio que possuía e que chegava mesmo a torná-lo respeitável.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para mim, desde o dia em que
Zé Preto se apresentou à Justiça, até o dia do julgamento, decorreram vários
séculos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Chegou, afinal, o fatídico
dia. Na cidade, pelos bares, na rua, nas esquinas, só se falava nisso. Era o
“prato do dia”, parecia mesmo ser um acontecimento de interêsse geral.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Muito antes da hora aprazada,
a sala do júri estava literalmente repleta. Gente de tôdas as categorias e
posições sociais, ali se encontrava, para acompanhar o desfecho tão
ansiosamente aguardado. O corpo de jurados era composto por elementos que eu,
de antemão, considerava meus inimigos, advinhando-lhes as decisões finais.
Parecia-me tudo adredemente preparado para a absolvição do bandido. Relutei, em
vao, para afastar de minha razão, aquelas conjecturas, aquela certeza. Tive
ainda a última esperança, de que, dentre os membros do Conselho de Sentença,
alguém não morresse de amores pelo sagaz dr. Patesco e não se deixasse
influenciar e atemorizar pelos argumentos convincentes e habilmente cultivados
que iriam brotar da boca daquêle advogado de criminosos. Confiante, a defesa
andava de um para outro lado, sobraçando a pasta volumosa e velha, revendo
papéis, transpirando segurança, cumprimentando os retardatários e distribuindo
sorrisos a todos, com a confiança de um gladiador. Aquelas atitudes, apertavam
em torno de si, a cada minuto, o auto-domínio de sua importante capacidade
ciceriana, que o dr. Patesco mais aperfeiçoava e multiplicava, naquela
caminhada condenável em pról dos criminosos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A sessão teve início, com a
chegada ao recinto, do Presidente do Tribunal, a promotoria e os jurados. Em
seguida, adentrou Zé Pinto, com dois soldados da Polícia, a guisa de damas de
companhia. Mas, o dr. Patesco, psicologicamente, convertera o assassino. O
criminoso entrara na sala, transmudado de peão vagabundo em um aparentemente
completo “gentleman”, envergando um discreto terno claro, barba e cabelos
cortados, gravata e até colarinho engomado! Até sapatos de verniz! A presença
do negro assassino teve um efeito esperado. Pelos olhares curiosos dos
presentes e pelos dos próprios jurados, não me foi difícil deduzir de que eram
enormes as possibilidades de sua absolvição.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Fôra, sem dúvida, uma sagaz
artimanha de defesa. Era o mesmo que a recaiacão da fachada de um prédio velho,
acrescido de um fabuloso e extravagante anúncio a “gaz neon”. Zé Preto
mostrava-se confiante e confundentemente calmo. Inquestionavelmente, o dr.
Patesco lhe adiantara a certeza de sua vitória, que iria aumentar o ról de
inúmeras outras do mesmo porte. O clima estava pesado, denotando ansiedade. O
silêncio perdurava e o mais leve ruído num papel era nitidamente pressentido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Abertos os trabalhos, o Juiz
ordenou ao escrivão encarregado, a leitura dos autos, cujo mistér o funcionário
desenvolveu com rapidez espantosa. O Presidente deu a palavra ao representante
do Ministério Público, um velho que ostentava uma toga mais idosa do que o
dono, com uma cara de fuinha e alguns ares napoleônicos. Logo ao iniciar as
suas primeiras considerações da preliminar da acusação, sofreu um bombardeio de
apartes da defesa, ferinos e irônicos. No princípio, a assistência permaneceu
passiva. Depois, como se fosse uma “torcida” que aos poucos se inflamasse,
começou a dar mostras de gostosa e favorável predileção pelos satíricos,
extravagantes e bem baralhados apartes do temível advogado. Debalde o Juiz
pediu silêncio, e, por duas vezes, ameaçou fazer evacuar o recinto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O defensor, confundia, a
olhos vistos, a acusação, que, por sua vez, chegava a expor-se ao ridículo, sem
encontrar argumentos para anular os incrivelmente “fundados” apartes do dr.
Patesco, que desfazia, habilmente, os pontos nevrálgicos da questão, lançando
sôbre os mesmos e o conceito dos jurados; uma espessa rede de dúvidas. Para
mim, a luta ali travada, o estava sendo entre o Ministério Público e dois
bandidos, um dos quais, intelectualmente, estava, gradativamente, levando
notória vantagem sôbre a acusação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A Promotoria falou cerca de
uma hora, dando por concluída a acusação. Depois falou a defesa. Torrentemente.
Nem gosto de recordar-me daquelas passagens. O dr. Patesco principiou seus
trabalhos defensivos, como se contasse uma história, onde criou personagens
semelhantes à vítima e ao acusado, fantasiando pontos a bel prazer e pincelando
a gosto, locais pitorescos e empolgantes, com uma fertilidade de imaginação
digna de nota, como uma lenda de Sidney Horler, em que o vilão passou a ser
herói e a vítima o vilão. Depois, com convicção galvanizada, desfez, para meu
desespero, tôda a argumentação da Promotoria, desdizendo uma por uma, as
afirmativas do acusador e arrazou, vitoriosamente, alguns pontos da acusação,
que porventura ainda teimassem em ocupar lugar nas mentes de uma pequena parte
da assistência ou dos jurados. O efeito ia surtindo a olhos vistos, como uma
injeção de penicilina milagrosa. Todos os presentes, me parecia, haviam-se
transferido, com armas e bagagens, integral e incondicionalmente, para a
“verdade” contida nas sábias palavras do dr. Patesco. No fim de duas horas deu
por encerrada a defesa, não sem apontar Zé Preto como um autêntico herói, e –
cúmulo – um mártir!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O Conselho de Sentença
recolheu-se à sala privativa. Nem meia hora depois, voltou. O Presidente leu o
“veredictum” que surtiu o efeito de uma bomba: absolvido por unanimidade!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Foi um reboliço. A
assistência movimentou-se qual um enxame, invadindo o recinto da sessão, caindo
aos abraços e cumprimentos sôbre o famigerado, como num golpe de mágica
transformado em herói. Por certo, se a alguém tivesse acudido a idéia, não
teria deixado de solicitar um autógrafo do bandido!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vencido, desiludido,
humilhado, abismado e revoltado contra todos, contra a própria Justiça,
abandonei a cidade. Nenhuma desculpa, nenhuma ponderação, nenhuma providência,
poderia, jamais, apagar de meu coração, a tão descomunal e abominável
injustiça, que a própria Justiça, tão mal representada por meia dúzia de
amedrontados e insensatos jurados, fizera cravar no mais profundo recôndito de
meu coração próprio. Uma revolta tremenda, nauseabunda, acobertava meus mais
sagrados sentimentos filiais, profundamente feridos; os meus brios e o último
resíduo de esperança, desapareceram, em consequência do ardiloso resultado que
o dr. Patesco soube trabalhar e inequitativos jurados corroboraram.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mudei-me para longe. Não
podia, de nenhum modo, encontrar ambiente para mim, naquêle lugar. Dois meses
depois, movido pelo dever de solver um determinado compromisso anteriormente
assumido, regressei à antiga cidade, que eu tanto amei antes e que agora me
parecia abjetamente repulsiva. Senti-me, na rua,, o alvo de curiosidade de
todos e notei a deserção em massa de meus mais chegados amigos. A revolta pela
ingratidão sofrida, por mais que eu tentasse sufocá-la, emergia, vindo
entalar-se em minha garganta, num protesto mudo. Ao passar por um botequim, que
mais não era do que um quartel general de bandidos e desvergonhados vagabundos,
fui chamado pelo proprietário. Êste, impingindo-me u’a mentirosa intenção de
cumprimentar-me, nada mais pretendeu do que auscultar-me os sentimentos e a
mágua que me dominava transbordantemente. E o fez, com segundas intenções, a
menos que fosse muito estúpido. Isso eu pude perceber, logo ao entrar no
asqueroso antro. Encostado a um lado do balcão, com o indefectível copo de
pinga entre uma das mãos, lá deparei Zé Preto. Esfriei. Ao ver-me, sorriu para
mim, sarcástico, atrevido, como um general vitorioso que passa em revista a
tropa vencida. Os presentes sustiveram a respiração, como a aguardar um motivo
de transe, prestes a ferir-se. Surpreso, perdi a ação. Não esperava encontrar
ali, naquelas condições de desafio, o matador de meu pai. Tentei controlar-me e
para enganar a minha própria consciência, pedi água. O vendeiro trouxe-me uma
caneca esmaltada, com o líquido. Nos lábios de Zé Preto, estava desenhado um
sorriso de mofa que me indignou. Sem desejar, revivi o quadro dantesco que
pouco tempo antes fez parecer meu pai, estupidamente, sob o pontaço covarde
daquêle canalha. Sentí um frêmito gritante dentro de mim. O sangue fugiu-me das
faces. Chamei, com insistência, o auto-domínio, inutilmente. Perdi o tino. Como
se uma fôrça sobrenatural movesse meu braço direito, minha mão agarrou uma
barra de ferro que fazia peso sôbre papéis de embrulho no seboso balcão. Com
uma força incrível, que concatenasse a potência de meus dois musculosos braços,
a arma improvisada desceu em cheio sôbre a fronte luminosa do bandido, que não
teve siquer tempo de esboçar a defesa. De relance, vi o olhar apalermado dos
demais e a inútil e tardia tentativa de reação do bandoleiro. Pude notar a
metamorfose do sorriso irônico em máscara de dor, um gemido surdo e o
escorregamento gradativo de um corpo mole e desgovernado, que, como uma enguia,
desceu escorregando-se junto ao balcão e ficou meio sentado no chão imundo.
Como o riscar de um relâmpago, meu bom senso me preveniu: fugir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Recuei, quando um caboclo
magro e alto, com a camisa aberta ao peito, lançava chispas pelos olhos
vermelhos de álcool, pulou sôbre mim. O adversário gratuito teve ainda tempo de
agarrar-me pelo braço e por pouco não me dominou. Dei um rápido e violento giro
no membro prisioneiro, fazendo o inimigo perder o equilíbrio, desgarrar-se e
bater estrondosamente no balcão, que rangeu, aluindo-se do lugar. Ato contínuo,
corri, abandonando o recinto, apalermado com a minha repentina e inesperada
atitude. Atrás de mim, um vozerio uníssono, gritava um desprezível côro:
“Assassino! Assassino!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Perambulei, qual um bicho de
mato, pelos campos, ocultando-me até a chegada da noite. De madrugada, com as
idéias extremamente confusas, temendo uma futura represália de Zé Preto,
regressei ao velho rancho em que morei com meu pai.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Tá preso! – disse a voz no
escuro, segurando em violento sopetão o meu ante-braço. Mesmo no lusco fusco,
percebi que a pessôa que me prendeu, bem como outras duas, estavam fardadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não opuz resistência. No
caminho do Posto Policial, vim a saber que Zé Preto morrera, em consequência da
pancada recebida. Fiquei aliviado; cheguei mesmo a ficar contente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E agora, eu, Isidoro Marques,
ex-convicto, aqui estou após nove anos de encarceramento. Perdi os melhores
anos de minha mocidade, o período mais profícuo, mais róseo que existe na vida
de um homem sonhador e entusiasta. E, aqui me encontro, sózinho, indeciso, sem
destino a seguir, com medo da vida, com medo da própria realidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O sól vai descampando no
poente. Seus raios mais longos percebem-se ainda, nos intermezzos de alguns
prédios distantes. Na rua, o movimento do cair da tarde, aumentou. As luzes se
acendem. Os fotógrafos e os engraxates desapareceram. Alguns mendigos, a passos
trôpeços, reiniciam a caminhada de volta. A noite veste-se para aparecer sôbre
a terra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Levanto-me, apanho a velha e
anti-estética mala, e, com o mesmo passo indeciso e lento que ali me trouxera,
atravesso a praça, ganho a rua e perco-me entre a multidão...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i>Extraído da revista especial de Natal do Correio de
Marília de dezembro de 1954<span style="font-size: 16pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-18352622476268685382013-12-24T03:46:00.000-02:002013-12-24T03:46:37.660-02:00Esse inventor pernambucano… (24 de dezembro de 1974)<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Conheço um mariliense. O que
não é nenhuma novidade, pois conheço milhares de marilienses.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Esse mariliense hoje não mais
aqui reside.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Até há alguns anos era ele
bancário em nossa cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tinha um hábito diário,
infalível e imutável.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quando saia do banco, para o
almoço, passava num bar da cidade e fazia questão fechada de jogar uma partida
de bocha, antes de ir “pegar o rango”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quando, por vezes, alguém
perguntava se ele estava em férias, dizia que não, que ia almoçar e voltar a
tempo para o trabalho do Banco. E o fazia, mesmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas, seus amigos, na base da
“gozação”, diziam:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Mas quando o fulano vai
chegando em casa, a mulher dele põe o feijão-com-arroz no liquidificador, bate,
despeja num copo, ele “engole” o almoço e volta para o banco…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Lembro-me desse episódio
porque o presenciei muitas vezes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas a razão que me faz sua
revelação vem residir num outro fato, ligado por analogia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Esse outro fato não aconteceu
em Marília, mas sim lá no Recife.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É que lá existe um
pernambucano “da peste” para inventar coisas. É o Sr. Augusto Farias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O inventor pernambucano
Augusto Farias está notabilizando-se por dar tratos à bola e a propagar
invenções verdadeiramente “sui generes”, algumas até de interpretação ou
aparências esdruxulas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas são invenções cuja
primazia coube ao pernambucano, que prova ser detentor de uma imaginação das mais
férteis e que exerce uma atividade constante, na preocupação de descobrir
coisas novas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não sei se os leitores já
leram ou ouviram falar algo a respeito desse homem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas acredito que todos
conhecem, saibam o que é e já tenham no mínimo provado uma gigantesca fruta que
se chama jaca, que, se não é do agrado do paladar de todos, pelo menos em
termos de aroma agrada muito, por ser muito cheirosa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pois bem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O pernambucano queimou
pestana, dispendeu energia mental, queimou fosfato, fez testes, permaneceu
fazendo experiências duradouras e cansativas em seu laboratório, para conseguir
seu intento: inventou a carne de jaca!<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas o Augusto Farias não
parou ai.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Cismou de inventar um tipo de
sorvete diferente, até então existente em todo o mundo.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pasmem.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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O inventor pernambucano,
depois de anunciar a sua descoberta (carne de jaca), divulgou a bomba: sorvete
de caranguejo!<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não sei se os pernambucanos
estão comendo a carne de jaca com “macaxêra” ou não e se, como sobremesa, estão
lançando mão do sorvete de carangueja. Isso eu não sei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas o inventor pernambucano
continuou pesquisando e realizando novas experiências, no afã de novos
inventos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E acabou por conseguir mais
outra extraordinária invenção.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O Sr. Augusto Farias acaba de
inventar o feijão em pó, instantâneo e solúvel apresentado sob a forma de
farinha e de altor teor alimentício.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
“Si non é vero, é benne
trovatto”.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><i>Extraído do Correio de Marília de 24 de dezembro de
1974</i></span>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7056257755571483277.post-26875675569342054322013-12-22T00:30:00.000-02:002013-12-22T00:30:28.903-02:00O advento do petróleo (22 de dezembro de 1974)<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em fins de 1945 – há 29 anos
passados – através desta mesma coluna, que na ocasião identificava-se como
“Mensagem do Observatório”, ao envés de “De Antena e Binóculo”, como se mantém
há mais de 20 anos, escrevi consubstancioso artigo enfocando a descoberta do
petróleo brasileiro.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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<div class="MsoNormal">
Foi um artigo impregnado de
otimismo – lembro-me bem.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Justificava-se perfeitamente,
a razão da euforia íntima, que transferi em letras de forma, para os leitores
deste jornal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Era eu, recém-chegado do
fragor dos combates da guerra da Itália, recém-desligado do Exército. Trazia, vivíssimos no sub-consciente, os episódios e as imagens dantescas dos embates
armados, a lembrança tenebrosa das passagens funestas das mortes e ferimentos
de muitos “pracinhas”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Experimentava a natural
dificuldade de readaptação no organismo da vida civil. Vivia a sensação
inenarrável da liberdade e da distância da guerra e vibrava ininterruptamente
pela felicidade do retorno à Pátria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Esses fatos, adicionados ao
patriotismo e brasilidade que em mim transpiravam, fizeram-me euforizar, ao
redatoriar o alvorecer da era do petróleo, cujo óleo negro principiava a jorrar
no município de Candeias, Estado da Bahia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
--:--<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Era mais uma prova das muitas
riquezas do solo brasileiro, dizia eu, que viria a provar aos povos do mundo a
grandeza e a segurança futura do Brasil como país do porvir, que em menos de
meio século assombraria as nações mais adiantadas.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sentia-me ferido em meu
patriotismo, porque, em mais de um ano no exterior, havia travado contacto com
norte-americanos, italianos, ingleses, franceses, sul-africanos, russos,
gregos, marroquinos e canadenses, cujas pessoas tinham do Brasil a mais errônea
das concepções: julgavam eles, em absoluta maioria, que o Brasil “era uma terra
de índios, de muitas matas virgens, animais selvagens, gigantescas cobras e
muitos crocodilos”.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essa mágoa fizera-me
“vomitar” um verdadeiro libelo de brasilidade ao focalizar aquilo que refutei
como “o advento do petróleo brasileiro”.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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<div class="MsoNormal">
Essa lembrança ocorreu-me
agora ao conhecer um pronunciamento do Ministro das Minas e Energia, Shigeaki
Ueki, sobre a descoberta de petróleo no Estado do Rio de Janeiro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Declarou o Ministro bastense
que “o Brasil não precisará mais importar petróleo, se pelo menos dois dos doze
novos poços que vão ser perfurados no litoral de Campos revelarem o mesmo
potencial do poço de Garoupa”.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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--:--<o:p></o:p></div>
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<div class="MsoNormal">
Mais tarde, em São Paulo, o
mesmo Ministro Ueki, em palestra com jornalistas paulistanos, afiançou que a
Petrobrás não tem interesse em associar-se a grupos estrangeiros para a
exploração do petróleo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essas duas afirmativas do
ex-bastense, Ministro Shigeaki Ueki, apresentam o mesmo e análogo sentimento
que me fez, em fins de 1945, escrever o artigo que aqui refiro e recordo, sobre
o evento do petróleo nacional.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E garante-me a convicção de
que, sem que isto venha a representar profecia, de que me não equivocava na
ocasião em que expressava a minha mais absoluta certeza e confiança, de que
daquela época há 50 anos futuros, o Brasil teria a mais absoluta independência
na produção de petróleo para seu consumo interno e poderia, inclusive, chegar à
condição de exportador do produto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por enquanto, tudo vai indo
bem certinho e bem ajustadinho ao citado escrito, que, na ocasião, fez-me
merecer de um médico mariliense, ainda aqui radicado, a contundente expressão de
um “coitado sonhador”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
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<span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><i>Extraído do Correio de Marília de 22 de dezembro de
1974</i></span>Cláudio Amaralhttp://www.blogger.com/profile/10325701431584446787noreply@blogger.com0